terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

CAP. XI HERANÇAS E DESVIOS

Esclarecidos por estas verdades milenares, mesmo se o homem hodierno prefere ridicularizá-las, uma vez que assim fazendo rechaça culpabilidades que não quer para si, mesmo se as gerações que o precederam, assumindo-as, do nada edificaram o velho mundo e desenvolveram nele civilizações e culturas que em muitos aspectos ainda são insuperáveis.
Insuperáveis, estranharão alguns? Claro, de certa forma não foi difícil edificar sobre o que já havia sido construído: projetos, arquitetura, ciência, cultura etc. Não esqueçamos que a ciência dita moderna cresceu como fez porque construiu sobre os pilares que principiaram a serem erguidos milhares de anos antes de Cristo.

Poderíamos aqui mencionar as históricas contribuições da Grécia antiga (500 anos a.C), com Sófocles, Eurípides ou Heródoto, ou ainda Sócrates, Antístenes, Platão, Aristóteles, Epicuro e Demóstenes, só para citar alguns. Ou dos sábios das antigas dinastias do velho Egito que cerca de 3000 a.C. possuíam conhecimentos de astronomia tão profundos (vide as pirâmides) que só milênios depois a ciência moderna conseguiria alcançar. Mas, por serem aspectos sobejamente conhecidos, nos voltaremos para outra história: a do “mecanismo de Anticítera”.
Dois séculos atrás, exatamente no ano de 1900, um barco de pescadores de esponjas levado por uma tempestade perdeu a rota e se abrigou na enseada de uma ilha rochosa chamada Anticítera, sita entre o Peloponeso e Creta.
Serenado o Mediterrâneo depois da borrasca, mergulhando ao largo desta ilha para procurar esponjas, descobriram os destroços de uma antiga embarcação afundada. Tempos depois lhe foi dito que se tratava de uma nau afundada ao redor de 87 a.C. que transportava estátuas de bronze e mármore.
No dia 16 de maio de 1902 o aqueólogo Spyridon Stais, examinando o que havia sido recuperado do navio, notou um bloco parecendo pedra que continha em seu interior uma engrenagem. Limpando-o, se deu conta que não era pedra, mas um mecanismo corroido e encrostrado devido a longa permanencia no fundo do mar.
Tratava-se de uma série de rodas dentadas recobertas por textos que compunha um elaborado mecanismo similar a um relógio, com dimensões de cerca de 30 cm. por 15, espessura de um livro, construído em bronze e originariamente agregado a uma estrutura de madeira.
O texto, composto por mais de 2000 caracteres dos quais cerca de 95% foi decifrado, ainda não foi publicado, mas o mecanismo é conservado no museu arqueológico nacional de Atenas.
As pesquisa, até há alguns anos, limitavam-se a indicar que era um antiquíssimo “calculador” que operava como um calendário solar e lunar, porque suas engrenagens reproduziam a rotação de 254:19, necessária para recompor o movimento da lua ao redor do sol (a lua completa 254 evoluções siderais a cada ciclo de 19 anos solares.
Segundo os autores dos últimos estudos - um grupo de pesquisadores internacionais coordenado por Mike Edmunds e Tony Freeth da Universidade britanica de Cardiff - esse equipamento pode ser considerado o pai do microcomputador e demonstra o estraordinário potencial tecnológico que possuíam os gregos, infelizmente perdido ao longo do império romano. Um equipamento tão avançado para a sua época que até o milênio seguinte a ciência nada criou tão elaborado.
Além disso, segundo a publicação na revista “Nature”, os pesquisadores descobriram a existência de dois painéis, um frontal (que utilizando setas sinalizava a passagem do sol e da lua na constelação do zodíaco) e outro posterior (que indicava o tempo em termo de ciclos astronomicos também com setas). Na prática, o equipamento é uma realização mecânica dos cálculos a respeito da irregularidade do movimento lunar, um modelo geométrico desenvolvido pelo astrônomo Hiparco de Rodi no II seculo a.C., que eventualmente pode ter participado desta realização.
Atraves dele, em poucas horas, os astronomos da época podiam prever a ocorrência de eclipses com anos de antecedência e representar a posição do sol, da lua e dos planetas conhecidos no céu. O mecanismo de Anticítera, desse modo, tornou-se um outro extraordinário legado da Grécia antiga para a posteridade.

parte da peça original parte da peça original reconstrução

Não nos perdoaríamos, entretanto, se não nos detivéssemos, mesmo sucintamente, para analisar o que dizia Aristóteles (384-322 a.C.), a respeito das virtudes dianoéticas que são própria da alma racional. Nelas, diz o filósofo grego, há a ciência, a arte, a sensatez, a inteligência e a sabedoria.
A ciência (episthmh) é “uma disposição que dirige a demonstração” e tem por finalidade indicar o que não pode ser diverso daquilo que é, isto é, o eterno. A arte (tecnh) é uma disposição determinada por um raciocínio lógico que dirige o que é produzido, diverso, destarte, da disposição que dirige a ação, na qual predomina a sensatez que é definida como o hábito prático e racional que motiva no homem o que é bom ou o que é mau. A inteligência é uma habituação racional com a faculdade de intuir os princípios primeiros que devem dirigir a ação, e que com a ciência constitui a sabedoria (sofia), que é o grau mais elevado e universal do saber.
A virtude em si mesma é perfeita, vez que a justiça é a virtude mais eficaz. Nem a estrela vespertina ou a da manhã são tão maravilhosas (*) porque quem é justo tem em si mesmo todas as virtudes.
(*) Vênus, o segundo planeta na ordem de distância do sol, possui uma luminosidade tão grande que quando alcança seu índice máximo projeta uma sombra perceptível na paisagem terrestre. Seu brilho não é causado tão somente pelas suas dimensões - aproximadamente iguais as da Terra - ou porque sua órbita o aproxima deste planeta, mas pelas características das nuvens que o envolvem, uma vez que estas possuem a particularidade de refletir a luz solar. É por isso que é o corpo celeste que mais brilha no céu depois do Sol e da lua. Quando o planeta, percorrendo sua órbita, se encontra na posição que equivale a sua máxima distância angular do sol (elongação Este), era chamado “Vésper, a estrela da tarde ou vespertina”, porque seguindo a trajetória que o sol faz ao se pôr, aparecia na luminosidade crepuscular. E quando este mesmo planeta precede o sol ao se erguer pela manhã (elongação Oeste), era chamado “Lúcifer, a estrela da manhã ou matutina”.

Após termos “ouvido” Aristóteles falando em sensatez, inteligência e sabedoria, e que o justo possui em si mesmo todas as virtudes, lendo o que é relatado a respeito do stress, julgamos que possuímos o direito de considerá-lo um desvio dos padrões das virtudes de outrora. Um reflexo do comodismo mórbido que, torcido por conceituações estouvadas, está enfraquecendo o ser humano.
Conceituações estouvadas? Com certeza. Ou será que necessitamos recorrer a Diógenes, o filósofo grego que, por estar desiludido com a humanidade, caminhava pelas ruas de Atenas, em pleno dia, carregando uma lanterna acesa gritando “procuro um homem”. Nesse caso, um homem que partilhe do nosso ponto de vista?

Para criar as condições de concordância ou divergência, vamos retroagir aquela reportagem cujas fontes foram o Instituto Gallup e o International Stress Management Association-Brasil, sopesar suas afirmações para em seguida criticá-las.
· Instituto Gallup: brasileiros e americanos com idade entre 30 e 49 anos que trabalham e tem filhos pequenos são as grandes vítimas do mal. Nada menos do que 50% da população nessa faixa etária relata estar constantemente sob tensão. O índice supera em cerca de 10% a média geral.
O stress excessivo a que esses homens e mulheres estão submetidos explica-se por uma conjunção de fatores.
(1)- Com a conquista do mercado de trabalho, a mulher adiou a maternidade para depois dos 30 anos.
(2)- E não há como negar que a chegada de um bebê é fator de mudanças profundas na vida de um casal. Ou seja, uma fonte de stress para ambos.
(3)- Além disso, essa fase da vida é a da consolidação da carreira. Portanto, um período de desafios e preocupações.
(4)- De outro, o fato de que manter uma criança pequena custa caro. Um levantamento feito recentemente no Brasil pelo instituto de pesquisas LatinPanel mostra que as famílias com crianças de até cinco anos são as que mais se endividam. Elas gastam em media, 5% além do que ganham. O dinheiro vai embora em fraldas descartáveis, xampus antilágrimas e papinhas prontas.
· International Stress Management Association-Brasil: Entre homens e mulheres, elas estão com os nervos à flor da pele. O índice de brasileiras que se definem como “muito estressadas” é o dobro do de brasileiros.
(5)- “Elas estão sujeitais a uma avalanche de cobranças: o trabalho, a casa, as crianças, o marido...” afirma a psicóloga Ana Maria Rossi presidente do instituto. “O que gera na maioria delas a angústia de não poder dedicar mais tempo ao marido e aos filhos”.

(1)- Com a conquista do mercado de trabalho, a mulher adiou a maternidade para depois dos 30 anos.
Antes de qualquer outra coisa, “a conquista do mercado de trabalho” pela mulher não está acontecendo porque o pai ou o marido a está coagindo com argumentos do tipo: “ou você faz a sua parte e trás para casa um salário para ajudar nas despesas, ou sai dessa casa”. Não, ela lutou com unhas e dentes para conseguí-lo, e ainda luta por outras igualdades.
Antes de se decidir, porém, levando em conta que a inteligência é inata, é de se esperar que tenha colocado sobre os pratos da balança as vantagens e desvantagens inerentes (atribuindo o correto peso ao fato de, por ser mulher, ter certas responsabilidades em relação ao lar, marido se casada e aos filhos se existentes). Inversamente, no caso dos filhos estarem programados para o futuro, tem que levar em consideração os perigos que envolvem a gravidez depois de uma certa idade.
Dessa maneira, raciocinando à luz da razão, ela deve ter premeditado sua decisão (premeditar: decisão consciente que precede a execução do ato), decisão essa que em seu bojo por um lado prevê o enfrentamento de determinadas dificuldades e do outro a responsabilidade de ter que lidar com elas. Como, então, depois disso diz: “o peso emocional que carrego é tanto que minha estrutura não o suporta” (o stress).
Os riscos da gravidez tardia já foram abordados. Contudo, vamos enriquecê-los com outros aspectos que nenhuma mulher pode se dar ao luxo de desconhecer.

Mulheres que esperam para ter filhos depois dos 35 anos estão desafiando a natureza e correm os riscos de passar por um grande sofrimento. É o que afirmam especialistas em fertilidade na publicação médica British Medical Journal.
Os obstetras se disseram "tristes" com o crescente número de mulheres que apresentam problemas por causa disso e dizem que a melhor idade para ter filhos continua sendo entre os 20 e os 35.
Os especialistas alertam que problemas de fertilidade são mais comuns depois dos 35 anos e aumentam dramaticamente após os 40. Segundo o artigo da revista médica britânica, "paradoxalmente, a disponibilidade da fertilização in vitro estimula a infertilidade das mulheres, porque elas esperam pelo parceiro ideal e se concentram nas suas carreiras e em atingir segurança e um padrão de vida confortável".
Os especialistas afirmam que a fertilização in vitro está longe de ser infalível, tendo um alto índice de fracasso e riscos extras de gravidez múltipla quando é bem-sucedida. Também existem problemas para os homens que esperam muito para ter filhos, já que o sêmen pode deteriorar com a idade, dizem os autores do artigo. "As mulheres querem ter tudo, mas a biologia não mudou", diz a obstetra Susan Bewley, uma das autoras do artigo.

A Shering do Brasil faz outro alerta, desta vez focando uma relação entre a pílula e a trombose.
Trombose é a formação de um coágulo sangüíneo que pode obstruir um vaso. A trombose pode ocorrer, às vezes, nas veias profundas das pernas (trombose venosa profunda). Este coágulo pode se desprender das veias onde se originou, alcançando e obstruindo as artérias dos pulmões causando a chamada "embolia pulmonar".
A trombose venosa profunda é pouco freqüente. Pode aparecer tanto com o uso de pílulas como também em pacientes que não as utilizam e também durante a gestação. As usuárias de contraceptivos hormonais têm risco maior de apresentar esta patologia, porém não tão alto quanto durante o período gestacional.
Pode ocorrer formação de coágulos sangüíneos, muito raramente, nos vasos sangüíneos do coração (causando um infarto do miocárdio) ou do cérebro (causando um acidente vascular cerebral). Em casos extremamente raros, podem se formar coágulos no fígado, intestino, rins e olho. Muito raramente, a trombose pode causar complicações permanentes e até fatais.
O risco de sofrer um ataque cardíaco ou cerebrovascular aumenta progressivamente com a idade. Também aumenta significativamente em fumantes. A mulheres que opta por utilizar pílula deve deixar de fumar, especialmente se tem mais de 35 anos.
Se ocorrer elevação da pressão sangüínea durante o uso de contraceptivos hormonais, pode ser que seu médico indique a sua interrupção.
O risco de sofrer trombose venosa profunda (TVP) aumenta temporariamente nos períodos de imobilização (por exemplo, em caso de fratura nos membros inferiores, cirurgias, etc.). Se você vai ser submetida a hospitalização ou cirurgias planejadas, comunique o uso da pílula ao seu médico com antecedência. Seu médico poderá aconselhar-lhe a interromper o uso várias semanas antes do procedimento marcado ou no momento da imobilização. Seu médico também lhe comunicará quando poderá voltar a utilizar a pílula após sua recuperação.
Se observar sinais de trombose, interrompa imediatamente a ingestão da pílula e procure seu médico o mais rápido possível.

Como estamos falando da mulher, da gravidez e dos riscos da pílula dentro de um contexto que objetiva combater o stress pela psique, vamos acrescentar o que é dito a respeito dos antidepressivos durante a gravidez.
O uso de antidepressivos durante a gravidez pode aumentar o risco de defeitos de nascença como céu-da-boca fendido, segundo um estudo feito por cientistas dinamarqueses e americanos.
Segundo os resultados preliminares do estudo, o uso de antidepressivos do tipo SSRI nos três primeiros meses de gravidez está ligado a um aumento de 40% no risco de defeitos. A probabilidade de o bebê apresentar problemas cardíacos aumentou 60% quando a mãe tomou antidepressivos. Apesar disso, os pesquisadores afirmam que os resultados, apresentados na conferência da International Society for Pharmacoepidemiology e publicados na revista “Pulse”, não significa que as mulheres devem parar de tomar os medicamentos.
Os antidepressivos do tipo SSRI que incluem drogas como Prozac e Seroxat, agem elevando os níveis de serotonina no cérebro. Seu uso durante a gravidez já havia sido ligado a sintomas de abstinência dos antidepressivos em recém-nascidos em um estudo publicado pela revista “The Lancet”.
No estudo mais recente, que analisou 1.054 mulheres que tomaram drogas do tipo SSRI na gravidez, os cientistas também descobriram que o seu uso no fim da gravidez estava associado a um risco 40% maior de nascimento prematuro.

(2)- E não há como negar que a chegada de um bebê é fator de mudanças profundas na vida de um casal. Ou seja, uma fonte de stress para ambos.
A espécie humana, mesmo diferenciando-se de seu primo o chimpanzé por ter o dom da inteligência, inúmeras vezes lhe se assemelha porque se comporta com extrema irracionalidade.
A espécie, que como vimos nasceu de um ancestral comum entre 5.5 a 6.5 milhões de anos atrás, se perpetuou até nossos dias tão somente porque se reproduziu. Aliás, a própria mãe natureza que há dezenas de anos atrás tornava a mulher apta a procriar após os 15/16 anos, hoje, considerando que ela deliberadamente passou a postergar a gravidez, lhe antecipou a fertilidade para os 9/10 anos.
O início da menopausa, em outros termos, o momento em que a mulher, por ter “comprido a missão de procriar”, deixa de ser fértil, também foi antecipado, e com ele o processo hormonal que lhe antecipa o envelhecimento.
Com isso queremos deixar claro que, independentemente da mulher querer planejar para si o traçado que julga mais cômodo, tem que entender que jamais vai se ver livre daquela “força maior” que lhe governa a existência. Força que, por ser imposta pela natureza, nenhuma medicina do mundo pode alterar sem que sejam pagos os graves ônus que lhe são correspondentes. Destarte, quando por ter desobedecido a suas leis é chamada a pagar, não tem o direito de reclamar dizendo-se estressada. Da mesma maneira que não pode rezingar quando, por ter sonegado receita na declaração do imposto de renda, após ser descoberta é convidada a pagar o que sonegou acrescido de multa e juros.

Esta premissa tem o intuito de lembrar que os muitos filhos das mães do passado, ou os poucos das atuais, com pouquíssimas exceções sempre foram e continuam sendo uma dádiva, uma benção, por ser um aporte de exultação, deleite, realização e amor para toda a família. Para confirmar isso - se alguém tiver dúvidas - é só fazer plantão diante de uma maternidade e entrevistar as mães quando saem para retornar ao lar com o recém nascido no colo.
Nenhuma mulher - exatamente por sê-lo - pode alegar que desconhece os contratempos que surgem quando ganha um filho. Alias, estes são esperados com ansiedade por ambos os genitores. Sim, a maioria deles se orgulha de comentar que teve que levantar noite adentro para acalmar o bebê que chorava ou para lhe trocar as fraldas. A bem da verdade, além disso, a mulher de hoje não pode se queixar porque jamais os maridos assumiram “ser pais” como fazem hoje. É um conforto que suas próprias mães não tiveram.
Concordamos. Após o nascimento dos filhos os pais têm que se sujeitar a mudanças, mutações previsíveis e não abortáveis que integram o conjunto de responsabilidades inerentes a constituição da família. Por outro lado, com ou sem filhos, há alterações constantes e naturais ao longo da vida do homem e da mulher, visto que são impostas pelas transformações que ocorrem de seus corpos na medida em que os anos se sucedem. São leis naturais, não fontes de stress.
Pelo andar da carruagem, se continuarmos meros espectadores diante do modismo imposto por alguns de que tudo é estressante, em alguns anos, quem tiver interesse em promover a venda de produtos “que rejuvenescem” (uma ilusão, visto que mesmo se tem algum sucesso a nível visual, este é efêmero, vez que o organismo prossegue envelhecendo naturalmente), sentir-se-ão à vontade para afirmar: fuja do stress ocasionado pela terceira idade, adquira nossos produtos é permaneça jovem.
Se a chegada de um bebê já é alardeada como uma fonte de stress, o que acontecerá quando este chegar ao período que compreende a pré e pós-adolescência, se seus pais, seguindo o processo em curso, permanecerem lhe dando cada vez mais liberdade sem impor limite algum? Certamente terão que enfrentar muitos solavancos, vez que, por estarem habituando seus filhos a serem “donos absolutos do seu nariz”, sem antes educá-los e prepará-los a respeitar seu próximo, a serem bons cidadãos, adultos, passarão a fazer o que querem sem se importar se estão ultrapassando ou não os limites do lícito...

Tráfico, assalto e seqüestro, no Brasil, deixaram de ser apenas ''coisa de pobre''. Num movimento social inesperado, jovem de classe média e alta entram cada vez mais no mundo do crime violento. Dias atrás, a polícia carioca matou Pedro Lomba Neto, de 23 anos, conhecido como Pedro Dom. Filho de uma família de classe média, criado na zona sul da cidade, Pedro Dom transformou-se no mais famoso ladrão de residências do Rio de Janeiro, envolveu-se com traficantes e resistiu à prisão atirando granadas nos policiais. A polícia paulista pegou uma quadrilha de jovens de um bairro nobre de São Vicente, no litoral, que assaltava casas, tomando crianças como reféns. Fatos como esses chamam a atenção porque a classe média só costumava freqüentar os boletins de ocorrência em casos como crimes passionais e brigas de trânsito. Agora, jovens ''de boa família'' traficam e roubam, assim como os mais velhos trocaram de lugar no balcão das drogas. Sócios de uma pizzaria do Rio, por exemplo, foram presos por envolvimento com uma quadrilha de tráfico internacional de cocaína. Em São Paulo até personal trainer bem pago vem organizando furtos a mansões de clientes.
Só neste ano, a Polícia Federal prendeu 69 traficantes bem-nascidos, em aeroportos, raves e boates. No Estado de São Paulo, o Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) deteve 180 universitários pelo mesmo motivo. As cadeias também estão ficando mais democráticas: um censo feito pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro mostra que 15% dos presos têm renda familiar de mais de cinco salários mínimos. E nada menos que 5% dos detentos estão na faixa de renda que o Ibope enquadra como ''classe A''.
Entre os motivos apontados pelos condenados para praticar crimes, o desejo de consumo é o segundo colocado, com 17%. Perde apenas para ''satisfazer necessidades básicas'', motivo principal entre os mais pobres, com 39% dos casos. ''Jovens são naturalmente transgressores. O esvaziamento ideológico, além das falhas educacionais, faz com que, para esse grupo, o crime e o tráfico sejam a forma mais acessível de transgredir'', explica o sociólogo Gilson Caroni Filho. ''Além disso, há um componente de exibicionismo e sensação de poder. Acostumados a ter de tudo, muitos rapazes se frustram ao descobrir que, na idade adulta, não conseguem alcançar o padrão de consumo que ambicionam.'' Há dois anos, no Rio, apenas 20% das drogas eram apreendidas fora das favelas. Hoje, o porcentual chega a 50%. Isso acontece porque, diferentemente da cocaína, as drogas sintéticas - que estão na moda - não precisam ser compradas de barões do tráfico na Colômbia e Bolívia. São adquiridas em ambientes de classe média em Miami ou na Europa, ou mesmo produzidas no exterior, em fundos de quintal, por gente com um mínimo conhecimento de química. Em São Paulo, um estudante foi detido recentemente quando produzia LSD no laboratório de uma universidade.
Os estudantes, que no passado vendiam maconha ou cocaína, o faziam em grande parte para manter o próprio vício ou abastecer festinhas de amigos, mas não contavam enriquecer com isso. Agora, eles voam mais longe. A bagagem cultural e a facilidade para sair do país ajudam os novos traficantes. ''Prendemos dois rapazes com um maço de passagens para Amsterdã. Eles ficavam um tempo trabalhando lá e voltavam com ecstasy para vender aqui. Outro tinha R$ 300 mil na conta bancária'', diz Ivaney Cayres de Souza, diretor do Denarc de São Paulo. Em Santa Catarina, surfistas poliglotas têm sido arregimentados como ''mulas''. Em troca de equipamentos para a prática do esporte, que custam entre US$ 4 mil e US$ 5 mil, eles levam cocaína para a Europa e trazem na bagagem ecstasy. ''Eles têm entre 23 e 35 anos e são de classe média alta. Descobrimos filas de pessoas, inclusive meninas, que queriam ser aliciadas'', conta o delegado da Polícia Federal Ildo Rosa. Ramificações dessas gangues foram descobertas em várias partes do país. Em Brasília, um grupo que movimentava cerca de R$. 500 mil por mês foi preso no início do ano. O papel de uma das integrantes chamou a atenção da polícia. Sandra Gorayeb era funcionária do Ministério Público e, segundo o delegado Miguel Lucena, além de trazer droga da Holanda, é suspeita de passar informações privilegiadas para o grupo. Ela trabalhava justamente no departamento que distribuía os mandados de prisão. ‘’A quadrilha foi presa, mas, como tinha bala na agulha, já está na rua’’, diz Lucena. Em Goiás, a delegada Renata Cheim, do Denarc, diz que só não prende mais gente por falta de espaço.
Fonte: www.época. com. br.

Quantos são os pais que vivem desassossegados porque seus filhos, por não terem sido habituados a obedecé-los e respeitá-los, assim como a corresponder aos arquétipos morais constituídos pela cidadania, assumem quefazeres que por transgredirem as leis - para não falar dos prejuízos acarretados a seus semelhantes - são altamente rendosos? Infelizmente um número cada vez mais significante.
Queixam-se, choram e, pela intranqüilidade gerada pelo desespero, somatizam. Todavia, não é sob o estandarte do stress que devem procurar abrigo para seus males, mas dentro de si mesmos enquanto murmuram “meã-culpa, meã-culpa”. Como o jardineiro, não podem se queixar se o “tronco da árvore plantada cresceu torto”, porque este é o resultado de suas atitudes complacentes. Isto é, se exoneraram da responsabilidade de serem pais tão somente porque em casa, depois de um dia de trabalho, é muito mais simples serem condescendentes do que disciplinadores. Entretanto, se o caule da planta não for estaqueado enquanto tenro, depois que enrijece não é mais possível.
Os filhos, ao nascer, podem ser comparados a livros cujas páginas, por estarem em branco, aguardam que alguém as preencha. Se não forem os pais a cunhar nelas os valores morais adequados para tornar os filhos virtuosos, depois que estes tiverem aprendido a “ler e escrever com desembaraço” serão eles que registrarão em suas folhas os “valores” que julgam que irão tornar sua vida mais atrativa.
Contudo se no lar, devido à cizânia, ao invés dos genitores exemplificarem a retidão, ilustram a discórdia, sai de baixo, porque os frutos serão ainda mais amargos.
Retornando à chegada de um bebê, que tanto pode ser o início de uma história feliz como dolorosa, seguramente causa mudanças profundas na vida de um casal, o que leva os sensatos, entre todos os demais aspectos, a não se privarem de um bom planejamento familiar. Nesse caso, devem ser levadas em consideração todas às ocorrências possíveis.
Recentemente, um casal amigo ainda sem prole que reside no exterior, nos dizia que estava indeciso a respeito do que era melhor para eles, ou seja, se a esposa devia ou não procurar um trabalho. Se o fizer, argumentavam, além de aumentar nossa poupança, podemos viajar vez ou outra e conhecer o país.
O que mais preocupa, perguntamos? Nada, porque estamos satisfeitos de podermos estar aqui.
Sugerimos que ampliassem o leque de cenários a serem levadas em consideração tendo em vista os seguintes aspectos: A esposa, que há mais de cinco anos toma anticoncepcionais, já esta sujeita a acidentes de percurso, além do fato que, resolvendo engravidar, havia a probabilidade de não conseguí-lo.
Este sim era um panorama que exigia uma decisão, mesmo porque influenciava aquele de decidir trabalhar ou não. Havia mais implicações, no entanto, e estas dependiam daquilo que os dois haviam planejado para si: Haviam delineado permanecer definitivamente no exterior, ou demorar-se-iam mais algum tempo para depois voltar? Um ajuizamento que devia preceder a decisão a respeito do trabalho e do filho. Filho no sentido que envolvia o custeio da maternidade e o trabalho porque, através do sistema de previdência social, poderia isentá-los parcial ou totalmente de seus custos.
Para poder harmonizar filho e trabalho, ainda, o casal, por não ter como contar com o auxílio das respectivas famílias devia pesquisar desde já quem poderia tutelar o futuro filho durante sua ausência por causa do trabalho, uma decisão complexa devido ao conjunto de responsabilidades que lhe são inerentes. Poderíamos ter ido além, descontinuamos ao perceber que os dois estavam ficando com a cabeça quente.
É possível que alguns digam que é difícil ou até impossível pensar em tantos detalhes. Este argumento, no entanto, carece de racionalidade. É de alguém que, ao invés de gastar algumas horas planejando, prefere correr a esmo e sujeitar-se a sucessivas e dolorosas colisões. Lembrete: não confundamos o que tem origem na preguiça mental com o que causa o stress.

(3)- Além disso, essa fase da vida é a da consolidação da carreira. Portanto, um período de desafios e preocupações.
O ser humano é o único responsável por tudo o que lhe acontece, até por estar dentro daquele avião que cai ou habitando o prédio que ruiu. Sim, ele está ciente que estas coisas acontecem...Portanto, cada um tem que cuidar de si.
Para alguns esta afirmação pode parecer crua, forte. Entretanto é verdadeira. Sim, cabe a cada um de nos assumirmos a responsabilidade das coisas que nos acontecem.
Mas o que significa exatamente assumir a responsabilidade? Sermos responsáveis significa literalmente sermos capazes de responder habilmente e apropriadamente a quaisquer eventos. Responsáveis, neste caso, não é sinônimo de culpabilidade se, mesmo perseverando na busca dos meios oportunos para nos capacitarmos a agir o mais eficientemente possível diante de quaisquer circunstâncias, ainda assim erramos. Corresponde a perguntarmos a nos mesmos diante de quaisquer eventos “qual é a melhor alternativa para enfrentar ou resolver da melhor maneira esta situação”.
Evidentemente, a resposta é o resultado de sucessivos raciocínios alicerçados em análises frias, ou seja, não influenciadas por estados de ânimos negativos ou outros fatores externos que nos levem a criar álibis, desculpas ou pretextos para não agir em tempo hábil.
Freqüentemente atribuímos aos outros ou ao stress (visto que se tornou moda) a culpa por não termos conseguido o que desejávamos ou o ônus dos malogros, mesmo quando nossa consciência repetitivamente nos diz que deveríamos incriminar a nos mesmos. Sim, se desejamos consolidar nossa carreira, assumamos de uma vez por todas que “o gladiador que na arena da vida ganha as batalhas”, é sempre aquele que, analisando as fraquezas de seus antagonistas se prepara para transformá-las em vantagens pessoais. Em outros termos, amanhã recolheremos o que estamos plantando hoje, assim como nesse dia estamos colhendo o que semeamos ontem, independentemente de fazer sol ou estar chovendo ou de ser inverno ou verão.

(4)- De outro, o fato de que manter uma criança pequena custa caro. Um levantamento feito recentemente no Brasil pelo instituto de pesquisas Latin Panel mostra que as famílias com crianças de até cinco anos são as que mais se endividam. Elas gastam em media 5% além do que ganham. O dinheiro vai embora em fraldas descartáveis, xampus antilágrimas e papinhas prontas.
Aqui temos um paradoxo, em outras palavras, a contradição a que chega em certos casos o arrazoamento desatento, isto é, aquele que opera unicamente com noções. Inconseqüente, portanto.
Há tempo que o homem se deu conta que a humanidade, em cada uma de suas épocas, só existiu, e existindo se realizou, graças ao instinto de reprodução inata em todos os seres viventes. Esse instinto, o mesmo que levou os pais de ontem a gerarem e custearem - de acordo com seu padrão social - seus filhos, ou seja, os pais de hoje, é o mesmo que, irrefreavelmente (por ser um imperativo da natureza), leva estes a gerarem a vida daqueles que serão os pais de amanhã. Um imperativo para que o planeta Terra siga sendo o habitat das espécies que após lhe ter dado vida desenvolveu e aperfeiçoou.
A mulher, hoje, quando após ter adiado a gravidez resolve tê-la (a exceção daquelas que, por “perderem o trem”, terão que conviver até o fim de seus dias com a amargura da não maternidade), a persegue custe o que custar mesmo quando é forçada a recorrer a métodos não naturais, porque ter filhos, em última instância, é parte inalienável da “fêmea” de todas as espécies viventes.
Os filhos, mesmo se até a algumas décadas jamais haviam sido “avaliados em termos de custo”, sempre geraram gastos adicionais, porque matrimoniar, gerá-los, tê-los, vesti-los, alimentá-los e educá-los, sempre teve seus respectivos dispêndios. Um custeio que por força maior sempre foi condicionado pelas disponibilidades do orçamento doméstico. Entretanto, as opções sempre são inúmeras: hospitais gratuitos, escolas municipais, faculdades não pagas etc. sem esquecer que desde as vestes até aos móveis do quarto há opções para todos os bolsos.
Inútil repetir aqui o que já foi dito em relação ao fato que ninguém está satisfeito com o que tem, e, se por um lado esta “ansiedade de possuir e usufruir cada vez mais” foi à mola propulsora da evolução humana (das cavernas até as tecnologias do III milênio), do outro, quando está verdade é analisada irracionalmente, pode causar muitas magoas porque o homem é o fruto daquilo que pensa que é.
Destarte, se levarmos em conta que independentemente do orçamento existente há opções, nem que sejam as que se tornam possíveis abandonando vícios (mesmo porque estes, em si mesmos, são eternas nascentes de stress), abrindo mão de supérfluos ou desobrigando-se dos luxos, os filhos, que são o produto (uma exigência da natureza para perpetuar as espécies) de uma união entre um homem e uma mulher, continuarão sempre sendo - como sempre foram -uma eterna benção, não uma fonte de stress. Pelo menos para os pais que souberem educá-los.
A preocupação jamais deve ser aquela de oferecer aos filhos o melhor, mas o possível, ponderando que, se não forem induzidos a compreender que tem que encarar suas responsabilidades, de fazerem sua parte já enquanto crianças, nunca, quando adultos, serão seres responsáveis, isto é, cônscios de seus deveres e obrigações.
A máxima que diz: ”o amanhã pertence a Deus” é extremamente sabia, por isso, mesmo se está na boca do povo, são poucos os que conseguem decifrá-la em sua plenitude...Porque tem como certo que os raios, isto é, os relâmpagos que precedem os trovões nas tempestades, sempre caem no quintal do vizinho.

Quando a mulher ou o homem abdica da racionalidade - a que lhe permite pensar, raciocinar, planejar, ser ajuizado enfim - seus dias se sucedem sombrios, desse modo, resignando-se, passam a repetir a si mesmos que a situação é trágica porque não há saídas ou soluções possíveis. O Pessimismo, então, os leva a transcorrer suas jornadas - para não dizer parte da vida - a encarar tão somente os aspectos negativos.
Adentrando nesse cenário, o salário é insuficiente, a saúde está péssima, o chefe é um vilão, os colegas são ignorantes, o cônjuge não o compreende e os filhos só lhe dão desprazeres.
Envolvidos por este pensamento chegam a renunciar a quaisquer tentativas no sentido de mudar as coisas, ou se o fazem, desistem em seguida: “Não adianta insistir”, pensam, “não vai dar certo mesmo”.
Estes exemplificam aqueles indivíduos que o psiquiatra Hans Selye definiu portadores de uma “estrutura mental” que ao rachar - por não ter sido fortalecida através da razão para suportar o peso emocional dos opostos - passa a segregar o cortisol, em outras palavras, o hormônio do stress, aquele que, por transmitir ao “corpo” o desequilíbrio da “mente”, afetando o sistema de defesa faz com que somatize.
Entretanto há os que, fortalecendo sua estrutura mental através da racionalidade, neutralizam o peso dos opostos e desse modo nunca estão estressados. Valendo-nos de outras palavras, são as mulheres e homens que, utilizando a razão, administram os opostos ao invés de serem por eles governados.

(5)- “Elas estão sujeitais a uma avalanche de cobranças: o trabalho, a casa, as crianças, o marido...” afirma a psicóloga Ana Maria Rossi presidente do instituto. “O que gera na maioria delas a angústia de não poder dedicar mais tempo ao marido e aos filhos”.
Foram nossas escolhas de ontem que produziram as situações que hoje vivemos, assim como as decisões de hoje determinarão as de amanhã. Analogicamente falando, depois que alguém decide participar da maratona de São Silvestre (significa pensar e analisar os prós e contras antecipadamente), e após se inscrever corre seu percurso entre os demais atletas, não tem o direito de se angustiar, desesperar ou lamuriar se for vitimado por um acidente no percurso. Nosso estado de ânimo não pode se abater devido a conseqüências de nossas decisões, porque são “riscos” que foram calculados e aceitos (ou deveriam sê-lo) no decurso do planejamento que nos levou a tomá-las.
O adágio diz: “errar é humano, mas persistir no erro é burrice”. É aplicável quando, por tê-lo decidido, a esposa e mãe deixa o lar para assumir um posto de trabalho no mercado. Se depois “averigua que errou” porque lhe falta o tempo que deseja para se dedicar aos filhos e o marido, ficar angustiada é uma estultice. Nesse caso, o que deve fazer é planejar a melhor maneira de voltar atrás. Se não houver jeito, contudo, tem que abraçar racionalmente que trabalhar para o bem-estar da família - quando imprescindível - é a forma mais bonita de se dedicar a ela.
Os aspectos envolvidos em um planejamento familiar são sempre os mesmos, o que muda são as pessoas que os fazem. Para organizar um bom programa não há segredos e nem dificuldade. Basta considerar a pró e contra todos os aspectos que direta ou indiretamente estão envolvidos.
É ilógico que haja uma “avalanche de cobranças” por parte dos filhos, do marido, da casa etc., se a mãe começou a trabalhar atendendo a um desejo compartilhado. Mas as cobranças são cabíveis se a deliberação foi unilateral, isto é, se ela assumiu fazê-lo mesmo contrariando os anseios dos demais. Nesse caso, “se conviver com as cobranças” se torna aflitivo, a expressão “estão sujeitas a uma avalanche de cobranças: o trabalho, a casa, as crianças, o marido, o que gera na maioria delas a angústia de não poder dedicar mais tempo ao marido e aos filhos”, mesmo se admissível é injustificável, porque é tão somente quem “erra” que tem que pagar pelos seus erros. Se errar é humano, persistir no erro não o é. Destarte, a alternativa é abdicar do trabalho.
Assumida a decisão de fazê-lo, se devido a compromissos financeiros existentes é impraticável demitir-se de imediato, a demissão deve ser postergada até o momento em que, abrindo mão de algumas “benesses”, é possível restabelecer o ponto de equilíbrio no orçamento do lar.
Se assim não for, em curto período de tempo, sob a voz “despesa” deste mesmo orçamento passarão a serem lançados os dispêndios que terão origem no tratamento das enfermidades trazidas pelo stress.
Com isso, não estamos sugerindo que os “sonhos” devam ser reprimidos, ao contrário, afiançamos que o homem jamais deve deixar de perseverar na busca dos meios para a realização daquelas “felicidades” que sucessivamente florescem na sua imaginação, porque sem aspirações o ensejo de viver deixa de existir. A marcha, entretanto, para alcançar os fins desejados deve ser bem planejada, porque desgastar a saúde correndo atrás do dinheiro é leviandade, vez que em seguida se gasta o que se ganhou, ou até mais, para tentar recuperá-la...Quando exeqüível, claro, porque dos hospitais nem sempre se retorna para casa!
Dúvidas a este respeito? Ora, quando nos são apresentadas pessoas a quem atribuímos 80/85 anos devido a sua caducidade, e depois nos é dito que tem apenas 65, o que causou o estrago? O contrário também acontece porque idade não é sinônimo de decrepitude...Mas é muito difícil testemunhá-lo.
Sim, os saudáveis - especialmente em idade avançada - não o são por terem sido abençoados pela deusa do bom augúrio. Mas porque se cuidaram, em outras palavras, ao longo da sua vida não abriram mão de cuidar da saúde de todas as formas possíveis. Lembrando que evitar o stress é tão somente uma delas.
Repetimos. Quem deseja aumentar seu soldo deve investir em si mesmo: aperfeiçoamentos, especializações, faculdades, línguas, pós-graduações etc. Em suma, “mais se investe”, maior é a “taxa de retorno”.
Esta expressão é comumente utilizada para avaliar a remuneração de um capital aplicado, mas este capital quando não é herdado tem que ser constituído poupando. Ou seja, retirando do salário mensalmente uma porcentagem que, se por um lado pode exigir sacrifícios (não trocar o carro, não fazer aquela viagem, só comprar roupas quando necessário, eventualmente colocar os filhos em uma escola pública etc.etc.), do outro, após constituí-lo, inúmeras contrapartidas se tornar possíveis.
Taxa de retorno também é o resultado da aplicação do nosso esforço no mercado de trabalho, isto é, o salário que é recebido para executar uma determinada função. Contudo, em qualquer empresa, são vários os níveis hierárquicos e cada um é remunerado diferentemente. Os do alto da pirâmide são “gordos” enquanto os da base são “magros”. Se alguém deseja galgar cargos melhor remunerados, isto é, aumentar sua taxa de retorno, tem que investir em si mesmos. Plagiando...Tem que investir uma parte do salário em si mesmo, ou seja, com o fim de ampliar seus horizontes profissionais.
O acaso jamais leva a nada, seja na vida pessoal como profissional, porque é demonstrado que a quase totalidade dos ganhadores da mega sena - mesmo dos prêmios mais polpudos - depois de alguns anos pouco ou nada lhe restava. O planejamento, ao contrário, sempre oferece grandes chances de sucessos, e estas numericamente se expandem em estreita relação ao seu aperfeiçoamento. É por esta razão que as empresas, através de seus estrategistas, jamais trabalham com planejamentos que cubram prazos inferiores a 5 anos.
O primeiro aspecto de um planejamento é definir com precisão o que se deseja, e isso exige uma boa dose de reflexão porque a maioria das pessoas acha que sabe perfeitamente o que não quer, mas em relação ao que deseja não tem nenhuma certeza. Provavelmente curtem algumas idéias, mas são sempre abstratas e imprecisas porque se consultadas tem dificuldades em expressá-las em termos práticos.
É imprescindível avaliar profundamente o que desejamos, além de ponderar se é logicamente exeqüível, porque investir tempo e trabalho na perseguição de objetivos cujas chances de sucesso são precárias é tempo perdido. Somente após estas reflexões estaremos capacitados a definir nossos objetivos, objetivos esses que, para realizá-los, carecem de um bom planejamento. Feito isso, imitando Arquimedes que disse: dêem-me uma alavanca e um fulcro que levantarei o mundo, valendo-nos da força interior que a natureza nos ligou, sobre o suporte de nossas motivações, seremos capazes de superar todos os obstáculos do mundo.
Somente após superar estas etapas é que a ação deve ser iniciada, e mesmo assim cada uma delas, antes e depois da realização, deve ser comparada com a planejada para corrigir distorções ou implementar os ajustes que se fazem necessários porque, a concretização daquilo que desejamos sempre depende também de fatores que estão ligados á administração de outros. Por isso, sem uma ação corretiva ou até uma nova estratégia quando necessário (isso pode implicar em um novo planejamento) dificilmente o sucesso é alcançado.
Mesmo assim, no momento em que percebemos que errarmos o caminho (se isso acontece, claro), imediatamente devemos retornar ao ponto em que nos desviamos para corrigi-lo. Sem esquecer que ao longo da jornada, vez ou outra, é aconselhável uma pausa, uma interrupção momentânea para “recarregar as baterias”. Adotando esta pratica a caminhada torna-se menos rude.

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