terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

CAP.XVI PLATÃO E A ALMA

Nossa preocupação, ao redigirmos as páginas desse volume, foi despertar a atenção da leitora ou leitor para as atitudes que ao longo das 24 horas diárias adota, não somente enquanto modo individual de se conduzir diante das situações favoráveis ou desfavoráveis que lhe permeiam o caminho, mas, sobretudo, ao estado de ânimo, em outras palavras, a “condição psíquica” que naquele momento a monopoliza, visto que se desequilibrada - irracional, portanto - sempre a conduzirá a uma condição de stress seguida por uma de suas conseqüências somáticas.
Destarte, para garantir uma melhor interpretação dessas páginas, recorreremos a Platão para lhe pedir que nos esclareça a respeito do conhecimento.
Platão não buscava as verdadeiras essências da forma física como fazia Demócrito e seus seguidores, porque sob influência de Sócrates buscava a verdade essencial das coisas. Platão não poderia buscar a essência do conhecimento nas coisas, pois estas são corruptíveis, isto é, variam, mudam, surgem e se vão.
Como o filósofo, procurava buscar exclusivamente a verdade plena e para isso a buscava em algo estável, isto é, nas verdadeiras causas, pois logicamente a verdade não pode variar, porque se há uma verdade essencial para os homens, esta verdade dever valer para todas as pessoas.
Logo, a verdade deve ser buscada em algo superior, vez que nas coisas deve haver um outro fundamento que precede o físico: o metafísico. E a forma de buscar estas realidades é o conhecimento, não das coisas, mas do além das coisas. Isto significa caçar a verdade no interior do homem, porque o homem não é um sujeito fechado em si mesmo, mas um participante das verdades universais.
Platão, assim como seu mestre Sócrates, busca descobrir as verdades essenciais das coisas. O conhecimento era, assim sendo, o conhecimento do próprio homem, mas não homem enquanto corpo, mas enquanto alma.
O conhecimento que o homem contém na alma provém daquilo que existe no mundo sensível. Assim, para Platão, a técnica e o mundo físico eram secundários, uma vez que a alma humana, enquanto perfeita, participa do mundo perfeito das idéias. Porém este formalismo só é reconhecível na experiência sensível.
Também o conhecimento tinha fins morais, isto é, levar o homem à bondade e à felicidade. Assim o conhecimento levaria o homem a dar-se conta das verdades que sempre possuiu, aquelas que o levariam a condição de discernir melhor entre as coisas que apenas tem aparência de verdades, das que são verdades absolutas. Para o filósofo, porém, o caminho para a obtenção do autoconhecimento é árduo e metódico.
Em relação ao mundo material, segundo ele, o homem pode ter somente a “doxa” (opinião) e “téchne” (técnica), que lhe permitem a sobrevivência, ao passo que no que se refere ao mundo das idéias (ou verdadeiro conhecimento filosófico), o homem pode ter a “épisthéme” (o verdadeiro conhecimento).
Para Platão, nem todas as pessoas possuem idêntico acesso à razão. Apesar de todas terem a alma perfeita, nem todas tinham como chegar à contemplação absoluta do mundo das idéias. Segundo ele, ao ver um objeto repetidas vezes, as pessoas lembravam-se, aos poucos, da Idéia daquele objeto porque já o tinham visto no mundo das Idéias. E para explicar sua tese Platão recorria a um mito: “Antes de nascer, a alma das pessoas vivia em uma Estrela, Estrela onde se localizam as Idéias”.
Quando alguém nasce, sua alma é “atirada” da Estrela para a Terra, e o impacto que ocorre faz com que sejam esquecidas as coisas que havia na Estrela. Mas ao ver um objeto aparecer de diferentes formas (como as diferentes árvores que se podem ver), a alma recorda-se da Idéia daquele objeto porque o havia visto na Estrela. Esta recordação é chamada por Platão “anamnesis”.

Agora, para impor aos leitores uma tarefa, isto é, levá-los a refletir a respeito da vida, do agastamento ao longo dela e do stress, quer dizer, do conteúdo desse livro, recordaremos que foi por volta do ano 380 a.C. que Platão dissertou a respeito de “Antes de nascer a alma das pessoas vivia em uma Estrela”.
2.319 anos depois, para sermos mais exatos, em 1939, Francisco Candido Xavier publicou, ditado pelo espírito Emmanuel, o livro “A Caminho da Luz”. Neste, na página 33, se lê:
Nos mapas zodiacais, que os astrônomos terrestres compulsam em seus estudos, observa-se desenhada uma grande estrela na Constelação do Cocheiro, que recebeu, na terra, o nome de Cabra ou Capela. Magnífico sol entre os astros que nos são mais vizinhos, ela, na sua trajetória pelo Infinito, faz-se acompanhar, igualmente, da sua família de mundos, cantando as glorias divinas do Ilimitado.
Quase todos os mundos que lhe são dependentes já se purificaram física e moralmente, examinadas as condições de atraso moral da Terra, onde os homens se reconfortam com as vísceras dos seus irmãos inferiores, como nas eras pré-históricas de sua existência, e marcham uns contra os outros ao som de hinos guerreiros, desconhecendo os mais comezinhos princípios de fraternidade e pouco realizando em favor da extinção do egoísmo, da vaidade, do seu infeliz orgulho.
Há muitos milênios, um dos orbes da Capela, que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos.
As lutas finais de um longo aperfeiçoamento estavam delineadas, como ora acontece convosco, relativamente às transições esperadas no século XX, neste crepúsculo de civilização.
Alguns milhões de espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral, dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria daquela humanidade, que fizera jus à concórdia perpétua, para a edificação dos seus elevados trabalhos.
As grandes comunidades espirituais, diretoras do cosmo, deliberaram, então, localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores.
Foi assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela turba de seres sofredores e infelizes.
Com sua palavra sábia e compassiva, exortou essas almas desventuradas à edificação da consciência pelo cumprimento dos deveres de solidariedade e de amor, no esforço regenerador de si mesmas. Mostrou-lhes os campos imensos de luta que se desdobravam na Terra, envolvendo-os no halo bendito da sua misericórdia e da sua caridade sem limites. Abençoou-lhes as lacrimas santificadoras, fazendo-lhes sentir os sagrados triunfos do futuro e prometendo-lhes a sua colaboração cotidiana e a sua vida no porvir.
Aqueles seres angustiados e aflitos, que deixavam atrás de si todo um mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos na prática do mal, seriam degredados na face obscura do planeta terrestre; andariam desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura; reencarnariam no seio das raças ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes. Por muitos séculos não veriam a suave luz de Capela, mas trabalhariam na Terra acariciados por Jesus e confortados na sua imensa misericórdia.
Aquelas almas aflitas e atormentadas reencarnariam, proporcionalmente, nas regiões mais importantes, onde se havia localizado as tribos e família primitivas, descendentes dos primatas. Com a sua reencarnação no mundo terreno, estabeleciam-se fatores definitivos na história etnológica dos seres.
Um grande acontecimento se verificara no planeta. É que, com essas entidades, nasceram no orbe os ascendentes das raças brancas.
Em sua maioria, estabelecem-se na Ásia, de onde atravessaram o istmo de Suez para a África, na região do Egito, encaminhando-se igualmente para a longínqua Atlântida, de que várias regiões da América guardam assinalados vestígios.
Não obstante as lições recebidas da palavra sábia e mansa do Cristo, os homens brancos olvidaram os seus sagrados compromissos.
Grandes porcentagens daqueles espíritos rebeldes, com muitas exceções, só puderam voltar ao país da luz e da verdade depois de muitos séculos de sofrimentos expiatórios; outros, porém, infelizes e retrógrados, permanecem ainda na Terra, nos dias que correm, contrariando a regra geral, em virtude de seu elevado passivo de débitos clamorosos.

CAP. XV SAÚDE E LONGEVIDADE

Dissemos que o “Tônus Vital” não tem reposição, e por assim ser, devemos cuidar para nos mantermos psiquicamente equilibrados, caso contrário, na medida em que, por vivermos estressados, este se esgota, na mesma proporção se exaure também a capacidade defensiva do nosso sistema imunológico. Sem ele, como sabemos, não há como vencer inúmeras enfermidades que agridem a humanidade. Isso explica porque alguns chegam à decrepitude sem ter à idade cronológica correspondente, que outros faleçam em razão de problemas de senectude muito antes de se tornarem anciãos, enquanto uns poucos ultrapassam os 100 anos e ainda assim se mantém em plena forma... Sim, mesmo se o “Tônus Vital” não é renovável, como vimos, há outra energia que, desde que auferida diariamente sem interrupções, pode substituí-lo.
Mas, perguntarão alguns. Existe algum lugar nesse “palco de desafios” em que as pessoas não se estressam, ou se o fazem, renovam suas forças através de atividades físicas diárias para ultrapassar os 100 anos?
Vamos esclarecer, antes de continuarmos, que o que importa não é o lugar em que se vive, os sonhos que se acalentam ou a atividade que se exerce, aspectos que simulam a “arena em que todos se digladiam”, mas o “estado de ânimo”, ou seja, a “condição psíquica” que instituímos em nos mesmos. Em outras palavras, os “sentimentos” que definem nossas atitudes diante de quaisquer situações, visto que se desequilibrados - irracionais, por conseguinte - inevitavelmente acarretarão uma condição de stress seguida por algumas de suas conseqüências somáticas.

A busca pela receita para uma vida longa é tão antiga quanta a própria Humanidade. Inspirados pela longevidade dos habitantes de vilarejos isolados da ilha da Sardenha, na Itália, uma equipe internacional de demógrafos e geneticistas começa a apostar que entre os ingredientes para viver mais de 100 anos podem estar vinho, espaguete e uma peculiar seleção de genes.
A inspiração para a suposição tem nome. Chama-se Antonio Todde, que em 22 de janeiro completou 112 anos, tornando-se, segundo o "Guinness Book of Records", o homem mais velho do mundo. Mas Todde sozinho não motivou a atenção da ciência. O fato é que a Sardenha abriga o maior número comprovado de homens centenários.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisa do Envelhecimento dos Estados Unidos, a proporção de mulheres para homens centenários é de cinco para um. Mulheres vivem mais, supostamente, por fatores que variam de redução de nível de estresse, menor exposição a atividades perigosas, além de certa proteção natural.
Todavia, na Sardenha a realidade é outra. Lá as mulheres vivem bastante, cerca de 80 anos. Mas os homens centenários são mais freqüentes do que em qualquer outra parte do mundo. A proporção mulheres-homens de centenários é de dois para um.
Exemplo disso são os irmãos Brundu, da vila de Erula, não muito longe da terra natal de Todde, o vilarejo de Tiana, escondido no meio das montanhas sardas. Pietro e Antonio Brundu têm, respectivamente, 103 e 101 anos.
O que mais intriga especialistas em centenários como o demógrafo Claudio Franceschi, da Universidade de Bolonha (curiosamente a mais antiga universidade do mundo), é o fato de Todde, os Brundu e todos os demais anciãos da Sardenha estarem longe do perfil de vida saudável esperado em gente tão velha.
Os Brundu, por exemplo, são fumantes inveterados. Vinho e generosas refeições a base de massa são comuns à mesa de todos os centenários da Sardenha. Suas vilazinhas montanhosas são pacatas, mas a história de suas vidas inclui a participação na juventude em uma ou duas guerras mundiais.
Antonio Brundu gosta de lembrar as aventuras do tempo em que era policial, há 50 anos. Tanto ele quanto Todde, lúcidos e com saúde razoável para a idade, costumam atribuir a longevidade à dieta de massa regada a vinho e ao otimismo. Os cientistas lembram, todavia, que só uma ínfima parcela da Humanidade, incluídos aí os otimistas, vive o suficiente para soprar as velas do bolo de aniversário de 100 anos.
Por conta disso, Franceschi e James Vaupel, diretor do Instituto para Pesquisa Demográfica do Instituto Max Planck, em Rostock, na Alemanha, acreditam que um certo perfil genético pode estar por trás dos matusaléns da Sardenha. Vaupel imagina que ao estudar o que fez Todde e seus compatriotas viverem tanto pode ajudar mais gente a viver mais.
"Centenários são pioneiros das fronteiras da sobrevivência. Estudando esses pioneiros podemos descobrir como chegaram à idade tão extrema, talvez ajudando outras pessoas a viver mais também", disse Vaupel à revista americana "Science".
Outros lugares, como cidadezinhas dos Andes e a ilha de Okinawa, no Japão, são conhecidos por terem razoável número de centenários. Todavia, os registros oficiais são falhos e é impossível ter certeza sobre os dados. Na ilha mediterrânea, há registros confiáveis desde o século XVII.
Embora acredite que exista um forte componente ambiental, isto é, a vida na bonita e tranqüila Sardenha, Vaupel aposta que certas variações genéticas podem ter contribuído para a longevidade dos homens sardos. Opinião semelhante tem Gianni Pes e Ciriaco Carru, da Universidade de Sassari, que fizeram um levantamento do estilo de vida de cem centenários da Sardenha.
Fonte: “NotizieItalia” - 18/04/2001

Vaupel aposta que certas variações genéticas podem ter contribuído para a longevidade dos homens sardos. Mas, o que prova as variações genéticas? Se consultássemos um geneticista, responderia que nessa região, em um tempo passível de ser avaliado, um grupo de ancestrais dos atuais habitantes, no processo de adaptação, desenvolveu e aprimorou, misturando entre si, um gene que consentiu a quem o possuísse ultrapassar a barreira dos 100. Hoje, alguns de seus descendentes, isto é, aqueles que o tem em seu genoma, salvaguardadas determinadas condições, conseguem superar este nível de ancianidade.
O genoma é a informação hereditária de um organismo que está codificada no seu ADN (inclui tanto os genes como as chamadas seqüências não codificadoras), e na população do planeta, segundo os investigadores norte-americanos que mapearam as variações genéticas mais comuns, é idêntico em 99,9%. O 0,1% restante, segundo a mesma fonte, determinaria, além das características individuais como a forma da face, a cor dos olhos e dos cabelos etc., os riscos de doenças. Todavia, a maioria dos problemas de saúde, como a diabetes, a depressão ou as doenças cardiovasculares - segundo os mesmos cientistas - resultariam de uma interação complexa de numerosos genes além de fatores exógenos (que se formam no psicossoma), determinados pelo ambiente e os hábitos de vida.
O sexo, como veremos a seguir, não serve tão somente para que a humanidade se reproduza. Enquanto a maioria dos organismos inferiores não necessita dele, e entre estes, além de muitas plantas, aproximadamente 43 mil espécies conhecidas de vertebrados (entre eles alguns peixes, répteis e anfíbios), os mamíferos claramente lhe são subordinados e existem duas explicações para isso. Enquanto a primeira diz que o sexo serve para misturar os genes e favorecer a evolução e a salvaguarda da espécie, a segunda, mais recente, é a que vê no ato sexual uma atividade para “reparar” o DNA.
A primeira explicação, correspondendo ao modelo até agora aceito, o de Lucrezio-Weisman-Fisher-Muller, diz que a reprodução sexual favorece a contínua mistura dos genes, e, por conseguinte, as características que neles são codificadas. Em outras palavras, aumenta a biodiversidade, a mistura dos genes necessária para que as próximas gerações não corram determinados riscos. Para sermos mais claros, eventuais mutações ambientais que, por serem desfavoráveis, só permitem que os mais fortes se adaptem a elas, durante a fase de acomodação “ajustariam” determinados genes os quais, ao serem transmitidos aos filhos, os tornariam aptos a enfrentá-las sem maiores riscos. Hoje, porém, prevalece um segundo modelo, aquele que havia sido intuído por Platão, retomado por Freud, desenvolvido por Maynard Smith e divulgado por Michod em “Eros and evolution” que propõe que o sexo serve para reparar o DNA. Tratar-se-ia de um “instrumento” para consentir uma reprodução “atualizada” todas as vezes que as células sexuais (as gametas), são ativadas. Assim, a cada ato sexual o DNA seria reprogramado e fortalecido, logo, adequado às mudanças ambientais existentes. Dessa forma, em cada período os filhos nasceriam com as características biológicas adequadas para se adaptarem as condições ambientais existentes. Esta seria a formula que a natureza utiliza para garantir a continuidade evolutiva das espécies sexuadas e a descontinuidade das assexuadas.
Anos atrás, em 1965, o prêmio Nobel de fisiologia François Jacob, um dos descobridores do RNA-mensageiro - uma molécula que atua como intermediária na síntese de proteínas comandada pelos genes, notou que a natureza mais do que “reparar”, “recicla”, e escreveu isso no seu livro “la logique du vivant, une Histoire de l´Héredité”.
O homem é composto por bilhões de células diferenciadas em cerca de 200 tipos que se reconduzem a duas únicas linhas: a somática, isto é, sangue, coração, cérebro pele etc., responsável pela vida do organismo e a sexual: gametas (espermatozóides nos machos e óvulos nas fêmeas), responsáveis pelo sexo e reprodução.
Cada célula é repleta de proteínas: RNA etc., mas tem um único DNA. Este, depois de fazer a sua parte, permanece em repouso porque faz trabalhar suas cópias de reserva, e são estas que garantem a continuidade de suas funções. O DNA é “finito” porque vive só uma vida nas células somáticas, enquanto que nos gametas se perpetua vez que passa de uma geração para outra.
O DNA de cada célula humana contém três bilhões de “cartas” combinadas com palavras diferentes: quatro de base azotada, A,C,G e T, em uma infinidade de combinações diferentes, todas muitos sensíveis porque radiações e substanciam químicas ceifam diariamente milhares delas. Desta forma, alterações de estrutura, mutações ou alterações de seqüência etc. se acumulam, causando enfermidades genéticas e acelerando o processo de envelhecimento. Danos que a célula somática continuamente repara se são poucos, ativa um programa de suicídio celular, resguardando o organismo, se são muitos e se forem demais pode comandar a eclosão de um câncer ou outra enfermidade terminal qualquer.

Na revista “National Geographic” (Itália) de novembro de 2005 foi publicado que nas ilhas japonesas de Okinawa, nas montanhas da Sardenha, na Itália e nas comunidades adventistas do Sétimo Dia de Loma Linda, nos EUA, vivem algumas das pessoas mais idosas do planeta. Estes centenários extraordinariamente ativos e gozando ótima saúde possuem um segredo que foge à maioria dos mortais.


Esta noticia, pos sua vez, foi reportada pelo jornal inglês “Daily Mail” depois que enviou um correspondente a Silanus, província Sarda de Nuoro, para ver o fenômeno e colher a opinião do Professor Luca Deiana da Universidade de Sassari que há mais de dez anos estudava o fenômeno. Seus estudos revelaram que os habitantes locais possuem uma estrutura de DNA similar porque há milhares de anos permanecem no local, e adiciona: “o estilo de vida, ou seja, trabalhar 364 dias por ano, não se aposentar antes dos noventa, observar uma dieta a base de legumes, verduras, frutas e alguns copos de vinho tinto diários, além dos fatores ambientais, é o responsável pela longevidade. Estas pessoas, em suas existências jamais experimentaram o stress. A vida nesse local é simples, por conseguinte tranqüila e serena. As pessoas tem fé, estão sujeitas a um índice de enfermidades inferior à média e, visto que no local não há atrações como nas cidades, convivem muito umas com as outras Mas, indubitavelmente, são estes aspectos que contribuem para a longevidade”, diz o Dr. Deiana. Sim, a tese do Dr. Deiana é confirmada por inúmeras pesquisas e esta é uma delas.

Pesquisas recentes dão respaldo científico a uma crença que, divulgada no Ocidente pelo pessoal da paz-e-amor, está na base de filosofias orientais milenares – a que uma mente apaziguada ajuda a prevenir doenças, acelera a recuperação física e até cura. O contrário também se revelou verdadeiro. Pensamentos e sentimentos negativos contribuem para o surgimento de moléstias e atrapalham o restabelecimento de um doente. Rancor, hostilidade, ressentimento e angústia podem estar na origem de distúrbios cardíacos, hipertensão, depressão, ansiedade, insônia, enxaqueca e infertilidade. Além disso, o peso dos sentimentos ruins debilita o sistema imunológico, fazendo com que o organismo se torne um alvo fácil de infecções, alergias, e doenças auto-imues como a artrite reumática.
Um dos maiores investigadores do poder da mente sobre a saúde é o cardiologista americano Herbert Benson, da Universidade de Harvard, autor do livro “Medicina Espiritual”. Pesquisas conduzidas por ele mostram que, em media, 60% das consultas medicas poderiam ser evitadas, caso as pessoas usassem sua capacidade mental para combater naturalmente tensões que são causadoras de problemas físicos.
A meditação demonstra Benson, figura entre as maneiras mais efetivas de fortalecer a mente. Meditar, no caso, não significa pensar detidamente sobre um determinado assunto ou aspecto da vida. Quer dizer o contrário: não pensar em nada durante uma certa parte do dia. É dessa forma, esvaziando a mente das atribulações cotidianas, que os monges budistas tentam atingir o nirvana – aquele estado de absoluta suspensão do ego através do qual se consegue escapar das aflições que costumam tumultuar o cérebro da maioria das pessoas, prejudicando sua saúde. Para os seguidores de Buda, esse é o supra-sumo do conhecimento e da felicidade.
Num de seus estudos, Benson acompanhou durante cinco anos pacientes que aprenderam a meditar para tentar controlar doenças coronárias crônicas e outros problemas. Ele notou que os que meditavam de maneira disciplinada, todos os dias, tiveram taxas de recuperação superiores às do grupo de doentes que não levaram a sério a prescrição. O médico americano também verificou que, graças à técnica, metade dos homens com baixo número de espermatozóides por efeito do stress havia melhorado sua produção. Outro dado impressionante é que quase 50% das mulheres com infertilidade associada a dificuldades psicológicas conseguiram engravidar.
Um dos mais famosos estudos sobre o assunto é de autoria do radiologista Andrew Newberg, da Universidade da Pensilvânia. Ele demonstrou que o transe religioso interfere no funcionamento de certas estruturas cerebrais. Para chegar a esta conclusão, Newberg monitorou, através de tomografias computadorizadas e uso de contrastes, o momento exato em que monges budistas e freiras católicas mostravam estar em contato com o que consideravam uma esfera divina – eles, por intermédio das mais profunda meditação; elas, por meio de fervorosas orações. O pesquisador notou uma desativação quase total da área do cérebro responsável pelo senso de orientação. Isso resulta na sensação prazerosa de que se está desligando do corpo físico. O desligamento cerebral captado por Newberg é a prova material do que mais próximo existe no nirvana budista, do qual já se falou e dos êxtases de que a literatura católica é repleta.
Fonte: revista Veja de 28 de maio 2003

Inversamente, longe da Sardenha e das demais regiões de centenários, os que jamais o serão, residam onde residirem: nos recantos mais afastados, em pequenas cidades ou nos grandes centros, independentemente da condição socioeconômica de que desfrutam, continuam se lamuriando porque em sua ânsia de se locupletar esquecem que os haveres de que hoje dispõem, por poucos ou muitos que sejam, são sempre maiores daqueles que tiveram em épocas anteriores. Destarte, tendem a se habituar com imódica facilidade, vítimas do processo de evolução social, ao que lhe é vantajoso, agradável, cômodo e confortável. Só que, ao invés de adequar-se pacientemente aos tempos que cada uma de suas realizações requer, se insurgem contra o processo natural de “trabalha, poupa adquire” porque exigem tudo já e agora. Como isso jamais acontece, o “pedágio” que são obrigados a pagar por terem desaprendido a aguardar a vez, é a exasperação e o conseqüente stress.
Vivendo nessa “atmosfera de modernidade”, preferenciam o “adquira pronto” em detrimento do “faça você mesmo”, aplicando esse conceito à maioria das atitudes que o dia-a-dia exige que assumam. A título de exemplo citamos as senhoras que (ao invés de se “desgastar” na cozinha como faziam suas genitoras) adquirem alimentos prontos ou semiprontos para ter mais tempo para o lazer...Cabeleireiro, Shopping, bingos com amigas etc., jactando-se, depois disso, que sua opção é imprescindível para se livrarem das tensões do dia-a-dia?
Quem hoje, mesmo entre as classes menos favorecidas, sente-se satisfeito por possuir e usufruir de uma TV sem controle remoto? Bastou chegar ao mercado a TV de plasma de 40 “ para que as demais, ao perderem conceitualmente suas virtudes, contribuíssem para elevar esta última ao status de “necessidade”, um imperativo emocional que para satisfazê-lo, abdicando da razão, milhares de indivíduos se tornam inadimplentes e em seguida - por terem assumidos obrigações que seus orçamentos não comportam - estressados.
O homem, descuidadamente, está abdicando da própria razão ou, em última instância, a submete aos devaneios das próprias irreflexões, porque abraça idéias e afirmações - acreditando-as incontestes - que inúmeras vezes lhe “vendem gato por lebre”. Sim, ao dar preferência ao “adquira pronto” em detrimento do “faça você mesmo”, o indivíduo se propõe a dar plena acolhida ao que é dito pelos “outros”, sejam eles quem forem, sem se dar ao trabalho de perquirir se o que dizem merece credito.
· É dito, em algumas religiões de cunho cristão, que o homem não é responsável pelos seus atos truculentos, vez que é levado a cometê-los pelo demo.
· A ciência diz: muita gente se assusta com a fatura dolorosa do cartão de crédito e entra em estado de angústia quando percebe o valor dos gastos que fez no mês. Contudo, diz ela, antes de se deixar surrar pela culpa é de bom alvitre se inteirar do seguinte: gastar além da conta faz parte da natureza humana, porque as compras, na verdade, resultam de um processo químico-cerebral que foge à consciência do homem.
· O que é dito em relação aos milagres:
(1)-Lourdes é o mais famoso santuário mariano do mundo e, considerando que a primeira aparição a Bernadete aconteceu em 1858, tem quase 150 anos. Ao longo destes, foram incontáveis os milagres que ali ocorreram - de acordo com as afirmações fornecidas pelos fiéis dessa Santa.
Contra-partida:
Com o auxílio do “Bureau Medical de Lourdes” e do “Comitê Medical de Paris”, foi estimado que 300 milhões de peregrinos visitaram Lourdes entre 1858 e 2002, e que entre eles havia 20 milhões de enfermos em busca de uma cura. Todavia, no mesmo período, somente 66 milagres foram oficialmente contabilizados pela igreja. Isso equivale a 0,00033%, ou seja, a 3,3 por milhão.
No livro “Explicando os Milagres” – Dédalo – 2005 - Itália - Maurizio Magnani, o autor, compara estes milagres com as curas inexplicáveis que acontecem em qualquer hospital do mundo. O percentual dos “milagres hospitalares”, isto é, as pessoas que se curaram mesmo quando os médicos não acreditavam que isso pudesse acontecer, é 100 vezes superior ao de Lourdes.
(2)- Certo dia, um rapaz que sofria fortes dores provocadas por cálculos renais pediu a frei Galvão que o abençoasse para lhe tirar a dor. Compadecido, o Frei lembrou-se do infalível poder da Virgem Maria e, tomando um pequeno pedaço de papel, nele escreveu: “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta. Mãe de Deus intercede por nós”. Em seguida enrolou o papel na forma de uma minúscula pílula e pediu ao moço que a ingerisse. Este, após ingeri-la, curou-se.
Contra-partida:
Na década de 30, alguns cientistas descobriram que até pílulas de farinha tinham o poder de curar. Isso veio a ser chamado “efeito placebo”. Há muitas considerações a respeito, mas todas giram em torno das curas que determinados pacientes obtém quando são submetidos a uma terapêutica que substitui drogas farmacêuticas por inócuas pílulas de farinha ou açúcar.
Para pesquisar o efeito placebo, os cientistas arrolam voluntários e os dividem em dois grupos. Em um deles os pacientes são tratados com a medicação adequada enquanto no outro recebem um placebo, isto é, algo que imita a aparência e o sabor do remédio verdadeiro, mas que quimicamente é inativo. Como uma pílula de farinha, por exemplo.
Em 1955, em um artigo que ficou célebre, o americano Henry Beecher estimou que 35.5% das pessoas tratadas com placebo se curavam. Essa proporção se tornou um padrão aceito pela medicina. Estudos mais recentes, entretanto, mostraram que em alguns casos os índices de cura placebo chegam a 80%.
Durante décadas os cientistas tentaram entender quais eram as características das pessoas que respondiam positivamente ao placebo, mas terminaram aportando a conclusões opostas. “Trata-se de uma capacidade universal que todos temos”, disse o psiquiatra Walter Brown.
Em um estudo clássico feito no Japão em 1962, foram envolvidos 13 estudantes que eram alérgicos a hera venenosa. Os rapazes tiveram seus olhos vendados, e após isso, foram esfregadas em seus braços folhas de uma planta não tóxica enquanto os pesquisadores lhes diziam que se tratava da hera venenosa. Doze deles tiveram reação inflamatória.
Após alguns dias, os cientistas esfregaram nos braços dos mesmos rapazes a própria hera venenosa, afirmando, entretanto, que se tratava de uma planta não tóxica. Apenas dois deles sofreram a reação alérgica.
Em outra pesquisa feita nos Estados Unidos foram envolvidas 50 mulheres grávidas que experimentavam náuseas e vômito. O pesquisador Stewart Wolf deu a elas xarope de ipecacuanha, uma substância que por sua alta toxicidade deveria intensificar os sintomas. Mesmo assim lhes disse que se tratava de um poderoso agente contra o mal-estar. A maior parte das mulheres agiu de acordo com a fala de Wolf e melhorou. Até hoje, no mundo, a terapia placebo é praticada com sucesso por muitos médicos.

· Diz o Instituto Gallup: brasileiros e americanos com idade entre 30 e 49 anos que trabalham e tem filhos pequenos são as grandes vítimas do stress. Nada menos do que 50% da população nessa faixa etária relata estar constantemente sob tensão. O índice supera em cerca de 10% a média geral.
O stress excessivo a que esses homens e mulheres estão submetidos explica-se por uma conjunção de fatores. Com a conquista do mercado de trabalho, a mulher adiou a maternidade para depois dos 30 anos. E não há como negar que a chegada de um bebê é fator de mudanças profundas na vida de um casal. Ou seja, uma fonte de stress para ambos. Além disso, essa fase da vida é a da consolidação da carreira. Portanto, um período de desafios e preocupações. De outro, o fato de que manter uma criança pequena custa caro.
Contra-partida:
Ao estudarem os fatores que influem na longevidade e tentarem descobrir por que alguns eleitos chegam aos 100 anos, as pesquisas científicas costumam convergir em alguns pontos. A genética é determinante – a predisposição hereditária tem um peso de 20% a 30% sobre quanto se vive. Alimentar-se adequadamente e não fumar conta pontos. Desenvolver a espiritualidade e manter uma vida interior rica descobriu-se recentemente, concorre para avançar nos anos com saúde e boa disposição. Finalmente, para chegar aos 100 anos, ou perto disso, é preciso manter uma vida social ativa, conservando laços estreitos com a família, amigos ou vizinhos.
Os habitantes de Okinawa, Sardenha, Loma linda e da península de Nicoya também se mantém fisicamente ativos em idade muito avançada, fazendo caminhadas diárias, trabalhando no jardim, em hortas ou andando de bicicleta. Mas a característica que mais surpreendeu os pesquisadores foi o comportamento social dos habitantes idosos. Além de desenvolverem a espiritualidade e encarar a vida de maneira positiva, eles se dedicam a um intenso convívio social.
Fonte: Texto extraído da revista Veja de 14 de fevereiro de 2007

Será que a conclusão lógica é que os habitantes destas localidades superam a faixa dos cem anos porque ao viverem em plena harmonia não estão sujeitos ao stress? Claro que não, porque não existem famílias sem “ovelhas negras”, não há regiões isentas de desafios ou competitividades, assim como não existem coletividades sem que alguns de seus membros desrespeitem as leis. Além disso, como vimos, alguns matusaléns locais participaram da primeira e da segunda guerra mundial, foram policiais etc.etc.etc. Como diz o ditado, “todo o mundo é um só país”.
A razão com certeza é outra. Os cidadãos destas localidades, ao invés de submergirem diante de seus problemas, isto é, se envolverem em embaraços psíquicos, preservando sua racionalidade, os gerenciam.
Recentemente convidamos dois irmãos, cada um com a respectiva esposa, com o objetivo de ajudar o primeiro porque, mesmo tendo recebido a mesma educação e se ter formado na mesma universidade, vivia estressado enquanto o outro, ainda que enfrentasse problemas similares, conseguia não ser afetado por eles. Depois de um longo diálogo, solicitamos ao primeiro que inicialmente expusesse seus problemas e posteriormente seus males. Estes eram representados pela insônia, que lhe impedia de se manter lúcido durante o trabalho além de às vezes levá-lo a adormecer ao volante. Pressão alta e disritmia. Má digestão, infindáveis enxaquecas e dores na coluna, além da irritação constante que por redundância o levava a ter dificuldade de se relacionar com as pessoas incluindo a esposa e filhos.
Ouvido, convidamos o irmão (que meses antes havíamos ajudado), a falar a respeito da sua vida. Este, após expor suas dificuldades, tranqüilamente citou como via, interpretava e se relacionava com elas. Concluída a exposição, seu irmão lhe perguntou: Como você faz para administrar isso na sua cabeça?
Resposta: Primeiramente separo o que é meu do que não é, porque a maioria dos nossos problemas na verdade são de outros. No meu caso alguns têm origem em situações, como no trabalho, que fluem porque há muita rivalidade. Eu faço a minha parte da melhor forma possível, e se o resultado desta, devido ao desleixo dos demais participantes não é o melhor, deixo isso claro doa a quem doer. Por isso à noite durmo tranqüilo. Não me desgasto lutando contra as situações aflitivas, as aceito e com elas coexisto pacificamente, porque até onde sei, muda a razão social da empresa, o endereço e nome das pessoas que lá trabalham, mas os problemas são sempre os mesmos. Disse aceito, isso, porém não impede que continue perseguindo meus interesses estejam eles dentro ou fora da empresa onde trabalho. A mesma coisa faço com meus filhos. Sei que o casado tem problemas com a esposa, como estes são deles e não meus, não me envolvo e não me preocupo com eles. Aos menores, agora na adolescência, “dou a corda” necessária, mas, como a outra extremidade permanece na minha mão, os retenho quando julgo oportuno sem me importar se fazem ou não cara feia. Aceito e respeito suas personalidades, vez que jamais são iguais, e as cabeçadas que dão, assim como o sofrimento que lhe é pertinente, são deles, não minhas, porque enquanto menores os eduque para discernir entre o certo e o incerto.
Fiz minha parte, entretanto, permaneço sempre disponível para esclarecer e orientar quando há uma oportunidade ou me procuram com este fim. Contudo, jamais exijo que sigam meus conselhos.
Aprendi o que sei “batendo a cabeça”, porque é errando que se constrói o certo. Se como pai, preocupando-me, tirasse as “pedras de seu caminho antes que tropeçassem nelas”, eles, mesmo como adultos, jamais atingiriam o amadurecimento indispensável para se capacitarem a enfrentar os desafios a vida com algumas chances de sucesso.

CAP. XVI SAÚDE E LONGEVIDADE

Dissemos que o “Tônus Vital” não tem reposição, e por assim ser, devemos cuidar para nos mantermos psiquicamente equilibrados, caso contrário, na medida em que, por vivermos estressados, este se esgota, na mesma proporção se exaure também a capacidade defensiva do nosso sistema imunológico. Sem ele, como sabemos, não há como vencer inúmeras enfermidades que agridem a humanidade. Isso explica porque alguns chegam à decrepitude sem ter à idade cronológica correspondente, que outros faleçam em razão de problemas de senectude muito antes de se tornarem anciãos, enquanto uns poucos ultrapassam os 100 anos e ainda assim se mantém em plena forma... Sim, mesmo se o “Tônus Vital” não é renovável, como vimos, há outra energia que, desde que auferida diariamente sem interrupções, pode substituí-lo.
Mas, perguntarão alguns. Existe algum lugar nesse “palco de desafios” em que as pessoas não se estressam, ou se o fazem, renovam suas forças através de atividades físicas diárias para ultrapassar os 100 anos?
Vamos esclarecer, antes de continuarmos, que o que importa não é o lugar em que se vive, os sonhos que se acalentam ou a atividade que se exerce, aspectos que simulam a “arena em que todos se digladiam”, mas o “estado de ânimo”, ou seja, a “condição psíquica” que instituímos em nos mesmos. Em outras palavras, os “sentimentos” que definem nossas atitudes diante de quaisquer situações, visto que se desequilibrados - irracionais, por conseguinte - inevitavelmente acarretarão uma condição de stress seguida por algumas de suas conseqüências somáticas.

A busca pela receita para uma vida longa é tão antiga quanta a própria Humanidade. Inspirados pela longevidade dos habitantes de vilarejos isolados da ilha da Sardenha, na Itália, uma equipe internacional de demógrafos e geneticistas começa a apostar que entre os ingredientes para viver mais de 100 anos podem estar vinho, espaguete e uma peculiar seleção de genes.
A inspiração para a suposição tem nome. Chama-se Antonio Todde, que em 22 de janeiro completou 112 anos, tornando-se, segundo o "Guinness Book of Records", o homem mais velho do mundo. Mas Todde sozinho não motivou a atenção da ciência. O fato é que a Sardenha abriga o maior número comprovado de homens centenários.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisa do Envelhecimento dos Estados Unidos, a proporção de mulheres para homens centenários é de cinco para um. Mulheres vivem mais, supostamente, por fatores que variam de redução de nível de estresse, menor exposição a atividades perigosas, além de certa proteção natural.
Todavia, na Sardenha a realidade é outra. Lá as mulheres vivem bastante, cerca de 80 anos. Mas os homens centenários são mais freqüentes do que em qualquer outra parte do mundo. A proporção mulheres-homens de centenários é de dois para um.
Exemplo disso são os irmãos Brundu, da vila de Erula, não muito longe da terra natal de Todde, o vilarejo de Tiana, escondido no meio das montanhas sardas. Pietro e Antonio Brundu têm, respectivamente, 103 e 101 anos.
O que mais intriga especialistas em centenários como o demógrafo Claudio Franceschi, da Universidade de Bolonha (curiosamente a mais antiga universidade do mundo), é o fato de Todde, os Brundu e todos os demais anciãos da Sardenha estarem longe do perfil de vida saudável esperado em gente tão velha.
Os Brundu, por exemplo, são fumantes inveterados. Vinho e generosas refeições a base de massa são comuns à mesa de todos os centenários da Sardenha. Suas vilazinhas montanhosas são pacatas, mas a história de suas vidas inclui a participação na juventude em uma ou duas guerras mundiais.
Antonio Brundu gosta de lembrar as aventuras do tempo em que era policial, há 50 anos. Tanto ele quanto Todde, lúcidos e com saúde razoável para a idade, costumam atribuir a longevidade à dieta de massa regada a vinho e ao otimismo. Os cientistas lembram, todavia, que só uma ínfima parcela da Humanidade, incluídos aí os otimistas, vive o suficiente para soprar as velas do bolo de aniversário de 100 anos.
Por conta disso, Franceschi e James Vaupel, diretor do Instituto para Pesquisa Demográfica do Instituto Max Planck, em Rostock, na Alemanha, acreditam que um certo perfil genético pode estar por trás dos matusaléns da Sardenha. Vaupel imagina que ao estudar o que fez Todde e seus compatriotas viverem tanto pode ajudar mais gente a viver mais.
"Centenários são pioneiros das fronteiras da sobrevivência. Estudando esses pioneiros podemos descobrir como chegaram à idade tão extrema, talvez ajudando outras pessoas a viver mais também", disse Vaupel à revista americana "Science".
Outros lugares, como cidadezinhas dos Andes e a ilha de Okinawa, no Japão, são conhecidos por terem razoável número de centenários. Todavia, os registros oficiais são falhos e é impossível ter certeza sobre os dados. Na ilha mediterrânea, há registros confiáveis desde o século XVII.
Embora acredite que exista um forte componente ambiental, isto é, a vida na bonita e tranqüila Sardenha, Vaupel aposta que certas variações genéticas podem ter contribuído para a longevidade dos homens sardos. Opinião semelhante tem Gianni Pes e Ciriaco Carru, da Universidade de Sassari, que fizeram um levantamento do estilo de vida de cem centenários da Sardenha.
Fonte: “NotizieItalia” - 18/04/2001

Vaupel aposta que certas variações genéticas podem ter contribuído para a longevidade dos homens sardos. Mas, o que prova as variações genéticas? Se consultássemos um geneticista, responderia que nessa região, em um tempo passível de ser avaliado, um grupo de ancestrais dos atuais habitantes, no processo de adaptação, desenvolveu e aprimorou, misturando entre si, um gene que consentiu a quem o possuísse ultrapassar a barreira dos 100. Hoje, alguns de seus descendentes, isto é, aqueles que o tem em seu genoma, salvaguardadas determinadas condições, conseguem superar este nível de ancianidade.
O genoma é a informação hereditária de um organismo que está codificada no seu ADN (inclui tanto os genes como as chamadas seqüências não codificadoras), e na população do planeta, segundo os investigadores norte-americanos que mapearam as variações genéticas mais comuns, é idêntico em 99,9%. O 0,1% restante, segundo a mesma fonte, determinaria, além das características individuais como a forma da face, a cor dos olhos e dos cabelos etc., os riscos de doenças. Todavia, a maioria dos problemas de saúde, como a diabetes, a depressão ou as doenças cardiovasculares - segundo os mesmos cientistas - resultariam de uma interação complexa de numerosos genes além de fatores exógenos (que se formam no psicossoma), determinados pelo ambiente e os hábitos de vida.
O sexo, como veremos a seguir, não serve tão somente para que a humanidade se reproduza. Enquanto a maioria dos organismos inferiores não necessita dele, e entre estes, além de muitas plantas, aproximadamente 43 mil espécies conhecidas de vertebrados (entre eles alguns peixes, répteis e anfíbios), os mamíferos claramente lhe são subordinados e existem duas explicações para isso. Enquanto a primeira diz que o sexo serve para misturar os genes e favorecer a evolução e a salvaguarda da espécie, a segunda, mais recente, é a que vê no ato sexual uma atividade para “reparar” o DNA.
A primeira explicação, correspondendo ao modelo até agora aceito, o de Lucrezio-Weisman-Fisher-Muller, diz que a reprodução sexual favorece a contínua mistura dos genes, e, por conseguinte, as características que neles são codificadas. Em outras palavras, aumenta a biodiversidade, a mistura dos genes necessária para que as próximas gerações não corram determinados riscos. Para sermos mais claros, eventuais mutações ambientais que, por serem desfavoráveis, só permitem que os mais fortes se adaptem a elas, durante a fase de acomodação “ajustariam” determinados genes os quais, ao serem transmitidos aos filhos, os tornariam aptos a enfrentá-las sem maiores riscos. Hoje, porém, prevalece um segundo modelo, aquele que havia sido intuído por Platão, retomado por Freud, desenvolvido por Maynard Smith e divulgado por Michod em “Eros and evolution” que propõe que o sexo serve para reparar o DNA. Tratar-se-ia de um “instrumento” para consentir uma reprodução “atualizada” todas as vezes que as células sexuais (as gametas), são ativadas. Assim, a cada ato sexual o DNA seria reprogramado e fortalecido, logo, adequado às mudanças ambientais existentes. Dessa forma, em cada período os filhos nasceriam com as características biológicas adequadas para se adaptarem as condições ambientais existentes. Esta seria a formula que a natureza utiliza para garantir a continuidade evolutiva das espécies sexuadas e a descontinuidade das assexuadas.
Anos atrás, em 1965, o prêmio Nobel de fisiologia François Jacob, um dos descobridores do RNA-mensageiro - uma molécula que atua como intermediária na síntese de proteínas comandada pelos genes, notou que a natureza mais do que “reparar”, “recicla”, e escreveu isso no seu livro “la logique du vivant, une Histoire de l´Héredité”.
O homem é composto por bilhões de células diferenciadas em cerca de 200 tipos que se reconduzem a duas únicas linhas: a somática, isto é, sangue, coração, cérebro pele etc., responsável pela vida do organismo e a sexual: gametas (espermatozóides nos machos e óvulos nas fêmeas), responsáveis pelo sexo e reprodução.
Cada célula é repleta de proteínas: RNA etc., mas tem um único DNA. Este, depois de fazer a sua parte, permanece em repouso porque faz trabalhar suas cópias de reserva, e são estas que garantem a continuidade de suas funções. O DNA é “finito” porque vive só uma vida nas células somáticas, enquanto que nos gametas se perpetua vez que passa de uma geração para outra.
O DNA de cada célula humana contém três bilhões de “cartas” combinadas com palavras diferentes: quatro de base azotada, A,C,G e T, em uma infinidade de combinações diferentes, todas muitos sensíveis porque radiações e substanciam químicas ceifam diariamente milhares delas. Desta forma, alterações de estrutura, mutações ou alterações de seqüência etc. se acumulam, causando enfermidades genéticas e acelerando o processo de envelhecimento. Danos que a célula somática continuamente repara se são poucos, ativa um programa de suicídio celular, resguardando o organismo, se são muitos e se forem demais pode comandar a eclosão de um câncer ou outra enfermidade terminal qualquer.

Na revista “National Geographic” (Itália) de novembro de 2005 foi publicado que nas ilhas japonesas de Okinawa, nas montanhas da Sardenha, na Itália e nas comunidades adventistas do Sétimo Dia de Loma Linda, nos EUA, vivem algumas das pessoas mais idosas do planeta. Estes centenários extraordinariamente ativos e gozando ótima saúde possuem um segredo que foge à maioria dos mortais.


Esta noticia, pos sua vez, foi reportada pelo jornal inglês “Daily Mail” depois que enviou um correspondente a Silanus, província Sarda de Nuoro, para ver o fenômeno e colher a opinião do Professor Luca Deiana da Universidade de Sassari que há mais de dez anos estudava o fenômeno. Seus estudos revelaram que os habitantes locais possuem uma estrutura de DNA similar porque há milhares de anos permanecem no local, e adiciona: “o estilo de vida, ou seja, trabalhar 364 dias por ano, não se aposentar antes dos noventa, observar uma dieta a base de legumes, verduras, frutas e alguns copos de vinho tinto diários, além dos fatores ambientais, é o responsável pela longevidade. Estas pessoas, em suas existências jamais experimentaram o stress. A vida nesse local é simples, por conseguinte tranqüila e serena. As pessoas tem fé, estão sujeitas a um índice de enfermidades inferior à média e, visto que no local não há atrações como nas cidades, convivem muito umas com as outras Mas, indubitavelmente, são estes aspectos que contribuem para a longevidade”, diz o Dr. Deiana. Sim, a tese do Dr. Deiana é confirmada por inúmeras pesquisas e esta é uma delas.

Pesquisas recentes dão respaldo científico a uma crença que, divulgada no Ocidente pelo pessoal da paz-e-amor, está na base de filosofias orientais milenares – a que uma mente apaziguada ajuda a prevenir doenças, acelera a recuperação física e até cura. O contrário também se revelou verdadeiro. Pensamentos e sentimentos negativos contribuem para o surgimento de moléstias e atrapalham o restabelecimento de um doente. Rancor, hostilidade, ressentimento e angústia podem estar na origem de distúrbios cardíacos, hipertensão, depressão, ansiedade, insônia, enxaqueca e infertilidade. Além disso, o peso dos sentimentos ruins debilita o sistema imunológico, fazendo com que o organismo se torne um alvo fácil de infecções, alergias, e doenças auto-imues como a artrite reumática.
Um dos maiores investigadores do poder da mente sobre a saúde é o cardiologista americano Herbert Benson, da Universidade de Harvard, autor do livro “Medicina Espiritual”. Pesquisas conduzidas por ele mostram que, em media, 60% das consultas medicas poderiam ser evitadas, caso as pessoas usassem sua capacidade mental para combater naturalmente tensões que são causadoras de problemas físicos.
A meditação demonstra Benson, figura entre as maneiras mais efetivas de fortalecer a mente. Meditar, no caso, não significa pensar detidamente sobre um determinado assunto ou aspecto da vida. Quer dizer o contrário: não pensar em nada durante uma certa parte do dia. É dessa forma, esvaziando a mente das atribulações cotidianas, que os monges budistas tentam atingir o nirvana – aquele estado de absoluta suspensão do ego através do qual se consegue escapar das aflições que costumam tumultuar o cérebro da maioria das pessoas, prejudicando sua saúde. Para os seguidores de Buda, esse é o supra-sumo do conhecimento e da felicidade.
Num de seus estudos, Benson acompanhou durante cinco anos pacientes que aprenderam a meditar para tentar controlar doenças coronárias crônicas e outros problemas. Ele notou que os que meditavam de maneira disciplinada, todos os dias, tiveram taxas de recuperação superiores às do grupo de doentes que não levaram a sério a prescrição. O médico americano também verificou que, graças à técnica, metade dos homens com baixo número de espermatozóides por efeito do stress havia melhorado sua produção. Outro dado impressionante é que quase 50% das mulheres com infertilidade associada a dificuldades psicológicas conseguiram engravidar.
Um dos mais famosos estudos sobre o assunto é de autoria do radiologista Andrew Newberg, da Universidade da Pensilvânia. Ele demonstrou que o transe religioso interfere no funcionamento de certas estruturas cerebrais. Para chegar a esta conclusão, Newberg monitorou, através de tomografias computadorizadas e uso de contrastes, o momento exato em que monges budistas e freiras católicas mostravam estar em contato com o que consideravam uma esfera divina – eles, por intermédio das mais profunda meditação; elas, por meio de fervorosas orações. O pesquisador notou uma desativação quase total da área do cérebro responsável pelo senso de orientação. Isso resulta na sensação prazerosa de que se está desligando do corpo físico. O desligamento cerebral captado por Newberg é a prova material do que mais próximo existe no nirvana budista, do qual já se falou e dos êxtases de que a literatura católica é repleta.
Fonte: revista Veja de 28 de maio 2003

Inversamente, longe da Sardenha e das demais regiões de centenários, os que jamais o serão, residam onde residirem: nos recantos mais afastados, em pequenas cidades ou nos grandes centros, independentemente da condição socioeconômica de que desfrutam, continuam se lamuriando porque em sua ânsia de se locupletar esquecem que os haveres de que hoje dispõem, por poucos ou muitos que sejam, são sempre maiores daqueles que tiveram em épocas anteriores. Destarte, tendem a se habituar com imódica facilidade, vítimas do processo de evolução social, ao que lhe é vantajoso, agradável, cômodo e confortável. Só que, ao invés de adequar-se pacientemente aos tempos que cada uma de suas realizações requer, se insurgem contra o processo natural de “trabalha, poupa adquire” porque exigem tudo já e agora. Como isso jamais acontece, o “pedágio” que são obrigados a pagar por terem desaprendido a aguardar a vez, é a exasperação e o conseqüente stress.
Vivendo nessa “atmosfera de modernidade”, preferenciam o “adquira pronto” em detrimento do “faça você mesmo”, aplicando esse conceito à maioria das atitudes que o dia-a-dia exige que assumam. A título de exemplo citamos as senhoras que (ao invés de se “desgastar” na cozinha como faziam suas genitoras) adquirem alimentos prontos ou semiprontos para ter mais tempo para o lazer...Cabeleireiro, Shopping, bingos com amigas etc., jactando-se, depois disso, que sua opção é imprescindível para se livrarem das tensões do dia-a-dia?
Quem hoje, mesmo entre as classes menos favorecidas, sente-se satisfeito por possuir e usufruir de uma TV sem controle remoto? Bastou chegar ao mercado a TV de plasma de 40 “ para que as demais, ao perderem conceitualmente suas virtudes, contribuíssem para elevar esta última ao status de “necessidade”, um imperativo emocional que para satisfazê-lo, abdicando da razão, milhares de indivíduos se tornam inadimplentes e em seguida - por terem assumidos obrigações que seus orçamentos não comportam - estressados.
O homem, descuidadamente, está abdicando da própria razão ou, em última instância, a submete aos devaneios das próprias irreflexões, porque abraça idéias e afirmações - acreditando-as incontestes - que inúmeras vezes lhe “vendem gato por lebre”. Sim, ao dar preferência ao “adquira pronto” em detrimento do “faça você mesmo”, o indivíduo se propõe a dar plena acolhida ao que é dito pelos “outros”, sejam eles quem forem, sem se dar ao trabalho de perquirir se o que dizem merece credito.
· É dito, em algumas religiões de cunho cristão, que o homem não é responsável pelos seus atos truculentos, vez que é levado a cometê-los pelo demo.
· A ciência diz: muita gente se assusta com a fatura dolorosa do cartão de crédito e entra em estado de angústia quando percebe o valor dos gastos que fez no mês. Contudo, diz ela, antes de se deixar surrar pela culpa é de bom alvitre se inteirar do seguinte: gastar além da conta faz parte da natureza humana, porque as compras, na verdade, resultam de um processo químico-cerebral que foge à consciência do homem.
· O que é dito em relação aos milagres:
(1)-Lourdes é o mais famoso santuário mariano do mundo e, considerando que a primeira aparição a Bernadete aconteceu em 1858, tem quase 150 anos. Ao longo destes, foram incontáveis os milagres que ali ocorreram - de acordo com as afirmações fornecidas pelos fiéis dessa Santa.
Contra-partida:
Com o auxílio do “Bureau Medical de Lourdes” e do “Comitê Medical de Paris”, foi estimado que 300 milhões de peregrinos visitaram Lourdes entre 1858 e 2002, e que entre eles havia 20 milhões de enfermos em busca de uma cura. Todavia, no mesmo período, somente 66 milagres foram oficialmente contabilizados pela igreja. Isso equivale a 0,00033%, ou seja, a 3,3 por milhão.
No livro “Explicando os Milagres” – Dédalo – 2005 - Itália - Maurizio Magnani, o autor, compara estes milagres com as curas inexplicáveis que acontecem em qualquer hospital do mundo. O percentual dos “milagres hospitalares”, isto é, as pessoas que se curaram mesmo quando os médicos não acreditavam que isso pudesse acontecer, é 100 vezes superior ao de Lourdes.
(2)- Certo dia, um rapaz que sofria fortes dores provocadas por cálculos renais pediu a frei Galvão que o abençoasse para lhe tirar a dor. Compadecido, o Frei lembrou-se do infalível poder da Virgem Maria e, tomando um pequeno pedaço de papel, nele escreveu: “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta. Mãe de Deus intercede por nós”. Em seguida enrolou o papel na forma de uma minúscula pílula e pediu ao moço que a ingerisse. Este, após ingeri-la, curou-se.
Contra-partida:
Na década de 30, alguns cientistas descobriram que até pílulas de farinha tinham o poder de curar. Isso veio a ser chamado “efeito placebo”. Há muitas considerações a respeito, mas todas giram em torno das curas que determinados pacientes obtém quando são submetidos a uma terapêutica que substitui drogas farmacêuticas por inócuas pílulas de farinha ou açúcar.
Para pesquisar o efeito placebo, os cientistas arrolam voluntários e os dividem em dois grupos. Em um deles os pacientes são tratados com a medicação adequada enquanto no outro recebem um placebo, isto é, algo que imita a aparência e o sabor do remédio verdadeiro, mas que quimicamente é inativo. Como uma pílula de farinha, por exemplo.
Em 1955, em um artigo que ficou célebre, o americano Henry Beecher estimou que 35.5% das pessoas tratadas com placebo se curavam. Essa proporção se tornou um padrão aceito pela medicina. Estudos mais recentes, entretanto, mostraram que em alguns casos os índices de cura placebo chegam a 80%.
Durante décadas os cientistas tentaram entender quais eram as características das pessoas que respondiam positivamente ao placebo, mas terminaram aportando a conclusões opostas. “Trata-se de uma capacidade universal que todos temos”, disse o psiquiatra Walter Brown.
Em um estudo clássico feito no Japão em 1962, foram envolvidos 13 estudantes que eram alérgicos a hera venenosa. Os rapazes tiveram seus olhos vendados, e após isso, foram esfregadas em seus braços folhas de uma planta não tóxica enquanto os pesquisadores lhes diziam que se tratava da hera venenosa. Doze deles tiveram reação inflamatória.
Após alguns dias, os cientistas esfregaram nos braços dos mesmos rapazes a própria hera venenosa, afirmando, entretanto, que se tratava de uma planta não tóxica. Apenas dois deles sofreram a reação alérgica.
Em outra pesquisa feita nos Estados Unidos foram envolvidas 50 mulheres grávidas que experimentavam náuseas e vômito. O pesquisador Stewart Wolf deu a elas xarope de ipecacuanha, uma substância que por sua alta toxicidade deveria intensificar os sintomas. Mesmo assim lhes disse que se tratava de um poderoso agente contra o mal-estar. A maior parte das mulheres agiu de acordo com a fala de Wolf e melhorou. Até hoje, no mundo, a terapia placebo é praticada com sucesso por muitos médicos.

· Diz o Instituto Gallup: brasileiros e americanos com idade entre 30 e 49 anos que trabalham e tem filhos pequenos são as grandes vítimas do stress. Nada menos do que 50% da população nessa faixa etária relata estar constantemente sob tensão. O índice supera em cerca de 10% a média geral.
O stress excessivo a que esses homens e mulheres estão submetidos explica-se por uma conjunção de fatores. Com a conquista do mercado de trabalho, a mulher adiou a maternidade para depois dos 30 anos. E não há como negar que a chegada de um bebê é fator de mudanças profundas na vida de um casal. Ou seja, uma fonte de stress para ambos. Além disso, essa fase da vida é a da consolidação da carreira. Portanto, um período de desafios e preocupações. De outro, o fato de que manter uma criança pequena custa caro.
Contra-partida:
Ao estudarem os fatores que influem na longevidade e tentarem descobrir por que alguns eleitos chegam aos 100 anos, as pesquisas científicas costumam convergir em alguns pontos. A genética é determinante – a predisposição hereditária tem um peso de 20% a 30% sobre quanto se vive. Alimentar-se adequadamente e não fumar conta pontos. Desenvolver a espiritualidade e manter uma vida interior rica descobriu-se recentemente, concorre para avançar nos anos com saúde e boa disposição. Finalmente, para chegar aos 100 anos, ou perto disso, é preciso manter uma vida social ativa, conservando laços estreitos com a família, amigos ou vizinhos.
Os habitantes de Okinawa, Sardenha, Loma linda e da península de Nicoya também se mantém fisicamente ativos em idade muito avançada, fazendo caminhadas diárias, trabalhando no jardim, em hortas ou andando de bicicleta. Mas a característica que mais surpreendeu os pesquisadores foi o comportamento social dos habitantes idosos. Além de desenvolverem a espiritualidade e encarar a vida de maneira positiva, eles se dedicam a um intenso convívio social.
Fonte: Texto extraído da revista Veja de 14 de fevereiro de 2007

Será que a conclusão lógica é que os habitantes destas localidades superam a faixa dos cem anos porque ao viverem em plena harmonia não estão sujeitos ao stress? Claro que não, porque não existem famílias sem “ovelhas negras”, não há regiões isentas de desafios ou competitividades, assim como não existem coletividades sem que alguns de seus membros desrespeitem as leis. Além disso, como vimos, alguns matusaléns locais participaram da primeira e da segunda guerra mundial, foram policiais etc.etc.etc. Como diz o ditado, “todo o mundo é um só país”.
A razão com certeza é outra. Os cidadãos destas localidades, ao invés de submergirem diante de seus problemas, isto é, se envolverem em embaraços psíquicos, preservando sua racionalidade, os gerenciam.
Recentemente convidamos dois irmãos, cada um com a respectiva esposa, com o objetivo de ajudar o primeiro porque, mesmo tendo recebido a mesma educação e se ter formado na mesma universidade, vivia estressado enquanto o outro, ainda que enfrentasse problemas similares, conseguia não ser afetado por eles. Depois de um longo diálogo, solicitamos ao primeiro que inicialmente expusesse seus problemas e posteriormente seus males. Estes eram representados pela insônia, que lhe impedia de se manter lúcido durante o trabalho além de às vezes levá-lo a adormecer ao volante. Pressão alta e disritmia. Má digestão, infindáveis enxaquecas e dores na coluna, além da irritação constante que por redundância o levava a ter dificuldade de se relacionar com as pessoas incluindo a esposa e filhos.
Ouvido, convidamos o irmão (que meses antes havíamos ajudado), a falar a respeito da sua vida. Este, após expor suas dificuldades, tranqüilamente citou como via, interpretava e se relacionava com elas. Concluída a exposição, seu irmão lhe perguntou: Como você faz para administrar isso na sua cabeça?
Resposta: Primeiramente separo o que é meu do que não é, porque a maioria dos nossos problemas na verdade são de outros. No meu caso alguns têm origem em situações, como no trabalho, que fluem porque há muita rivalidade. Eu faço a minha parte da melhor forma possível, e se o resultado desta, devido ao desleixo dos demais participantes não é o melhor, deixo isso claro doa a quem doer. Por isso à noite durmo tranqüilo. Não me desgasto lutando contra as situações aflitivas, as aceito e com elas coexisto pacificamente, porque até onde sei, muda a razão social da empresa, o endereço e nome das pessoas que lá trabalham, mas os problemas são sempre os mesmos. Disse aceito, isso, porém não impede que continue perseguindo meus interesses estejam eles dentro ou fora da empresa onde trabalho. A mesma coisa faço com meus filhos. Sei que o casado tem problemas com a esposa, como estes são deles e não meus, não me envolvo e não me preocupo com eles. Aos menores, agora na adolescência, “dou a corda” necessária, mas, como a outra extremidade permanece na minha mão, os retenho quando julgo oportuno sem me importar se fazem ou não cara feia. Aceito e respeito suas personalidades, vez que jamais são iguais, e as cabeçadas que dão, assim como o sofrimento que lhe é pertinente, são deles, não minhas, porque enquanto menores os eduque para discernir entre o certo e o incerto.
Fiz minha parte, entretanto, permaneço sempre disponível para esclarecer e orientar quando há uma oportunidade ou me procuram com este fim. Contudo, jamais exijo que sigam meus conselhos.
Aprendi o que sei “batendo a cabeça”, porque é errando que se constrói o certo. Se como pai, preocupando-me, tirasse as “pedras de seu caminho antes que tropeçassem nelas”, eles, mesmo como adultos, jamais atingiriam o amadurecimento indispensável para se capacitarem a enfrentar os desafios a vida com algumas chances de sucesso.

CAP. XIV TÔNUS VITAL, CHI OU HOMEOESTASE

Á muitos anos um pesquisador russo, o Doutor Kirlian, desenvolveu uma máquina para fotografar a aura dos corpos físicos. Hoje, esta metodologia não só é sobejamente conhecida, mas utilizada no mundo inteiro. As fotos por ela feitas demonstram (para silenciar os que afirmam que se alguém diz que o corpo humano é energético é um charlatão) que não só os seres humanos ou animais a possuem, mas todos os corpos, sejam eles sólidos, líquidos ou gasosos, pelos simples fatos que tudo na Terra (como em qualquer parte do universo), foi moldado a partir da energia que se desprendeu do “Big Bang”. Estes são alguns exemplos.


Cristal (mineral) Mão humana Folha Maçã

Em verdade, considerando que toda célula em ação é uma unidade viva, que opera a guisa de motor microscópico sempre em conexão com a mente, que é a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitam radiações, e que estas radiações se articulem, através de sinergias funcionais, a se constituírem de recursos que podemos nomear por “tecidos de força”, em tornos dos corpos que as exteriorizam.
Todos os seres vivos, por isso, dos mais rudimentares aos mais complexos, se revestem de um “halo energético” que lhes corresponde à natureza.
No homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento continuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, ao derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo, nome que lhe é atribuído por algumas escolas espiritualistas, isto é, uma “duplicata mais ou menos radiante da criatura”.
Nas reentrâncias e ligações sutis dessa túnica eletromagnética de que o homem se reveste, circula o pensamento, colorindo-a com as vibrações e imagens de que se constitui, ai exibindo, em primeira mão, as solicitações e os quadros que improvisa, antes de irradiá-los no rumo dos objetos e das metas que demanda.

Aura humana
Aí temos, nessa conjugação de forças físico-químicas-mentais, a aura humana peculiar a cada indivíduo, interpenetrando-o, ao mesmo tempo que parece emergir dele, à maneira de campo evóide, não obstante a feição irregular em que se configura, valendo por espelho sensível em que todos os estados da alma se estampam com sinais característicos e em que todas as idéias se evidenciam, plasmando telas vivas, quando perduram em vigor e semelhança, como no cinematografo comum.
Fotosfera psíquica, entretecida em elementos dinâmicos, atende à cromática variada segundo a onda mental que emitimos, retratando-nos todos os pensamentos em cores e imagens que nos respondem aos objetivos e escolhas, sejam enobrecedores ou deprimentes.
A aura é, portanto, a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas Inteligências Superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins e temidos ou hostilizados, ou ainda amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa.
Compreende-se através desse exemplo que ao pensar, ou melhor, ao gerar imagens, isto é, moldes mentais, cada indivíduo submete a si mesmo ao prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, bem-estar ou doença. Não como meras abstrações, mas como um ”status quo” verdadeiro que está sujeito a se acentuar progressivamente, não só pela continua emissão dos mesmos fluidos mentais que se materializam na proporção em que persiste em sustentá-los (ou descontroladamente na fase da morbidez), mas porque através destes estados de mentação indutiva são atraídos os agentes de luz ou sombra, vitória ou derrota, de infortúnio ou felicidade, que são representados seja pelas frações de formas-pensamento similares de emissão de nossos semelhantes - que pela lei de afinidade se agregam, ou por aquelas que são geradas por entidades que, por comungar os mesmos pensamentos, a ele se acrisolam.
Assim sendo, independentemente do momento “oposto” que vivemos, ou da situação “avessa” em que nos encontramos, nosso pensamento, por ser o dínamo gerador da energia que se emprenha nas reentrâncias e ligações sutis da túnica eletromagnética de que nos revestimos, colora com as vibrações e imagens de que se constitui nossa aura, impelindo-nos dessa maneira a caminhar seguros rumo a dias melhores - desde que confiante, ou a permanecer atados a amargura - se pessimistas.
Sim, o pensamento contínuo - um fluxo energético incessante, é impregnado de um poder criador inimaginável. Nasce das profundezas da mente - devido a razões que permanecem inacessíveis, permitindo que a criatura, pensando, crie sobre a propria criação. E, após nascer, eis a corrente mental que se espraia sobre o cosmo celular em que se manifesta, mantendo a fábrica admirável das unidades organicas, através da inervação visceral e somatica, a se constituírem pelo arco reflexo espinhal, bem como pelos centros e vias de coordenação superiores a partir do conjunto talâmico e hipotalâmico.
Nesta conjugação de forças físico-químicas-mentais que compõem a aura humana, um de seus elementos é especial, tão exclusivo que, quando em um indivíduo se esgota, simultaneamente se lhe extingue a vida: na filosofia Oriental é chamado ”CHI”, no jargão dos fisiologistas da medicina Ocidental ”Homeostase” e na medicina espiritual ”Tônus Vital”.

CHI é uma palavra chinesa que significa "Energia Natural do Universo”. Esta energia, no entanto, é espiritual, uma vez que integra o sistema metafísico universal. Os iniciados no CHI afirmam que podem provar sua existência porque através dele curam pessoas.
Chi-Kung é a "ciência ou prática" do CHI, que pode ser entendido como um campo de energia magnética envolvendo o corpo. A saúde, física ou mental pode ser preservada manipulando-se o CHI, seja através da respiração, de determinados movimentos ou pela ação da vontade.

Homeostase é um termo que foi cunhado em 1932 por Walter Cannon Bradford (1871 -1945) a partir do grego “homeo”(similar) e “stasi”(estático), um fisiologista e médico americano nascido em Prairie du Chien - Wisconsin, e conhecido por uma série de investigações experimentais no processo de digestão, no sistema nervoso e nos mecanismos que regulam o corpo.
Formou-se em medicina na Harvard University, onde se tornou professor de fisiologia e serviu como chefe do departamento de fisiologia de 1906 a 1942. Em 1896 iniciou suas investigações e, um ano depois do físico alemão Wilhelm Roentgen descobrir os raios X, os utilizou para observar o processo de digestão animal em laboratório. Usando um instrumento chamado fluoroscope, observou as transformações sofridas pelos alimentos através do corpo e, empregando principalmente meios cirúrgicos e químicos, pesquisou a respeito do comportamento do coração, do sistema nervoso e da glândula adrenal nas circunstâncias não naturais como medo, perigo, trauma etc. Cannon, ainda, foi Presidente da American Physiological Society de 1914 a 1916 e ao longo da sua vida escreveu vários livros sobre medicina.
O corpo humano é composto por vários sistemas e orgãos - cada um constituído por milhões de células, células estas que necessitam serem mantidas estáveis para, trabalhando em consonância com suas obrigações, garantirem a cada indivíduo uma vida saudável.
Segundo a teoria celular, as células são microscopicos cubículos nos quais acontecem reações vitais, sendo que do ponto de vista químico, a vida só existe devido a um sem número de reações precisas e ordenadas que consentem que haja a passagem de energias de uma célula para outra. Homeostase, assim sendo, é o nome que é atribuído ao “equilíbrio” que garante que cada célula prossiga trabalhando no seu padrão ideal para que as reações mencionadas permaneçam constantes.
O termo Homeostase - ratificando - é empregado para indicar o “sistema funcional ideal” que auto-gerencía não somente homens e animais, mas todos e quaisquer “espaços in natura” (de um oasis no deserto à floresta Amazonica, por exemplo, assim como o planeta Terra e demais corpos celestes), com a propriedade, consequentemente, de manter estável a condição de “vida” de cada um. De que forma? Ajustando, sempre que forçoso (mediante os múltiplos possíveis ajustes dos equilibrios dinâmicos), cada um destes “ambientes” de modo a lhe garantir, pelo tempo que as leis da natureza permitem, as condições ideais.
Entretanto - mesmo se a medicina Ocidental ainda não se deu conta disso, a Homeostase (equílíbrio) só prossegue operacional enquanto na aura humana aquele elemento chamado ”CHI” ou “Tônus Vital” estiver presente. Ou, mesmo presente, se não estiver bloquedo devido a desequíbrios psiquicos, influências espirituais ou excessos de qualquer natureza. Nesse caso, para disponibilizá-lo novamente, são indispensáveis determinadas ações mentais.
Homeostase da regulação térmica:
Os músculos esqueléticos tremem para produzir calor quando a temperatura corporal é muito baixa. Outra forma automática de gerar calor é o metabolismo (o calor produzido pela queima de gorduras dos Esquimos é um exemplo), enquanto que o excesso de calor é combatido pelo suor porque o arrefece por evaporação.
Homeostase da regulação química:
O Pancreas produz insulina e glucagon para regular a concentração de açucar no sangue. Os pulmões absorvem o oxigênio e excretam dióxido de carbono, enquanto os rins eliminam ureia e regulam as concentrações da água e grande variedade de ions.
Entretanto, quando a “velocidade da ação destrutiva” do homem, suplanta a celeridade de autorecuperação do sistema Homeostase (na Terra queimadas, emissão de poluentes, extração indiscriminada etc., e no homem, fumo de cigarro, drogas, alcoolismo, alimento inadequado ou até excesso de medicamentos), inevitavelmente chega o momento em que não há mais restauração...Bem, se olharmos ao nosso redor, veremos que é aterrorizante o número de pacientes que não mais respondem ao tratamento médico e o estado debilitado em que se encontra o nosso planeta.
A Hipótese Gaia (chamada também Teoria de Gaia) é uma tese que sustenta que o planeta Terra pode ser comparado a um ser vivo. A hipótese foi apresentada em 1969 pelo investigador britânico James E. Lovelock, quando afirmou que a biosfera do planeta é capaz de gerar, manter e regular suas próprias condições de meio-ambiente.
Para chegar a essas conclusões, o cientista britânico e a bióloga americana Lynn Margulis, analisaram pesquisas que comparavam a atmosfera da Terra com a de outros planetas, propondo, em seguida, que é a “vida da Terra” que cria as condições para a sua própria sobrevivência, e não o contrário, como as falidas teorias tradicionais continuam sugerindo (falidas porque os resultado que advieram delas deixaram o nosso planeta no lastimoso estado em que se encontra).
A hipótese Gaia, mesmo se ainda é vista com descrédito pela comunidade científica internacional, começa a encontrar simpatizantes entre alguns pesquisadores, grupos ecológicos e, como não poderia deixar de ser, místicos. O nome foi escolhido para homenagear a deusa grega da Terra: Gaia.
Lembramos, entretranto, que como qualquer outro “ser vivente”, as estrelas também nascem (se formam pela aglutinação de gás e poeira cósmica no interior de nebulosas), e quando se esgota o tempo que a natureza lhe deu (depois de consumir os elementos químicos que a mantém viva), morrem (implodem violentamente).

No entanto, ainda se ao vir ao mundo, todos os “seres” recebem da mãe Natureza o quinhão que merecem “do elemento” que lhe sustenta a vida, numerosos são os que, por fraquejarem diante dos ”opostos” que abrolham no seu dia-a-dia, e das tentações que desandam em vicios, perdendo-o velozmente, se tornam vítimas fatais até daquelas enfermidades menos agressivas.
Sim, quando sob o estímulo de perturbações externas o hipotálamo libera o CRH (Corticotropin Releasing Hormone), e este, agindo sobre a hipófise (uma glândula do cérebro) lhe faz segregar o adrenocorticotrópico (ACTH), que por sua vez, obrando sobre o córtex adrenal, o incita a segregar o cortisol (o hormônio do stress), se dá uma desestabilização no cérebro (núcleo nervoso e sede da sensibilidade consciente e atividade psíquica) que, para ser administrada, exige um consumo anormal de ”Tônus Vital”.
Em que momento inicia a desestabilização? Quando a criatura em decorrência de um impasse psíquico não resolvido (enquanto não aceita o que ocorreu ou não perdoa o que lhe fizeram, segue cultivando a irritação e a amargura que espargiu dentro de si mesma), submete a si mesma não ao prazer, mas ao desgosto; não à alegria, mas a dor; não ao otimismo, mas ao desespero e não ao bem-estar, mas a doença. A partir desse instante, espaços da sua aura começam a perder a cor azulada substituída que é por outra amarelo-alaranjada. Essa coloração indica ainda que, através da relação patológica entre a mente e o corpo, há uma enfermidade em desenvolvimento.
Por isso, quando a homeopatia diz que as doenças vêm de dentro para fora, ou a alopatia afirma que uma enfermidade é psicossomática, isto é, tem origem na psique e passa ao soma, sem se darem conta plagiam o que milênios os sábios afirmam. O que não sabem, todavia, é que esta moléstia pode ser curada enquanto se desenvolve na aura. Não o sendo, e se a psique permanece desarmonizada, em outras palavras, se a pessoa persiste submetendo a si mesma ao desgosto, à dor e ao desespero, somatiza, ou seja, deixa que a doença siga seu curso até que ecloda no corpo físico.
Nesse caso, a cor amarelo-laranja continua se expandindo consumindo a azulada (Tônus Vital), até ser substituída por outra vermelho-alaranjada. A partir desta fase, se o “Tônus Vital” estiver esgotado, o organismo, após se desabilitar, inicia o processo cujo fim (mesmo se pode ser postergado por um certo tempo pelo uso de fármacos), é a falência de seus órgãos.
Inversamente, quando o sujeito com a ajuda de alguém, ou por si mesmo, principia a submeter-se (sempre através de seus pensamentos) ao prazer, à alegria, ao otimismo ao bem-estar etc., ativando desse modo seu “Tônus Vital” (se ainda existe na quantidade suficiente, claro), faz com que a cor amarelo-alaranjada aos poucos desapareça até que parte da aura retome a cor azulada.
Se o “Tônus Vital” ainda existir na quantidade suficiente? Sim, porque todas as moléstias, enquanto grassam, o consome, mesmo se é o stress - por desestabilizar a psique - aquele que o suga com mais avidez.
Logo, considerando que não há reposição de “Tônus Vital”, a única alternativa é nos mantermos saudáveis custe o que custar, porque inversamente, na medida em que as doenças se sucedem, ou, pior do que isso, que vivemos estressados, estamos nos aproximando com rapidez demasiada daquele jazigo que nos aguarda.
Isso explica porque enquanto alguns chegam à decrepitude antes de atingirem à idade cronológica que lhe é correspondente, ou morrem devido a problemas da senectude mesmo muito antes de se tornarem anciãos, outros, mesmo octogenários, prosseguem correndo nas pistas de cooper como se tivessem apenas 40 anos.
Como veremos a seguir, todavia, mesmo se o “Tônus Vital” não é renovável, há outra energia com eficácia semelhante que, desde que “adquirida ininterruptamente no dia-a-dia”, pode substituí-lo.

Há alguns anos a pista que utilizamos para marchar onze quilómetros diários em 80 minutos, passou a ser frequentada por um senhor magro, alto, aparentando 73-75 anos, para se exercitar de forma análoga. A estrutura muscular de suas pernas, no entanto, não deixava dúvidas: praticava aeróbica à muito trempo.
Observado-o, constatamos que só a ponta de seus pés estava azulada, mesmo assim, sua áura resplandecia. Isso porque, exercitando-se daquela maneira diariamente, forçava seus mitocondrios a produzirem energia suficiente para atender sua demanda diária além conservar carregadas as células de seu corpo. Destarte, garantindo desse modo a plena eficiência do seu sistema imunológico, estava apto a enfrentar e vencer a maioria das enfermidade que vitímam os sedentários sejam eles idosos ou não.
Enquanto seu corpo suado brilhava sob o sol da manhã, outras pessoas da terceira idade - algumas mais jovens do que ele, permaneciam sob a sombra das árvores lendo o jornal, discutindo política ou recriminando a última performance de seus times preferidos. E, sorrindo matreiros, ridicularizamas os que, enquanto eles repousavam, se “esgotavam” praticando exercícios físicos. Sim, com certeza jamais lhes disseram que o esporte alonga a vida e conserva a juventude. Ou então, se ouviram, não lhe deram crèdito.

Freqüentemente ouve-se dizer que o “esporte alonga a vida e conserva a juventude”. A atividade física, então, é uma terapia eficiente também para ampliar a longevidade e diminuir o peso dos anos?
Até a década de 70 não havia respostas confiáveis à este respeito, até que no início de 1986 apareceu um estudo em um jornal Inglês demonstrando que a prática regular de um exercício físico determina uma inquestionável diminuição de doenças e de mortandade.
Este estudo foi desenvolvido por um especialista em pesquisas de longo curso, o Dr. Ralph Paffenberger da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Desejando conhecer se havia uma relação significativa entre esporte e longevidade, analisou a vida de 17.000 pessoas da Universidade de Harvard - Massachusetts, com idade entre 35 a 74 anos. Para cada um deles levantou o grau de exercício muscular das atividades físicas praticadas, como a marcha, a corrida ou o simples subir e descer de escadas, coletando, contemporaneamente, os decessos e suas causas.
Inicialmente emergiu que as taxas de mortandade diminuíam na contrapartida do aumento de 500 a 3.500 calorias por semana de dispêndio energético suplementar devido ao esporte ou exercício físico praticado. A título indicativo lembramos que um homem adulto, com cerca de 70 Kg. e sedentário, consome cerca de 2.000 calorias a cada 24 horas.
Para queimar 3.500 calorias por semana - o valor ideal segundo o Doutor Paffenberger - é necessário, em termos de equivalências, marchar 62 Km., subir 4.340 degraus, correr 6 horas, andar de bicicleta sete horas ou jogar tênis 12 horas.
Estas metodologias atléticas não oferecem os mesmos resultados durante toda a vida. Em efeitos, se a marcha, a corrida e a bicicleta se revelam particularmente benéficas no plano salutar, esportes que requerem acelerações intensas como o squash e o baseball, com um dispêndio energético superior a 3.500 calorias por semana, se praticados por mais de quatro horas, de longe são menos profícuas para quem os pratica.
Concluindo, os autores da pesquisa estimaram que mesmo com a idade de 80 anos a prática assídua de exercícios musculares determina um ganho de vida superior em cinco anos como mínimo em relação aos sedentários.
A comprovação cientifica:
-Pesquisa 1- O fisiólogo Michael Pollock em 1972 testou a capacidade de 25 esportistas no Centro Médico Mount Sinai - Milwakee. Dez anos depois, os mesmos 25 indivíduos - agora com a idade média de 62 anos, se sujeitaram aos mesmos testes. Emergiu que a taxa de consumo de oxigênio - VO2 que mede a capacidade energética dos músculos, em 11 deles havia abaixado 10% em 10 anos, e nos demais 14 permanecia intacta.
Outro estudo conduzido pelo Dr. James Hagberg, em Washington - EUA - demonstrou que o volume de sangue bombeado pelo coração não diminui com a idade. Hagberg afirma que um homem sedentário de 60 anos, sadio claro, pode perfeitamente aumentar a performance muscular em até 30% seguindo tão somente um treinamento esportivo de doze meses.
-Pesquisa 2 – Na Holanda o Doutor Jan Van Saase, do Hospital universitário de Leida, demonstrou através de uma vasta pesquisa publicada em dezembro de 1990 os reais benefícios do esporte de resistência.
Escolheu 1.259 voluntários da corrida de patinação mais popular do país, chamada “das onze cidades” que, em fevereiro de 1956 percorria 1.200 Km. de canais congelados. Entre estes corredores 259 eram profissionais e os 1.000 restantes eram diletantes bem treinados. Graças ao extraordinário trabalho de recensão da sua equipe, o médico holandês pode estudar a evolução de 94.6% dos participantes desta corrida de 1956 até 1988. Resultado: entre os esportistas profissionais não se notou nenhuma redução de mortandade em relação à população normal; porém, entre os diletantes notou-se uma diminuição da mortandade entre 10 a 41% segundo a idade, em relação à população normal. O treinamento físico regular destes foi benéfico, sobretudo para os que se situavam na faixa etária entre os 40 a 60 anos. Conclusão: o esporte de resistência é benéfico, mas quando praticado em excesso, como fazem os profissionais, as vantagens são perdidas.
Fonte: Van Saase J. Et. al: Longevity of men capable of prolonged vigourous physical exercise: a 32 year follow-up of 1.259 participants in the Ducch eleven cities ice-skating tour. British Medical Journal. 1990, 301 pp 1409-1411.
Pesquisa 3 – Os aposentados que diariamente praticam a marcha tem uma taxa de mortandade menor, segundo uma pesquisa americana publicada no New England Journal of Medicine no dia 8 de janeiro de 1998.
A pesquisa, que teve a duração de doze anos, incluiu 707 homens aposentados cuja idade variava entre os 61 e os 80 anos, não fumantes. Depois de ajustada a idade, à taxa de mortandade global foi de 40,5% naqueles que percorriam menos de 1.6 Km. dia, e só de 23.8% nos que marchavam mais de 3.2 Km. diariamente.

Para esclarecermos melhor o que expusemos, vamos focar três idosos, sendo que o primeiro simula aquele senhor de 73-75 anos que diariamente se exercita na mesma pista que também utilizamos.

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Figura 1
O “Tônus Vital” lhe colora somente a parte dianteira dos pés, entretanto, como pratica exercícios físicos diariamente, mantém as células do seu corpo físico constantemente energizadas. Isso se traduz em saúde, porque o treinamento aeróbico continuado - marchar, correr, pedalar etc. cinco vezes por semana, por exemplo;
1. Não só maximiza a queima de gorduras;
2. Ou oxigena as células do coração e do cérebro que possuem uma capacidade anaeróbica extremamente limitada;
3. Ou, ainda, elimina o excesso de líquidos existentes no organismo;
4. Como acelera a produção de ATP que é o combustível do organismo assim como a gasolina é do automóvel.
Exercitando-se diariamente, força seus mitocondrios a gerarem energia não só para atender à demanda diária do seu organismo, mas, concomitantemente, para manter as células do seu corpo físico permanentemente carregadas, e assim sendo, com a força apropriada para continuar, ainda por muitos anos, rechaçando aquelas enfermidades que os sedentários não conseguem evitar, e até vencer, considerando que seu sistema defensivo orgânico permanece eficiente, as que são insuperáveis para os idosos inativos
Figura 2.
O nível de “Tônus Vital” acosta-se dos joelhos determinando o início do período em que o sistema imunológico começa a perder força, e com isso, não ter mais como responder naturalmente a qualquer agressão mais grave. Só a medicina, através dos fármacos, pode “segurá-lo” por mais algum tempo.
Figura 3.
A quantidade de “Tônus Vital”, apesar dos setenta e cinco anos de idade, permanece no nível do umbigo, diagnosticando, na ausência de vícios, que a saúde permanece boa. Se não se descuidar - o que inclui a manutenção ou adoção de uma dieta alimentar saudável – é crível que ainda terá 15 ou mais anos de vida sem que a saúde lhe falte.