terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

CAP. XII MEDIDAS PROFILÁTICAS

Em uma experiência desenvolvida na Universidade de Wiscousin, EUA, foram testadas diversas terapias contra o stress e a depressão. A única que demonstrou 100% de eficácia foi a do esporte. Deve-se acrescentar que esta terapia já era conhecida porque em 1896, o jovem Dr. Fache, a sustentou em sua tese (Tese de Medicina, Lion, 1896 Nro. 1169) intitulada “a neurastenia e seu tratamento através da exercitação física”.
A comprovação cientifica:
A inatividade pode ser um sinal que anuncia a depressão e, ao contrário, a prática esportiva e sinônimo de boa saúde mental. Um enorme trabalho estatístico conduzido ao longo de 20 anos sobre 20.000 pessoas convalida esta constatação. Pesquisadores americanos do Laboratório de Sociologia Humana de Bekerley tentaram analisar, sobre um universo de 20.000 indivíduos, ao longo de 20 anos e em três períodos diferentes, se uma pequena e desmotivada atividade física poderia ser considerada um fator pré-anunciante da depressão.
Existe uma associação em uma população não depressiva entre a atividade física e o risco de depressão? É possível predizer a depressão a partir do estado físico, do isolamento social e do status socioeconômico?
Em 1965, em Alameda, Califórnia - EUA, foram selecionados 8.023 adultos com idade superior a 20 anos para responder a um questionário que tinha a finalidade de mapear seu modo de vida, isto é, o comportamento (em particular a insônia, os distúrbios alimentares e o mau-humor) e a saúde física quantificada por atividade desenvolvida e o número de horas que semanalmente eram a ela dedicadas. Dez anos depois, em 1974, as mesmas pessoas, ou seja, 6.235 considerando os decessos e a cegueira, responderam novamente aos mesmos quesitos. Finalmente, em 1983, este grupo foi novamente contatado e 1.799 pessoas aceitaram ser longamente interrogadas. Surpresa, os cálculos estatísticos demonstraram que existe uma clara relação entre depressão e atividade física.
Em 1965 aqueles que mantinham uma prática esportiva insignificante tinham um risco de depressão multiplicado por 4.2. Em 1974, aqueles que 10 anos antes mantinham uma prática de exercitação física insignificante multiplicou-se por 2,48 para os homens e 2.88 para as mulheres.
O risco foi reduzido, mas inda é significativo para os que mantinham uma atividade física moderada. Contudo, o fato de ter mantido uma prática esportiva intensa em 1965, e depois ter passado a uma atividade mais moderada em 1974, demonstrou ser um fator de risco de depressão em 1983.
“Em uma população não depressiva, os homens e as mulheres que desenvolvem uma atividade física insignificante possuem um fator de risco de depressão ulterior, a respeito daqueles que mantém um alto nível de atividade física”, explicam os autores da pesquisa. Uma associação que persiste mesmo quando são considerados outros fatores como o estado de saúde e o nível socioeconômico.
Todavia, não apareceu nenhuma diferença real entre os que desenvolviam uma intensa atividade física e aqueles que a desenvolviam moderadamente.
Apareceu ainda que os inativos de 1965, que passaram a desenvolver atividade física constante até 1974, tiveram seu risco de depressão azerado em 1983, incluindo-se, do ponto de vista estatístico, entre os que sempre estiveram ativos.
Considerando que existe um elevado risco de depressão correlacionado com a pobreza de exercícios físicos, este risco está fadado a diminuir na mesma proporção em que aumenta a atividade física. “Nos concluímos que o exercício físico exerce um efeito benéfico na saúde mental” esclarecem os pesquisadores. Este mecanismo permanece sem ser muito claro porque os eventuais benefícios do exercício em relação as diferentes formas de depressão ainda não foram avaliados. Contudo, na ótica de uma prevenção da depressão se pode, sem dúvida, considerar que a atividade física é uma estratégia exemplar contra o stress e a depressão.
Fonte: American Journal of Epidemiology, 1991, 134 Nro.2.

A importância do exercício físico para a nossa saúde já pode ser intuída partindo do lado oposto, ou seja, porque a inatividade faz mal. Pesquisas cientificas conduzidas sobre inteiras classes sociais tem demonstrado como a vida sedentária coloca em risco o sistema cardiovascular e não só este.
Compreender melhor porque o nosso organismo tira vantagem do movimento é importante, mesmo para escolher e organizar uma prática física que tenha as características justas para as necessidades de cada um. Por este motivo procuraremos examinar detalhadamente as relações entre a atividade física e a prevenção de algumas enfermidades com a finalidade de fornecer exemplos significativos para a construção de um programa de treinamento sob medida para cada um.

Mais movimentos, menos riscos: - Vamos começar com algumas conceituações gerais. O primeiro efeito da atividade física é o incremento da demanda de oxigênio por parte da musculação. O coração responde aumentando a sua atividade, ou seja, a freqüência cardíaca. Este fator não só contribui para mantê-lo em forma, mas favorece a recuperação depois de um infarto ou uma intervenção cirúrgica.
Mas o exercício físico é importante também por outros motivos. Contribui para manter sob controle a hipertensão e desenvolve uma ação positiva sobre o metabolismo porque, favorecendo a absorção dos açúcares, previne não só a diabete, mas o exagerado acúmulo de colesterol nas artérias patrocinando o desmanche da gordura excessiva.
Todos estes dados foram confirmados por estudos científicos. Por exemplo, para citar um dado geral, foi calculado que uma pessoa com boa saúde que corra 50 quilômetros por semana tem seu risco de infarto reduzido em 50% em relação a uma outra sedentária. Mas se ao invés de correr 50 quilômetros só 30, seu risco diminui só em 38%.
Antes de ver mais detalhadamente o efeito do exercício físico sobre os fatores de risco cardiovasculares, vale a pena citar pelo menos outro efeito particular que se relaciona às mulheres, ou seja, a grave patologia da osteoporose.
A osteoporose é um processo natural que começa a se verificar quando a massa mineral óssea, que cresce até os trinta anos e permanece a grosso modo estável até os quarenta, começa a se reduzir. Alcançada uma determinada idade - especialmente na mulher - os ossos se tornam mais frágeis aumentando assim o risco de fraturas.
Seja o ponto máximo que é atingido pela massa mineral óssea, seja seu processo de redução que pode ser mais lento ou mais veloz, dependem exclusivamente da atividade física que foi ou é desenvolvida ao longo da vida.
Os minerais durante o crescimento do indivíduo se depositam sobre uma matriz protéica cujo desenvolvimento depende da força de gravidade (os astronautas, no espaço, sofrem muita perda de massa mineral óssea), mas também das trações musculares que são estimuladas durante a prática esportiva. A osteoporose, destarte, pode ser prevenida ou limitada se uma atividade física for desenvolvida de forma constante ao longo da vida.
Existem evidências de um benéfico efeito da atividade física, quando desenvolvida regularmente, até em relação a alguns tumores como as neoplasias do cólon e do reto, das mamas, do útero e da próstata. A atividade física melhora o funcionamento do cólon e favorece a peristalsi, que é um processo digestivo. Tornando-o mais rápido, se reduzem os tempos de contato das substâncias potencialmente cancerígenas com a mucosa intestinal.
Os exercícios físicos alem disso, ajudam a eliminar determinadas cotas de hormônios que favorecem o aparecimento dos tumores: os estrogênios na mulher - para o tumor no útero e da mama - e androgênios no homem – para o tumor na próstata.

Por que se emagrece: - Existe um aspecto freqüentemente considerado importante na prática esportiva: a possibilidade de emagrecer ou pelo menos de manter a forma física adequada. Para entender como a atividade física pode intervir no controle do peso, antes de tudo vamos eliminar um equívoco: não é o muito suar que faz emagrecer, porque a água e os sais minerais que são perdidos suando devem ser reintegrados. Emagrecer significa perder gordura.
Com o exercício físico são desencadeadas muitas reações que ajudam a perder peso, e entre elas, provavelmente, a mais importante é a do metabolismo, visto que o daquele que se exercita diariamente permanece elevado por várias horas mesmo depois que naquele dia parou de se exercitar. Dessa maneira, as gorduras são queimadas enquanto corre e continuam sendo queimadas nas horas sucessivas.
Alem disso, existe um outro mecanismo que deve ser considerado. Quem inicia uma dieta alimentar normalmente esbarra na desvantagem que seu metabolismo de base (as energias gastas em repouso) se reduz. Deste modo, quando um indivíduo passa a consumir menos de 1500 calorias diárias para emagrecer, no início funciona, mas depois que seu metabolismo de base se ajusta à nova cota de calorias, as 1500 planejadas se tornam muitas. Resultado: deixa-se de emagrecer. Entretanto, se contemporaneamente são assumidas atividades físicas do tipo aeróbico, o fenômeno do descimento do metabolismo de base deixa de acontecer porque, como vimos, o gasto de calorias em repouso aumenta.
Há um método para calcular quanta gordura pode ser queimada em uma corrida, por exemplo: multiplica-se o número de quilômetros percorridos pelo peso em quilos do corredor dividindo por 20, isto é: se a pessoa pesa 70 quilos e corre 10 quilômetros, temos: (70 X 10): 20= 35, ou seja, queimam-se 35 gramas de gordura.
Este fato pode levar a considerar uma palermice correr aproximadamente uma hora para perder 35 gramas de gordura. Mas, se lembrarmos que correndo diariamente aumenta-se o metabolismo de base, e aumentando queima mais gorduras, entenderemos que as 35 gramas de gorduras queimadas durante a corrida deverão ser somadas as que o corpo queima quando está em repouso.

Hipertensão sob controle: - Quem sofre de hipertensão tem mais dificuldades para exercer atividades físicas porque a pressão alta provoca um maior gasto energético ao músculo cardíaco. De fato, o endurecimento dos vasos - situação típica da pessoa hipertensa - comporta um cansaço maior ao coração e ao longo do exercício físico este cansaço continua crescendo ainda mais. O esforço então deve ser reduzido.
Deve-se prestar atenção também ao esforço improviso e excessivo. A brusca emissão em circulo de substâncias como a adrenalina e a noradrenalina, que favorecem a atividade esportiva, com ação fortemente hipertensiógena produz uma crise hipertensiva que provoca um rápido aumento dos valores da pressão arterial que o indivíduo percebe através de sintomas como a cefaléia pulsante, vertigem, náuseas, ou a sensação de opressão respiratória que determina um supertrabalho agudo ao coração e aos os vasos sanguíneos.
Por esta razão a atividade física apropriada para o controle da hipertensão deve ser a do tipo aeróbico, vez que esta determina um o aumento da demanda de oxigênio externo. Lembrando que as atividades aeróbicas são exercícios como a caminhada veloz, a corrida sem muito esforço, o ciclismo e a natação. Jamais em termos competitivos, porém. Durante estas atividades os músculos e o coração são solicitados, mas o consumo de oxigênio não supera jamais a capacidade de respiração. O coração, desta forma, aprende a reagir às mutações do ritmo e a responder as solicitações que correspondem a um aumento da atividade em harmonia com as mudanças na velocidade do fluxo de sangue e da respiração.

Os efeitos na taxa de colesterol: - As deslipidemias, ou seja, o excesso de colesterol e dos triglicideros no sangue, representam um dos maiores riscos para o infarto e outras enfermidades cardiovasculares. Por este motivo foram realizados inúmeros estudos científicos a respeito de tudo aquilo que pode ter influência na circulação das gorduras no sangue. Entre outras coisas foi descoberto que a atividade física pode ter uma influência importante não só porque reduz o colesterol total, mas também porque abaixa os índices do chamado colesterol ruim o LDL, além de reduzir acentuadamente os triglicideros e aumentar o chamado colesterol bom, o HDL. Este é chamado o gari das artérias porque contribui para mantê-las limpas e elásticas, por conseguinte, menos afetas aos processos de arteriosclerose.

Ajuda a parar de fumar: - Parar de fumar fica mais fácil se contemporaneamente é iniciada uma prática esportiva aeróbica. E esta explicação não é só psicológica. Não se trata, portanto, de passar a viver em um mundo mais sadio devido à mudança de hábitos daquele que começa a praticar esportes, porque existem razões estritamente fisiológicas.
A corrida ou a atividade física prolongada aumenta a produção de opióides endógenos, em particular das endorfínas, substâncias que por um lado provocam ações analgésicas contra a dor e do outras sensações prazerosas.
Existe e já foi descrita a chamada “euforia da corrida”, o bem-estar que está associado à produção de endorfínas. Este efeito pode ser muito importante para quem luta contra o vicio de fumar, porque a produção endógena de endorfínas originada no exercício físico pode substituir os efeitos de uma tóxica-dependência, vez que a fumaça de cigarro também estimula a produção de endorfínas. Quem procura parar de fumar, além de sentir a carência da nicotina, também sente a das endorfínas. Aquela sensação prazerosa cuja ausência induz o viciado a acender mais um cigarro.

Sentir-se bem: - As considerações à respeito das endorfínas nos levam a apreciar um outro aspecto importante do exercício físico, ou seja, aquele que de acordo com o termo técnico chama-se: melhoramento do tom do humor. Os aspectos psicológicos são cada vez mais considerados fatores determinantes, sejam para evitar uma enfermidade cardíaca, seja para ter um rápido e ótimo restabelecimento depois de tê-la.
Modificar hábitos de vida demasiadamente sedentários pode ter um efeito surpreendente, não só porque ajuda a descarregar o stress, mas também, e, sobretudo, porque permite um aproch mais ativo e positivo em relação aos problemas de todos os dias. Na prática, fazer esporte ou exercer uma atividade física qualquer, fortalece a auto-estima - aquela visão positiva de si mesmo e da própria vida - que muitos consideram um fator decisivo para uma boa saúde e longevidade.

Na reabilitação cardiológica: - A atividade física é extremamente importante para a recuperação de uma boa funcionalidade do coração depois de um evento grave como o infarto, a colocação de um bypass ou uma intervenção cardio-cirúrgica.
Exercícios físicos fazem parte dos programas de reabilitação cardiológica que é uma das grandes novidades da cardiologia dos últimos decênios.
É devido a esta reabilitação que hoje se pode retomar uma vida normal depois de ter superado eventos - mesmo graves - no coração. Nestes casos, porém, a atividade deve ser desenvolvida com um rigoroso controle médico. O programa físico deve ser estabelecido à luz de vários exames sob esforço, além do eletrocardiograma e do ecocardiograma.
O paciente submete-se a um teste de esforço para avaliar o limite a que ele pode chegar, em outras palavras, é medida a freqüência cardíaca e os valores de pressão enquanto caminha sobre uma esteira. Em função destas avaliações é preparado um programa de atividades físicas que garante, através do empenho físico adequado, a recuperação da capacidade cardíaca e muscular do organismo.
Fonte: “ARRC” - Associazione per la Ricerca e il Ricupero delle Cardiopatie
www. arrc.it/afe.html.

O homem, para que possa desenvolver as atividades físicas que lhe competem, isto é, trabalhar, exercitar-se, divertir-se etc., ou biológicas: crescer corporalmente enquanto criança, renovar as células depois de adulto, recuperar a saúde depois de doenças, contrair os músculos cardíacos e esqueléticos, conduzir os impulsos elétricos - entre eles os que controlam o batimento cardíaco - segregar hormônios, contrair os vasos sanguíneos e assim por diante, necessita de energias.
A fonte primaria dessa energia é o sol, entretanto, como o homem não está equipado para se abastecer diretamente, as plantas verdes executam esta tarefa. Retiram da terra e do ar moléculas inorgânicas de estrutura simples e as transformam através da fotossíntese - um processo químico que utiliza como fonte de energia a luz do sol - em moléculas orgânicas de estrutura complexa como os carboidratos, gorduras e proteínas, ou seja, os nutrientes de origem vegetal que alguns animais ingerem in natura, e os homens consomem tanto in natura como processados. Estes últimos, contudo, como os animais carnívoros, podem adquirir esta energia alimentando-se de carne.
Estes alimentos, entretanto, necessitam serem transformados em um composto chamado trifosfato de adenosina (ATP) antes que possam ser aproveitados pelo organismo, e isso é feito por meio dos chamados orgânulos mitocôndrios que fazem parte da estrutura de cada célula: queimam as substâncias nutritivas ingeridas para produzir o calor necessário às funções vitais.
Eles se comportam como uma central energética destinada a transformar combustível em energia térmica. No entanto, para fazer isso, necessitam de oxigênio.
O organismo humano, para se oxigenar, foi dotado de um sistema que tem como entrada e saída um único conduto: a traquéia, que se exterioriza através da boca e do nariz. Esse sistema, entretanto, exige que se aspire, para depois exalar, uma certa quantidade de ar que não é aproveitado.


Considerando que o intercâmbio de gás - oxigênio-anidride carbônica – só acontece através dos alvéolos pulmonares, eis que o ar que entra e sai das vias aéreas superiores (nariz, traquéia e brônquios) sem chegar aos pulmões, constitui um porcentual que onera os músculos da respiração sem ter nenhuma utilidade. Este percentual de ar que entra e sai sem participar do intercâmbio gasoso é chamado “caput mortuum”.
Se considerarmos, agora, que a capacidade de retenção de ar do nariz, traquéia e dos brônquios é de 0,15 litros, ou seja, 150 centímetros cúbicos, veremos que quando alguém respira profundamente (ex. quatro litros), este “caput” (o ar movimentado inutilmente), corresponde a um percentual irrisório porque equivale a 3% ou 4%.
Mas, quando o volume de ar respirado oscila entre 0,4 e 0,9 litros, que é o valor que as pessoas absorvem habitualmente quando em regime de repouso, desse meio litro de ar que é a média aritmética, chega aos pulmões somente dois terços, isto é, 0,35 litros, uma vez que o diferencial de 0,15 litros foi retido nas cavidades dos órgãos citados. Neste caso, o ar respirado inutilmente corresponde a 30%.
Esta comparação é chocante porque, enquanto os que se exercitam praticando aeróbica, durante o adestramento, a cada aspiração, absorvem 4 litros de ar e utilizam 97% (3.8litros) desta para renovar o ar de seus pulmões, os sedentários, que a cada respiração absorvem mediamente ½ litro de ar, a cada aspiração, por somente aproveitarem 70% dela, enviam a seus pulmões 0,35 litros.


Nesta figura a ampola simboliza o aparato respiratório como um todo e, enquanto a parte estreita no alto representa as vias aéreas superiores - nariz, traquéia e brônquios - a forma arredondada inferior simula os pulmões.
· Figura 1 - se o ar que entra e sai do aparato respiratório é pouco - porque o ato respiratório é superficial - o ar não chega aos pulmões. Podem-se respirar duas, dez ou cem vezes por minuto, mas o ar entra e sai inutilmente. A ação é cansativa, mas ineficiente.
· Figura 2 – a quantidade de ar inspirado é um pouco maior do que no caso anterior, mas, mesmo assim, é insuficiente para oxigenar os pulmões. A cada respiração o volume de ar inspirado é igual à capacidade das vias aéreas. Nesse caso, aumentar o número de respirações por minuto também não surte efeito algum.
· Figura 3 – a quantidade de ar inspirado chega aos pulmões, mas a respiração não é suficientemente profunda para oxigená-los satisfatoriamente. Um pouco daquele ar, mais precisamente o que excede a capacidade das vias aéreas, entra em contato com os alvéolos pulmonares e permite um certo intercâmbio. Neste caso, aumentar o numero de respirações por minuto ajuda, porque o ar que chega renova o que está nos pulmões, mas a respiração continua ineficiente: leva-se para dentro e fora uma certa quantidade de ar, mas só uma pequena parte dela chega a oxigenar o sangue. É este tipo de respiração que é praticado habitualmente no dia a dia quando as pessoas se mantêm em regime de repouso. Figura 4 – quando as respirações são profundas, obtém-se o máximo de eficiência porque a cada uma delas 97% do ar aspirado chega aos pulmões. Esta respiração é a praticada durante os exercícios de aeróbica como correr, marchar, nadar etc.
Nota-se, ainda, que na parte inferior arredondada (de cor diferente), permanece uma quantidade de ar (oscila entre 0,8 a 1.4 Litros) que é chamada “Volume Pulmonar Residual”. Este ar, que no tempo sofre alguma deterioração, pode se converter em um fator de risco.
Para renová-lo, existe uma técnica específica que em sânscrito é chamada “Sukha Pranayama” ou seja: “sukha” (prazeroso) “ayama” (controle) “prana” (sopro vital), um procedimento executado em quatro fases que também serve para que o indivíduo se acalme, harmonize, energize e se controle.
Fase um: inspirar vagarosamente contando de um a quinze, e depois expirar vagarosamente repetindo a mesma contagem (repetir cinco vezes).
Fase dois: inspira-se e expira-se como na fase um, retendo, porém, o ar nos pulmões (entre a inspiração e a expiração) enquanto se conta de 1 até 20 (repetir cinco vezes).
Fase três: inspirar contando até quinze, expirar contando até 15, mantendo entre a expiração e a inspiração os pulmões vazios enquanto se conta de 1 até 20 (repetir cinco vezes).
Fase quatro: completar a fase dois com a fase três (repetir cinco vezes).

Mas porque o oxigênio é tão importante? Porque é através dele que as células produzem energia, particularmente as células musculares. Quando um músculo se contrai e exercita uma determinada força, a energia que é utilizada para comandar a contração provém de uma substância especial presente nas células chamadas ATP. Sim, o ATP é o combustível do corpo assim como a gasolina é do automóvel.
Quanto mais rapidamente e eficazmente as células musculares produzem o ATP, quanto maior será o trabalho que estas células poderão efetuar antes de se cansarem, isso porque, mesmo se as células retém em si mesmas parte desta energia, por ser esta parte limitada, carecem produzir continuamente o ATP para poderem continuar trabalhando.
As células musculares alimentam a reserva de ATP utilizando três diferentes processos.

O sistema energético aeróbico para a produção de ATP: - A palavra aeróbica significa “com a presença de oxigênio” e a produção de ATP é predominante quando é fornecido para as células o volume de oxigênio necessário para satisfazer as exigências de produção de energia, lembrando que esta exigência pode ser mínima - por exemplo, quando a musculação está em repouso, ou acentuada - quando em regime de esforço físico.
A maior parte das células, inclusive as musculares, contem estruturas chamadas mitocôndrios, estruturas estas que são usinas de produção de energia aeróbica (ATP). Maior é o número de mitocôndrios em uma célula, maior é a capacidade desta para produzir energia aeróbica.

O sistema energético anaeróbico: - A palavra anaeróbica significa “sem a presença de oxigênio”. (a produção anaeróbica de ATP acontece no interior da célula, mas fora dos mitocôndrios).
Estes dois sistemas energéticos são as fontes primarias de ATP, ou seja, são ativados quando as células não recebem a quantidade de oxigênio adequada para satisfazer as necessidades energéticas.
Na ausência do volume de oxigênio indispensável, como acontece quando uma célula muscular precisa produzir uma grande força rapidamente (levantar um objeto muito pesado, por exemplo), a célula passa para o sistema anaeróbico, e este disponibiliza de imediato uma fonte de ATP.
Muitas células, como as do coração, do cérebro e de outros órgãos, possuem uma capacidade anaeróbica extremamente limitada. Portanto, estas células ou recebem oxigênio continuamente, ou morrem.
Por exemplo, se uma artéria coronária (a que fornece sangue e oxigênio ao músculo cardíaco) se obstrui por acúmulo de depósito de colesterol, por ela haverá uma redução do fluxo sanguíneo, chamado isquemia, traduzindo-se em insuficiência de oxigênio no músculo cardíaco (seja em regime de repouso como no de esforço físico), situação que freqüentemente produz uma sensação de dor e /ou de pressão no tórax chamada angina pectoris.
Se faltar o aporte de oxigênio, como acontece quando se forma um coágulo de sangue em correspondência a uma obstrução da artéria, a área do músculo cardíaco – miocárdio - que se encontra além desse ponto, sofre um enfarte miocárdio, e se o fenômeno envolve grande parte do miocárdio o resultado é um enfarto fatal. Quando acontece no cérebro a isquemia pode originar um ictus.
Diferenciando-se do coração e do cérebro, os músculos esqueléticos, como os tricípites e quadricipitos, têm uma notável capacidade anaeróbica.
Os lipídios-ácidos gordurosos, e os carboidratos - a glicose, são duas substâncias (substratos), que as células do corpo utilizam para produzir a maior parte do ATP. Enquanto as proteínas, que são constituídas de várias combinações de aminoácidos, não representam a fonte de energia preferencial.
Em um indivíduo mal nutrido, as proteínas têm uma participação na produção de energia. Todavia, quando uma dieta não fornece a quantidade suficiente de calorias, o corpo é capaz de utilizar as proteínas armazenadas nos seus tecidos musculares para produzir a energia necessária, mesmo se este não é um processo ideal.
Em repouso, quando o sistema cardiopulmonar está capacitado a oferecer a quantidade de oxigênio ideal aos mitocôndrios das células musculares, os ácidos gordurosos e a glicose são utilizados para produzir o ATP. Em outras palavras, em repouso, a maior parte das ATPs necessárias são produzidas aeróbicamente, utilizando seja a glicose como os ácidos gordurosos. Em verdade, em repouso o corpo produz cerca de uma caloria por minuto e 50% desta caloria é produzida com a queima de gorduras mesmo se o individuo é sedentário. Em um atleta, mesmo quando em repouso, para produzir a mesma quantidade de calorias, ao invés de 50%, são queimadas até 70% de gorduras.
Quando a intensidade dos exercícios aumenta, o sistema cardiovascular entra em regime de esforço para aumentar o fornecimento de oxigênio aos mitocôndrios dos músculos que estão sendo acionados para produzir aeróbicamente a quantidade de ATP necessária. Contudo, se a intensidade do exercício é ampliada, em um certo momento - determinado seja pelo nível de fitness do indivíduo como pelas suas características genéticas - o sistema cardiovascular torna-se incapaz de atender a demanda de oxigênio exigida pelos músculos que trabalham. Estes, então, recorrem ao sistema anaeróbico para produzir rapidamente o ATP que precisam. A magnitude do exercício para o qual não é mais possível fornecer um adequado aporte de oxigênio, é chamado “limiar anaeróbico” e este é alcançado antes de se chegar ao esforço máximo.
No entanto, o sistema anaeróbico não pode ser utilizado por um período prolongado, porque sua fonte primária para a produção anaeróbica é a glicose contida nos músculos e no fígado, isto é, o glicogênio, uma grande molécula constituída por correntes de glicose.
Uma segunda fonte para a produção de ATP é o fosfato de creatina, uma molécula que pode ser rapidamente separada para conseguir ajuda na produção de ATP. Todavia, a disponibilidade de fosfato de creatina é extremamente limitada.
Algumas pesquisas desenvolvidas cerca de 20 anos atrás (J. Bergstom e outros) demonstraram que em um atleta bem treinado os músculos armazenam somente a quantidade de fosfato de creatina (o conjunto é chamado fosfagênio), suficiente apenas para dez minutos de esforço máximo.
Existem outros aspectos que envolvem o sistema aeróbico e anaeróbico, e estes são os resíduos gerados pelos dois processos. Os produtos descartáveis da produção aeróbica de ATP são a água e o anidrido carbônico, ambos bem tolerados pelo corpo e facilmente elimináveis, e é por isso que a produção aeróbica de ATP não provoca fadiga muscular, só exige que os líquidos eliminados através da sudoração sejam repostos. Não mais do que isso, porém.
A produção de ATP anaeróbica, ao contrário, segrega entre outras substâncias o ácido láctico, e este, aumentando seus níveis nos músculos, por um lado inibe a continuidade dos exercícios e do outro causa dores repentinas (queimação) nos músculos que estão sendo exercitados. Alem destas dores, os músculos enviam outros sinais quando chegam ao limiar anaeróbico, e um destes é a hiperventilação, ou seja, uma respiração mais veloz do que o necessário sinalizando que a produção de ATP anaeróbico é predominante.
O processo químico que o organismo utiliza para produzir o ATP depende de algumas proteínas chamadas enzimas. Estas são imprescindíveis para acionar a reação química que produz o ATP seja aeróbicamente como anaeróbicamente. As enzimas que metabolizam as gorduras são diferentes das que metabolizam os carboidratos, assim como são utilizadas enzimas diferentes para metabolizar os carboidratos aeróbicamente, dos que são utilizadas para metabolizar os carboidratos anaeróbicamente. Desta forma, quando um individuo se exercita a uma intensidade abaixo do limiar anaeróbico, as enzimas aeróbicas que metabolizam as gorduras e os carboidratos são envolvidas na produção de ATP, mas quando o ritmo de exercitação é desenvolvido muito próximo do limiar anaeróbico, as enzimas anaeróbicas tem papel dominante na produção de ATP.
Concluindo: O treinamento aeróbico continuado - marchar, correr, pedalar etc. cinco vezes por semana, de acordo com as pesquisas abaixo, (A): não só maximiza a queima de gorduras, (B): oxigena as células do coração e do cérebro, uma conseqüência benéfica porque estas células possuem uma capacidade anaeróbica extremamente limitada, (C): elimina o excesso de líquidos existentes no organismo, (D): mas amplia a produção de ATP que é o combustível do organismo.

(A)- maximiza a queima de gorduras:
O esporte elimina as gorduras ruins que estão no sangue - O sangue contém duas categorias principais de lipídios: o colesterol e os triglicérides. Sabe-se que os dois ampliam as probabilidades de acidentes cardiovasculares. Ora, o exercício físico regular reduz, freqüentemente de forma acentuada, a taxa de triglicérides e do colesterol ruim enquanto aumenta o colesterol bom. Infelizmente, se a disciplina física é interrompida, este beneficio é transitório.
· Pesquisa 1 – Nos indivíduos que apresentavam uma sobrecarga ponderal, o exercício físico associado a um regime hipocalorico pobre em colesterol e em gordura saturada determina um aumento importante na taxa sanguínea do colesterol bom, o DHL, em relação a indivíduos que seguem unicamente um regime alimentar. Esta é a conclusão de uma pesquisa publicada no “New England Journal of Medicine” realizado sobre um universo de 264 homens e mulheres que apresentavam uma sobrecarga ponderal moderada.
· Pesquisa 2 – A equipe medica escocesa do Dr. Findlay, do Hospital Universitário de Glasgow, Escócia, pesquisou o efeito de um programa de treinamento de trinta semana sobre a taxa dos lipídios e da pressão arterial de um grupo de sedentários com idade entre os 35 e 50 anos que se preparava para a sua primeira maratona. A colosteramina caiu em 12%, os triglicideros em 22% e a pressão arterial em 10%.
· Pesquisa 3 – Quando o medico deseja melhorar o equilíbrio sanguíneo lipídeo depois da menopausa, segue um tratamento hormonal substitutivo, o (THS), hoje discutível. Contudo, se aconselhasse à adoção de exercícios físicos seria muito mais acertado. É isso que emerge de um trabalho conduzido nos Estados Unidos sobre 71 mulheres ao longo de onze meses. Elas se deram conta que com o exercício físico - portanto abrindo mão do regime alimentar - sua taxa de colesterol total diminui, o colesterol ruim (LDL) seguiu o mesmo caminho e o colesterol bom, (HDL) aumentou. O simples THS fez diminuir o LDL e aumentar o HDL, sem intervir no colesterol total.
Fonte: Journal of the American Geriatrics Society, 4.03.1996.

(B)-oxigena as células do coração e do cérebro.
· O esporte desenvolve o coração. Praticar regularmente o esporte modifica o comportamento do aparato cardiovascular e desemboca em um estado fisiológico particular bem conhecido: um coração forte animado por contrações extremamente potentes e eficazes batendo a um ritmo lento. Este coração diante de um esforço reage com moderada aceleração que pode sustentar por muito tempo sem se exaurir. Depois, ele retorna rapidamente ao compasso natural de repouso. Concluindo: trabalha mais e se cansa menos.
· Pesquisa 1- Uma pesquisa longitudinal analisou 1.453 finlandeses de idade média durante um período de cinco anos. Os homens que desenvolviam uma atividade física superior a 2.2 horas semanais, tinham um risco relativo de infarto do miocárdio três vezes menor dos que desenvolviam uma atividade física menos importante. Uma atitude cardio-respiratória elevada, medida com a máxima absorção de oxigênio, determinou uma redução similar do risco. Ao contrário, uma atividade física muito intensa pode aumentar o risco cardíaco particularmente para os sedentários ou nos indivíduos pouco treinados.
Fonte: New England Journal of Medicine, 1993, junho, 2, p.1549.
· Pesquisa 2 – No decorrer de um estudo multicentrico pediu-se a mais de 1.200 enfermos pos-infarto que recordassem a intensidade do seu esforço minutos antes do enfarte acontecer. Posteriormente suas respostas foram confrontadas com outras oriundas de uma população de controle. O risco relativo de infarto foi multiplicado por cem nos doentes que, não desenvolvendo exercícios físicos regulares, se submetiam a qualquer título a esforços físicos intensos. Contrariando esta situação, a medição de um esforço físico intenso feito por pacientes que desenvolviam exercícios físicos cinco vezes por semana só determinou um risco de 2.4.
Fonte: New England Journal of Medicine, 1993, dezembro, 2, p.1677.
· Pesquisa 3 – Um estudo alemão confirma, por outro lado, estes resultados. Depois de um infarto do miocárdio é adequada uma readaptação cardiovascular através de exercitações de pequena intensidade para melhorar a qualidade de vida.
Outro estudo australiano submeteu 224 homens a oito semanas de readaptação cardíaca: um grupo a atividades de forte intensidade, e outro a exercícios físicos de baixa intensidade. Depois de dois anos os dois grupos possuíam a mesma capacidade de trabalho físico, de ansiedade e de bem-estar.
Fonte: BMJ, 1993, Nro. 13, p. 1244.

(C)-elimina o excesso de líquidos existentes no organismo.
· O esporte faz emagrecer. - Quando a perda de peso é provocada por um regime alimentar, 50% do peso a menor tem origem nas gorduras localizadas e o segundo 50% tem origem na diminuição da massa muscular. Este método de emagrecimento é difícil de ser mantido devido ao cansaço e por causa das diversas tensões e frustrações provocadas pela tentativa de persistir no regime. Contrariamente, foi provado que indivíduos praticantes de exercícios físicos regulares, seguidores de regimes caloricamente pobres, mantinham sua massa muscular intacta porque a perda de peso decorria tão somente da queima das gorduras localizadas. Dessa maneira, a associação de um regime alimentar com uma atividade física regular é o meio mais eficaz para eliminar com exclusividade os “arredondamentos” de origem gordurosa.
A experiência: uma pesquisa realizada sobre um universo de 268 indivíduos com idade entre 25 a 49 anos com ligeiro sobrepeso demonstrou que o exercício físico regular aumenta a eficiência de um regime com baixo teor de colesterol e de gorduras saturadas, além de reduzir a taxa de lipoproteínas plasmáticas.
· Fonte: New England of Medicine, 15.08.1991

(D)- amplia a produção de ATP que é o combustível do organismo.
· Quanto mais rapidamente e eficazmente as células musculares produzem o ATP, quanto maior será o trabalho que estas células poderão efetuar antes de se cansarem, isso porque, mesmo se as células retém em si mesmas parte desta energia, por ser limitada, precisam produzir continuamente o ATP para poderem continuar trabalhando.
Entretanto, se o homem prossegue produzindo ATP ininterruptamente existem outros aspectos importantíssimos: O primeiro é que, mantendo as células do seu corpo físico permanente-mente energizadas, estas não só se conservam eficientes por muito mais tempo, mas o seu ciclo de renovação (morte / nascimento) é constante. O segundo diz respeito ao consumo de “Tônus Vital”, porque manter as células do corpo físico permanentemente energizadas, é o único jeito de evitar que estas os suguem. Logo, além de viver saudavelmente, quem se exercita constantemente será privilegiado com uma maior longevidade.
No momento, entretanto, vamos continuar analisando o que dizem as 25 próximas pesquisas a respeito dos benefícios que o exercício físico proporciona à saúde, deixando as explicações atinentes ao “Tônus Vital” para o respectivo capítulo.

01 - esporte desenvolve a inteligência: Inúmeras pesquisas demonstraram que os esportes de resistência – aeróbicos - como a corrida a pé, a marcha rápida, o ciclismo etc., quando são praticados sem fins competitivos, aceleram o transporte do oxigênio dos pulmões até as regiões mais distantes do organismo. Este aporte acelerado excita o cérebro a ponto de torná-lo mais eficiente em todas as suas funções, eficiência esta que se mantém continua se a atividade física se mantiver constante.
Quem corre ou marcha como mínimo uma hora diariamente, sabe que esta afirmação é verdadeira, concordando, portanto, com Jean Ferniot, jornalista e escritor, que diz: Tenho ciência que o exercício solitário de manhã cedo favorece o meu pensar: de repente minhas idéias ficam mais nítidas, as imagens mais coloridas, os entrelaçamentos do raciocínio mais rigorosos e as palavras mais saborosas, como se a inteligência estivesse chegando através das pernas.
A comprovação cientifica: Alguns autores canadenses: H. Lavallée, R.J. Shepard e colaboradores quiseram conhecer a influência de um programa de atividade física de uma hora diária, integrada a um programa escolar, sobre o desenvolvimento físico e intelectual de alunos de uma escola primária.
A pesquisa alongou-se por sete anos (1971-1977) na Universidade da cidade de Trois-Rivières no estado de Quebec, (Canadá). 546 crianças dos dois sexos, entre seis e doze anos provenientes de uma área urbana (Trois-Revières) e de uma rural (Point-Rouge), foram recrutadas entre o ano de 1969 e 1971. O primeiro grupo permaneceu exercitando-se de acordo com o padrão habitual da escola que era de 45 minutos por semana: mini-basquet, voleibol, dança rítmica e exercícios de solo, e o segundo grupo adotou atividades físicas que se alongavam por cinco horas por semana: atlética, corrida, ginástica aeróbica, natação, bicicleta, patinação artística etc.
O primeiro resultado da pesquisa foi que, contrariando a opinião publica, a substituição de uma hora de estudo diária por um período idêntico de atividade física em nada alterou o rendimento de aprendizado do aluno. Constatou-se, além disso, que em determinadas matérias como a matemática, por exemplo, o aprendizado dos meninos que se exercitavam uma hora diariamente foi superior ao do outro grupo, e todas as demais disciplinas - mesmo com a redução de uma hora de ensino diária - foram favoravelmente influenciadas. Por fim, o estado salutar dos dois grupos – comparando um com o outro – revelou-se idêntico.
Fonte: Lavallée H., Shepard R.J. et al. Activité Physique, Croissance et Development, in “Le Sport e L´enfant”. – Montpellier, éd. Euromed, 1980, p.483, pp.117-140.

02 - O esporte amplia a memória: Quando alguém para de fazer exercícios durante algumas semanas, seus músculos se contraem e perdem a elasticidade. É por este motivo que recomeçar é difícil. A mesma coisa acontece quando o cérebro entra em inatividade: os neurônios adormecem. A memória, assim como o corpo, necessita funcionar, isto é, trabalhar, porque a atividade é sinônimo de aprendizado. Isso porque a célula base, o neurônio, é uma verdadeira usina energética que quando integra transmite ininterruptamente impulsos nervosos.
Uma pesquisa cientifica apresentada recentemente no meeting da “British Association for the Advancement of Science”, na Inglaterra, demonstrou que os exercícios aeróbicos são efetivamente o melhor remédio para a estrutura e o funcionamento do cérebro, porque retardam, ou pelo menos limitam, os danos que são provocados pelo envelhecimento.
Para compreender quais são os principais fatores que contribuem para a manutenção de uma mente sadia e lúcida, mesmo em idade muito avançada, um pesquisador da Universidade de Dublin - Irlanda - Professor Ian Robertson, pesquisou dez anos de literatura cientifica de nível internacional, chegando depois disso a uma singular certeza: que o exercício aeróbico funciona como um “néctar mágico” porque mantém quem o prática mentalmente jovem e muito ágil.
Robertson levou em consideração inúmeras pesquisas, e entre elas, particularmente, a que analisou dois grupos de indivíduos acolá dos sessenta anos durante quatro meses. Ao longo desse período, enquanto o primeiro grupo fazia longas caminhadas, o segundo se dedicou a exercícios de stretching. Resultado: depois dos testes, os indivíduos das caminhadas demonstraram que possuíam uma memória muito melhor do que aqueles do outro grupo.
Mas houve outra pesquisa ainda mais determinante, porque ao fim desta, Robertson, que acompanhou um grupo de sexagenário que praticou exercícios aeróbicos durante três anos, constatou que em nenhum deles houve declínio de suas faculdades mentais.
Dois mecanismos, segundo o pesquisador, explicam estes resultados: os exercícios de aeróbica estimulam a produção de uma substância química chamada “fator neurotropico derivado” (proteína BDNF) que estimula o crescimento de novas células e a formação de novas conexões entre os neurônios.
Além disso, seguramente, a aeróbica estimula no cérebro o crescimento de novos capilares sanguíneos os quais, nutrindo as células, lhe garantem a saúde por mais tempo. Analogicamente, significa dizer que os exercícios de aeróbica funcionam como adubo para o cérebro, porque ajudam os neurônios a brotar e a se renovarem.
Robertson, ainda, individualizou outros componentes que participam para a manutenção de um cérebro sadio. A vida ativa, o trabalho, o relacionamento social e uma atividade sexual sadia.
Fonte: Cybermed - Roma – 09 setembro 2005

03 - O esporte estimula a imaginação: O espírito, assim como o corpo, obtém benefícios de uma atividade física continua: esta é a conclusão de uma série de experiências realizadas pela equipe americana do “Baylor College of Medicine”. 48 esportistas veteranos, sobretudo praticantes de corrida, não só possuíam uma condição física equivalente a dos seus colegas de vinte anos de idade e em boa forma, mas também um maior índice de inteligência, imaginação, independência e lealdade, se comparados a média da população.
As qualidades de independência e imaginação não são inatas nos esportistas, mas aumentam proporcionalmente ao nível de treinamento físico. Mesmo os menos dotados, desde que assíduos na prática deste esporte, não são excluídos desta benesse, porque a imaginação cresce na mesma proporção da distância que é percorrida: a dos maratonistas de fundo é maior do que aos corredores de meio fundo e assim por diante.

04 - O esporte ajuda a refletir: A prática regular de exercícios físicos, particularmente as atividades de resistência como a corrida, a marcha e o ciclismo, aparentemente desenvolvem a capacidade de raciocinar. Uma pesquisa revelou que em seguida a um programa de treinamento de quatro meses, com três seções por semanas, indivíduos de idade madura submetidos a testes matemáticos e de raciocínio lógico conseguiam resultados bem melhores dos que haviam obtido antes de começar o treinamento.

05 - O esporte fortalece o esqueleto: O esqueleto do corpo humano é continuamente submetido à ação das células que fabricam e destroem substancias ósseas. As tensões exercidas pelas atividades físicas, particularmente as pedestres, constituem o estimulante mais adequado à manutenção do delicado equilíbrio que existe entre os processos de fabricação e destruição. É por esta razão que ao permanecer prolongadamente na cama provoca-se uma rápida descalcificação, seguida por uma atrofia da massa óssea, cujo conjunto determina o que é comumente chamada osteoporose.
Esta conseqüência do sedentarismo aumenta consideravelmente os riscos de fissuras e até de fraturas ósseas. Ao contrário, uma sobreatividade sobre um osso não preparado determina uma remodelação na qual “a utilização repentina” torna-se um obstáculo para a cura.
Deve-se compreender que as estruturas ósseas “são construídas” sobre muitos anos de atividades físicas regulares que correspondem ao período em que as crianças crescem e se tornam adolescentes.
Assim sendo, a melhor prevenção contra a descalcificação é a pratica da corrida ou marcha forçada por 52 semanas por ano, não a interrompendo sem motivos sérios. Para aceitar isso, torna-se necessário recordar as conclusões de uma pesquisa cientifica efetuada com tenistas que jogavam regularmente três vezes por semana desde a adolescência. Esta pesquisa particularmente significativa demonstrou que a densidade óssea do braço que utiliza a raquete é superior em 30% a 40% ao do outro que não é utilizado.
A comprovação cientifica: Uma nova pesquisa confirma o beneficio da atividade física do tipo pedestre em relação à osteoporose (diminuição do tecido ósseo). Analisados mais de 13.000 americanos anciãos entre 1981 e 1988, Annlia Paganini-Hill, da Escola de medicina da Califórnia do sul, reencontrou uma tipologia bem conhecida: Um exercício físico rigoroso de como mínimo uma hora diária reduz o risco de fratura do baço em 50% dos homens, e o fumo multiplica por dois o risco de fratura do baço nos dois sexos.
Na mesma época, foi confrontado o balanço ósseo de 41 corredores de maratona entre os 50 e os 72 anos de idade, com 41 outras pessoas da mesma faixa etária não desportistas, para determinar eventuais repercussões na densidade óssea devido à repetição do choque causado pelo impacto durante as corridas por longos períodos. Uma radiografia da primeira vértebra lombar permitiu determinar o teor mineral ósseo: os maratonistas, independentemente do sexo, apresentavam um volume mineral ósseo superior em 40% em relação ao outro grupo de 41 indivíduos que não praticavam o esporte.
Fonte: Lane N.E. et al: Long distance running, boné density and osteoarthritis,
JAMA, 1986, 225, n 9, pp. 1147-1151.

06 - O esporte cura a insônia: Para lutar eficazmente contra a insônia o esporte é uma das medicações menos praticadas, contudo, talvez a mais segura. Uma atividade física ligeira à noite distende os músculos do corpo que tendem a se enrijecer depois da atividade estressante da jornada. Um passeio de 15 ou 20 minutos na esteira deixa uma sensação prazerosa que extingue as conseqüências da carga emocional do dia, permitindo, assim, um sono profundo e reparador.
Pesquisadores da Universidade de Stanford publicaram em dezembro de 1996 as conclusões do trabalho que realizaram (publicado no J.A.M.A) a respeito da qualidade do sono, particularmente nas pessoas de idade entre os 50 e 70 anos que se queixavam deste mal. Estas foram submetidas a um programa de ginástica apropriada à sua condição física (aeróbica para os mais idosos e marcha e bicicleta para os demais), que no seu todo não excedia três horas semanais. Os resultados foram muito auspiciosos: antes da terapia não dormiam mais do que 4-5 horas por noite, e mesmo assim, para adormecer levavam mediamente 40 minutos. Depois do sexto mês em media, ganharam 45 minutos de sono e o tempo para adormecer reduziu-se em mais de vinte minutos.

07 - O esporte faz cair à pressão arterial: A corrida provoca, de acordo com a distância percorrida e a sua freqüência, uma redução da pressão arterial que se prolonga entre quatro a dez horas depois do fim do treinamento. A corrida determina uma vasodilatação generalizada nos vasos sanguíneos, em particular nos musculares e cutâneos, induzindo um abaixamento das resistências periféricas.
O Dr. F. Messerli, da Nouvelle-Orléans no estado do Missipi, diz que um exercício físico suficientemente intenso e prolongado, freqüentemente provoca uma perda hidro-eletrolitica - água e sais minerais - e a prática cotidiana da marcha ou da corrida determina um efeito diurético com fuga de sódio, que equivale à ingestão diária de um fármaco diurético.
Pesquisa 1 - Um estudo realizado pelo Hospital John Radcliff de Oxford e publicado no “The Lancet” no dia 8 junho de 1991, Nro. 337, págs, 1363-1368 “sob a direção de V.K. Somers (Iowa City, USA), demonstrou que um treinamento intensivo e prolongado permitiu reduzir a sistólica de 9 mmHg e a distólica de 7 mmHg em indivíduos que possuíam uma hipertensão limite.
Entre os meios terapêuticos não farmacológicos, como o controle de peso ou o regime hiposódico, o exercício físico foi objeto de estudos que até recentemente nada concluía além de alimentar polêmicas. Com o objetivo de buscar uma resposta exata e confiável, 16 voluntários – 12 homens e 4 mulheres com o perfil de hipertensos - ofereceram-se como voluntários para avaliar os efeitos de um treinamento físico de seis meses, em relação ao destreinamento baroriflexo da pressão ambulatorial e do sono.
A “hipertensão arterial limite” era representada por uma intensa pressão arterial sistólica além dos 140 mmhg, e a distólica de 90 mmhg. Fatores de risco cardiovascular (álcool e fumo), e tratamento farmacológico inferior a seis meses, constituíam os principais critérios de inclusão.
Para oito destes pacientes que se submeteram a um regime físico digno da Royal Canedian Air Force - corrida e aeróbica intensiva 3-4 vezes por semana - as medições foram efetuadas antes e depois de seis meses de tratamento, enquanto que para os outros oito, que também se submeteram à mesma disciplina física, as medições foram realizadas quatro meses após o término dos exercícios.
Este último teste teve como conseqüência o abaixamento da pressão arterial de repouso para 9 mmHg. a sistólica, e 7 mmHg a distólica, enquanto que a pressão laboratorial abaixou respectivamente 5 e 8 mmHg. Este ganho foi considerado suficiente para conseguir um efeito cardio-protetor, porque ampliou a variabilidade do espaço R-R (índice da freqüência cardíaca), enquanto que durante o sono, mesmo se este espaço permaneceu alongado, os pesquisadores não registraram nenhuma redução da pressão arterial. Concluíram assim que, mesmo com esta modesta redução da pressão, esta última pode ser suficiente para recolher entre os limites da normalidade a pressão arterial para a qual está em discussão um tratamento farmacológico.
Pesquisa 2 – Uma atividade física regular leva a uma redução de 10 mmhg. um hipertenso moderado (140-180/90-105).
Correr, marchar, pedalar ou fazer ginástica são exercícios que podem abaixar tanto as cifras sistólicas como as distólicas, isso é explicado na revista da “American College of Sport Medicine” de fevereiro de 1996. Uma prática moderada é aparentemente mais eficaz do que uma intensa. É uma boa notícia porque na maior parte dos casos os hipertensos são idosos. O ritmo preconizado é de 3 a 5 vezes por semana durante um período de 30 a 60 minutos durante os quais a freqüência cardíaca deverá se manter entre o 50-75% da maximal, ou seja, entre 80 e 120.

08 – O esporte favorece o retorno venoso: Quando alguém se levanta da cama, a circulação venosa das pernas tem que se processar de baixo para o alto, isto é, no sentido inverso à gravidade. Para que isso aconteça dois fatores se fazem presentes para comandar a ascensão do sangue ao coração.
O primeiro é que a base venosa plantar de Lejars assume o papel de uma verdadeira esponja no nível da planta dos pés (isso ocorre durante a marcha e todas as demais atividades pedestres), porque cada vez que um pé se apóia no solo, provoca, através da pressão que é exercida, a achatação da base venosa, e esta, por reação, empurra o sangue para o alto.
O segundo fator reside na contração dos músculos da barriga da perna e, considerando que todas as atividades pedestres provocam (algumas mais e outras menos) a contração e o relaxamento desta musculação dos membros inferiores, eles se transformam nas engrenagens de uma bomba que leva a uma alternância constante de baixa e alta pressão nas veias profundas.
A contração muscular as comprime, e desta forma o sangue é empurrado para o coração, mas quando a musculação relaxa, as veias intramusculares se enchem do sangue dos troncos venosos devido ao efeito de aspiração. Desse modo, a contínua contração e relaxamento dos músculos das pernas, durante estes exercícios, se transforma em uma massagem sobre as veias. Por este motivo constituem o motor principal da circulação venosa.
09 – O esporte consolida o peito: Por ser a pele a única e real sustentação das mamas, quando com o transcorrer dos anos esta perde a sua elasticidade (fenômeno natural acentuado pelo sol, pelos regimes esvazia/enche, pelos esportes violentos ou pela ausência de musculatura particularmente do peitoral), o conjunto do seio gruda na face anterior das costelas por meio de dois músculos do peito cujo desenvolvimento é imprescindível no perfil de um peito. Em verdade, são os dois únicos elementos que podem ser ativados eficazmente pelo exercício físico, porque o seio não é “deitado” sobre o tórax, mas sobre este é suspenso.
Para verificar isso é suficiente fechar ao máximo as mandíbulas em um sorriso forçado, repetindo sucessivamente com a boca o “X” e o “O”. Constata-se, assim agindo, que a pele do pescoço se contrai e a parte superior do busto assume um movimento ascendente. Aconselha-se a repetir este exercício diariamente para ativar a pele do pescoço que é o músculo que suporta parcialmente o peso do seio.
Se não é proibido abandonar o soutíen por alguns dias, por algumas semanas por ano ou em cartas ocasiões, não se deve exigir demais do tecido de sustentação relativamente fraco que envolve a glândula, em particular em certas condições que necessitam da proteção efetiva do soutíen, ou seja, na gravidez, na amamentação e na maior parte dos esportes, especialmente os que exigem fases de corrida.
Costas retas e tonificadas, aliadas a um tórax suficientemente desenvolvido, são as condições que permitem aos seios repousar sobre uma base inclinada e não vertical, valorizando deste modo o peito, dando-lhe, ainda, maior solidez.
As mulheres que jogam tênis assiduamente reportam que, desde que começaram a jogar, seus seios se tornaram mais firmes e tonificados. Este feliz resultado, aparentemente, é provocado pelo movimento dos braços que fortalece os músculos do peito.
A natação é com certeza o esporte mais eficaz para dar aos seios forma sexy, porque nadando, preferencialmente de costas, toda a musculatura do peito é ativada graças aos movimentos amplos e regulares dos braços.

10 - O esporte é uma proteção contra os problemas cardíacos: O esportista assíduo se estiver em boas condições físicas (a boa condição física é uma decorrência da prática esportiva), tem menores riscos de morrer quando em repouso por causa de um ataque cardíaco se comparado a um sedentário em plena inação.
Nos Estados Unidos conta-se uma morte improvisa a cada sessenta segundos e na França uma a cada sete minutos. Enquanto isso, entre os esportistas, conta-se, por exemplo, um decesso a cada 52 anos devido à corrida. Lendo isso, com certeza muitos gostariam de ter acesso a estes misteriosos cálculos.
Maratona de Nova York: um decesso em 17 provas (1970 – 1986), ou seja, um morto entre os 129.756 atletas que participaram das 17 corridas. O tempo médio de um percurso de 42.195 Km. chega perto de três horas (210 minutos), e isso equivale a um decesso a cada 52 anos. Outra vantagem: a possibilidade de sobrevivência depois do primeiro ataque cardíaco é 2-3 vezes maior naqueles que precedentemente exerciam atividades físicas.

11 - O esporte previne a diabete: Na França existem cerca de 150.000 diabéticos insulino-dependente tipo 1 que são obrigados a tomar diariamente uma injeção de insulina. Por outro lado, tem um grupo de 800.000 diabéticos com sobrepeso, muitos deles utilizando drogas medicinais, que são obrigados a seguir um regime para emagrecer (tipo 2). Nos dois casos, um exercício físico regular de resistência (corrida ou marcha), favoreceria a absorção da glicose pelas células diminuindo por conseqüência a necessidade de insulina ou medicamentos hiperglicêmicos.
Os diabéticos não insulino-dependente (a maior parte tem sobrepeso) caracterizam-se por excesso de gordura e glicose sanguínea, que uma atividade muscular queimaria com muita facilidade.
Pesquisa 1 – Os indivíduos que praticam com regularidade exercícios físicos reduzem os riscos de um dia virem a sofrer de diabete. Essa é a revelação de uma pesquisa conduzida na Universidade de Stanford, Estados Unidos, sobre um universo de 5.990 homens que deixaram a Universidade da Pensilvânia nos anos 30 e 40, e que responderam a um questionário a respeito das suas atitudes de vida e saúde entre 1962 e 1975.
Segundo este estudo, os indivíduos reduzem em 6% os riscos de serem acometidos pela diabete a cada 500 calorias que queimam semanalmente através de exercícios físicos. Conclusão: mais o corpo é movimentado, mais calorias são queimadas, e mais calorias o indivíduo queima mais distante se mantém da diabete.
Pesquisa 2 – Um estudo realizado sobre um universo de 100.000 enfermeiras americanas demonstrou que a incidência da diabete insulino-dependente é inversamente proporcional à manutenção de uma disciplina esportiva semanal. O exercício físico é tão benéfico na mulher obesa quanto a ausência de sobrecarga ponderal. O sedentarismo é desde muito tempo denunciado como um fator de risco cardiovascular, assim como há muito tempo é afirmado que o exercício físico é um bálsamo benfazejo para a saúde.
A pesquisa epidemiológica americana (Nurses Health Study) aponta um elemento adicional para estimular a população feminina a praticar esportes. Publicado em 1976, este estudo incluiu 121.700 enfermeiras com idade entre 34 e 59 anos que não tinham diabete e muito menos tendência a ela. Depois de oito anos de acompanhamento, verificou-se que 1.303 desenvolveram a DNID. O acompanhamento regular destas mulheres, a entrevista e exames clínicos a cada dois anos, permitiram aos pesquisadores estabelecer uma correlação negativa entre o surgimento da diabete tipo 2 e a ausência de uma atividade física regular.
O esporte equivale a uma ação preventiva não somente contra os obesos, mas também nos indivíduos com peso normal; seus efeitos benéficos não provem unicamente de uma redução do sobrepeso, mas concomitantemente da diminuição da insulino-dependência que leva ao DNID. Por outro lado, a incidência da DNID, aparentemente, não é influenciada pela freqüência da atividade física, o que significa que é suficiente praticar um esporte uma ou duas vezes por semana, desde que o esforço seja sustentado e suficientemente intenso.
“É necessário transpirar abundantemente”, explica a Doutora Joann Manson da Universidade de Harvard responsável por esta pesquisa.
Estes resultados corroboram as conclusões de uma pesquisa conduzida sobre uma população exclusivamente masculina que foi publicada no “New England Journal of Medicine” em 18 de julho de 1991.
Pesquisa 3 – Nos indivíduos normais, assim como naqueles que tem resistência à insulina (um dos parentes é a diabética), o exercício físico aumenta a sensibilidade à insulina induzindo à síntese muscular do glicogênio e favorecendo o transporte da glicose no músculo. Esta afirmação é o reflexo do estudo realizado pelo Dr. G. Perseghin da Yale University, New Haven, publicado no “New England Journal of Medicine” em 31 de outubro de 1996.
As crianças diabéticas não insulina-dependente tem seu risco aumentado para se tornarem (DNID). Este é geralmente precedido por uma resistência à insulina que provavelmente assume uma parte importante na patologia da diabete. O exercício não só melhora a sensibilidade à insulina, como pode prevenir ou retardar o aparecimento do DIND. Hoje este mecanismo é sobejamente conhecido.

12 - O esporte fluidifica o sangue: A inatividade favorece a preguiça sanguínea, sobretudo quando o indivíduo está sentado porque esta posição, que comprime as coxas, dificulta o retorno do sangue ao coração. Mesmo as roupas muito estreitas contribuem eficazmente para a diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo. Ao contrário, uma atividade física regular melhora a fluidez do sangue porque distribui os elementos que favorecem os coágulos e diminuem o assemblamento das plaquetas sanguíneas.
As mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais estão acentuadamente expostas às obstruções venosas – trombose - e para evitar isso, ou curar-se quando sofrem deste mal, o inicio contíguo de um programa esportivo adequado dá uma resposta imediata e radical.
Pesquisa 1 – Segundo um estudo publicado em 1981 no New England Journal of Medicine, os exercícios físicos regulares aumentam a capacidade do organismo de dissolver espontaneamente os coágulos sanguíneos. Em efeito, se um coágulo bloqueia uma artéria do coração ou do cérebro, passa a existir de imediato um risco de crise cardíaca ou congestão cerebral. Através do exercício físico contínuo, o organismo reage por si só por intermédio da fibrinolisi, um processo bioquímico que desagrega o coágulo. A solução mais eficaz para estes casos é o treinamento físico, mais eficaz porque é um processo que impede que o órgão afetado pelo coágulo seja seriamente danificado.
A pesquisa desenvolvida pela Duke University de Durhan – Carolina do Norte – U.S.A. – consistiu na medição do grau de atividade desta reação antes e depois de 10 semanas, cada uma delas com três seções de corrida de 30 minutos. Estimulando a formação de coágulos por compressão com a ajuda de um sfigmomanometro, depois do treinamento constatou-se um acentuado aumento da taxa de atividade fibrinolítica nos 69 voluntários, mais pronunciada ainda nos indivíduos, homens e mulheres, cuja taxa já era preliminarmente pouco elevada.
Pesquisa 2 – Um estudo desenvolvido pela Universidade de Washington – Seattle, publicado na edição de maio de 1991 na revista americana “Circulation”, demonstra que o exercício físico aumenta significamente a atividades das enzimas trombolitica nas pessoas idosas. Em 13 homens com a idade entre 60 e 82 anos, submetidos por seis meses a 4-5 seções semanais de 45 minutos de marcha, corrida ou bicicleta, a atividade trombolítica aumentou mediamente 39%.
Sabia-se que um exercício físico intenso provocava um breve pico da atividade trombolítica, mas os resultados atuais demonstram que esta atividade se mantém na mesma medida em que é mantido o exercício físico.

13 - O esporte fortalece a coluna vertebral: O conjunto ósseo que forma a coluna vertebral é mantido unido pelos ligamentos; tendões e os músculos que se apóiam sobre diferentes ossos e que são soldados nas vértebras apófise, spinose e transversas. Este sistema de amarração, por intermédio dos discos intervertebrais, permite a mobilidade multidirecional da coluna, aliada a uma simultânea solidez.
A espinha dorsal realiza corretamente sua função de proteger a árvore da vida (miolo e nervos), só com a condição de que a estrutura muscular e a dos tendões sejam diariamente solicitadas e mantidas ativas por meio de atividades físicas. Em verdade, só o movimento constante sustenta a força e a solidez deste sistema de amarração, assim como a elasticidade que os discos tem que manter, particularmente porque sua irrigação sanguínea é praticamente nula uma vez que são alimentados pelo sistema linfático.
Este sistema, no entanto, contrariamente ao sanguíneo, não trabalha sob pressão. Os amortecedores (os discos intervertebrais), devem procurar por si mesmos manter suas necessidades de líquido a débito de todos os tecidos hidratados que estão ao seu redor, e este bombeamento é executado graças aos movimentos de inspiração que acontecem justamente quando o disco é alternadamente tensionado e relaxado por meio das oscilações da coluna vertebral.
A melhor tática preventiva para evitar os males da coluna é fazer marchar quase que diariamente o esqueleto. A validade desta afirmação é ratificada por todos aqueles que, sofrendo dores lombares crônicas, se livram delas depois de algumas semanas de constantes atividades pedestres.

14 - O esporte reforça a cartilagem: A melhor nutrição para a cartilagem articular é a atividade física. Durante um período prolongado na cama, quando uma articulação é imobilizada pelo gesso ou uma bandagem, a cartilagem se afina. Inversamente, ela tende a engrossar-se sob a influência do movimento, mesmo se este é de breve duração; o simples fato de correr por 10 ou 15 minutos, por exemplo, já exerce um efeito benéfico sobre as articulações dos joelhos. Através do exercício uma certa quantidade de líquido penetra, a partir dos ossos, nas cartilagens, facilitando-lhes o funcionamento. Desse modo, elas podem exercer com mais facilidade a tarefa de amortizar porque suas superfícies de contato se ampliam, reduzindo, desta forma, a pressão por unidade de superfície.
Além disso, esta cartilagem mesmo se não possui vasos sanguíneos é mais bem irrigada e conseqüentemente melhor alimentada pelos materiais de manutenção. Estes aspectos favorecem o crescimento e a multiplicação das células cartiligenas. Inúmeras observações efetuadas também sobre animais confirmaram a realidade destas alterações benéficas.
Quando, por exemplo, os coelhos são mantidos imobilizados por uma hora, suas cartilagens articulares se afinam em cerca de 10%, enquanto que, quando retornam à sua atividade normal, suas cartilagem se ampliam em espessura de 12% a 16% logo nos primeiros dez minutos. Destas observações derivam duas medidas preventivas em relação as tendinites e as lesões articulares: estas, mesmo ao longo de uma atividade repetitiva intensa, podem ser evitadas se for praticado preliminarmente um aquecimento de 10 -15 minutos (exercícios leves e alongamentos musculares).
A cartilagem, ampliando sua espessura, passa a se comportar como um eficiente amortizador, contribuindo deste modo para a proteção dos ligamentos e dos músculos, assim como a própria articulação.
A artrose, da mesma forma, pode ser prevenida ou combatida praticando regularmente, em doses adequadas, uma atividade pedestre ao longo de toda a vida.
Um estudo recente efetuado sobre corredores demonstrou que não existe influência em relação ao número de anos que correram, ou a distância percorrida (sempre considerando um mínimo de 40 Km. semanais), em relação ao surgimento rápido ou mais freqüente da artrose. Definitivamente, quem deseja conservar as próprias articulações em bom estado tem que submetê-las a um treinamento físico regular. Essa necessidade se acentua com a idade: em efeito, a elasticidade natural da cartilagem articular e dos demais tecidos que a envolvem tende a diminuir.
Entretanto, para que as atividades pedestres não sejam desfavoráveis às articulações é necessário praticá-las sem sobrecarga, isto é, não caminhar, marchar ou correr com uma ferida músculo-tendinea ou osteo-articular não curada, corrigindo a priori, além disso, todos os defeitos morfo-mecânicos: perna mais curta, hiperpronação ou hipersupinação etc.
A comprovação científica:
Os resultados de uma pesquisa que se alongou por cinco anos sobre 498 corredores (corriam mediamente 40 quilômetros por semana a onze anos) em comparação a 365 indivíduos que não praticavam o esporte, demonstraram que a corrida a pé ou outros exercícios físicos que sobrecarregam as articulações não aumentam os riscos de problemas osteo-articulares e, em particular, a degeneração da artrose óssea. Em efeito, comprovou-se que os corredores apresentavam uma impotência física inferior e uma capacidade funcional melhor em relação aos 365 indivíduos com a mesma faixa etária.
Os corredores, no curso do seu envelhecimento, demonstraram ser menos afetados pelos problemas osteo-articulares, porque os problemas médicos maiores foram significamente mais freqüentes entre os indivíduos não corredores. Além disso, no período, o grupo corredor registrou um número de consultas médicas um terço menor do que foi anotado no grupo não corredor.

15 - O esporte reduz os acidentes no trabalho: Uma pesquisa realizada na Itália pela Associação para a Promoção do Esporte no Mundo do Trabalho (ASMT), com a finalidade de colher informações a respeito do desempenho daqueles que praticam atividades físicas enquanto no ambiente do seu trabalho, demonstrou que os esportistas sofrem menos acidentes no trabalho, o número de ausências por razões de doença é menor e mais curto, e suas qualidades profissionais: desempenho, resistência e dinamismo, são sempre superiores a média.

16 - O esporte prepara a mulher para o parto: Uma pesquisa realizada pela Universidade de Áquila, na Itália, demonstrou que o exercício físico de tipo aeróbico praticado durante a gravidez, diminui à percepção dolorosa e o nível de stress nos momentos antes, durante e após parto.
Os pesquisadores acompanharam 36 mulheres durante sua segunda ou terceira gravidez, dividindo-as, para efeito de comparação, em dois grupos. O primeiro passou a praticar seções semanais de aeróbicas sobre bicicleta ergonômica, enquanto o segundo permaneceu sem se exercitar. A pesquisa visava definir em que medida o exercício físico podia aumentar a taxa de endorfínas sanguíneas. Em efeito, o aumento da beta-endorfina durante o trabalho de parto, por ser conseqüência das contrações uterinas, pode ser considerada uma alternativa analgésica.
Os resultados do estudo evidenciaram um aumento significativo de beta-endorfinas no grupo de mulheres que se exercitaram em relação ao grupo de controle, e esta diferença se manteve durante todo o tempo do parto, tempo esse que demonstrou em escala visual a diminuição da percepção dolorosa.
Além desses aspectos ligados ao parto, o grupo de mulheres ativas demonstrou um abaixamento da taxa sanguínea de colesterol, dos hormônios do crescimento e da prolattina, que são os indícios biológicos do stress.
Fonte: American Journal of Obstretics and Gynecology, 1989, Nro.160, pp.707-715.

17 - O esporte ajuda a parar de fumar: Uma pesquisa realizada por Koplan e colaboradores, a respeito dos benefícios da prática esportiva como a corrida a pé, demonstrou que o exercício físico além de gerar benefícios diretos sobre o sistema vascular, também oferece inúmeras vantagens indiretas que no tempo se tornam ainda mais importantes. Por exemplo, o efeito que ajuda a parar de fumar, um fator de risco comumente refratário aos tratamentos habituais. Os pesquisadores observaram que os esportistas assíduos percebem estes benefícios que se transformam em mudanças de comportamento individuais. Assim, 80% dos homens, e o 75% das mulheres que fumavam no início da prática esportiva, pararam pouco tempo depois. Nos homens, mas não nas mulheres, a decisão de parar de fumar estava relacionada com a distância semanalmente percorrida, e não com o número de anos de prática esportiva. Além disso, a decisão de parar de fumar foi claramente mais freqüente entre os corredores mais assíduos em relação aos que tinham interrompido o esporte.

18 - O esporte facilita a digestão: O exercício acelera o trânsito intestinal, desta forma, a refeição daqueles que praticam marcha ou corrida atravessa todo o aparato digestivo em 4-6 horas, enquanto que para a maior parte dos indivíduos que não praticam esporte a digestão se estende entre 12 a 24 horas.
Naqueles que se exercitam continuamente, o contato alimento-celulas intestinais é mais curto, e assim sendo, a absorção energética não é total, acontecendo à mesma coisa durante o consumo de um lanche.
Ao contrário, para o sedentário a refeição tem trânsito lento, o que corresponde a um aumento da assimilação intestinal e conseqüente aumento de peso. Acolá disso, a constipação, enfermidade tipicamente feminina, é totalmente desconhecida por aquelas que praticam regularmente atividades físicas.

19 - O esporte na luta contra o câncer: De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard, Estados Unidos, sobre 17.000 homens entre os 30 e 79 anos, marchar 30 a 40 minutos cinco vezes por semana é suficiente para reduzir em 50% o risco de câncer no cólon em relação ao que é observado entre a população que se mantém sedentária. (Dr.Lee, Journal of the National Câncer Institute, 18 setembro 1991). E este benefício se conserva associado a atividade física porque diminui rapidamente quando esta cessa. Deste modo a atividade física, no caso a marcha, deve ser mantida ao longo de toda a vida. Em outras palavras não deve cessar nem depois dos 60 ou 70 anos.
Para explicar a sua observação o Dr. Lee diz que o “trânsito acelerado” do material em fase digestiva nas pessoas que praticam esportes, reduz o tempo de exposição do cólon aos elementos cancerígenos que se encontram nos alimentos.

20 - O esporte exalta o sexo: A maioria das pessoas que se sujeitam a um programa de treinamento percebe logo após as primeiras seções que seu bem-estar e dinamismo pessoal aumenta como se tivessem rejuvenescido. Este efeito se estende à vida sexual.
Pesquisas conduzidas sobre homens que se empenharam em um programa de corrida a pé com a duração de nove meses, demonstraram que a freqüência mensal de seus relacionamentos sexuais se elevou de 7 antes do início do programa, para 12 ao seu término. Outro estudo, agora relacionado a 25 mulheres, demonstrou que depois de um período de três meses de treinamento aeróbico a freqüência da atividade sexual havia aumentado em 30%.
Outro estudo, agora sobre um leque de indivíduos maior e de diferentes faixas etárias, revelou que as pessoas fisicamente ativas, em sua maior parte, têm uma vida sexual muito mais intensa do que os demais.
As causas deste fenômeno ainda não são claras, mas é lógico pensar que a melhora da estabilidade emocional e da capacidade de relaxamento que se obtém com a atividade física, incidem beneficamente também no comportamento sexual.
“Como em todos os demais processos fisiológicos, também a função sexual é exercida mais eficientemente quando o indivíduo conta com uma boa saúde”, diz o celebre sexólogo Dr. William Máster. Em verdade, a atividade esportiva melhora a performance do coração, dos tecidos sanguíneos que favorecem a irrigação muscular e em particular aquele do órgão extensível. Destarte, uma corrida ou qualquer outra atividade física contínua e sustentada determina um aquecimento corporal que, segundo a distância percorrida, pode se prolongar de alguns minutos para muitas horas.
Sabemos que o calor estimula a libido, assim como, na medida em que a fadiga mental causada pelo stress é diminuída, diminui também a inibição sexual.
Ao contrário, uma superdose de atividade física torna-se anafrodisíaca como é o caso dos maratonistas que superam os 25 Km. de treinamento diário. Um deles conta que: “se acrescento ao longo de uma semana 135 Km de percurso a oito oras de trabalho diário, não me sobra muita energia para o treinamento na cama”. Minha esposa, que não é maratonista, sabe de cor que no dia que corro 25 Km. sou sexualmente inutilizável.
Estudos realizados por pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, cujos resultados foram recentemente publicados no jornal da Associação Médica Americana, acrescentam sustentabilidade científica às constatações empíricas assinaladas pelos corredores. Demonstraram que nos homens que tem o hábito de correr mais do que 60 Km. por semana há uma queda de produção hormonal (testosterona), fator este que pode provocar a queda do apetite sexual. O universo analisado contou com 31 maratonistas e 18 homens sedentários.

21 - O esporte cura reumatismos: Um autodidata, Christian Perini, relata seu caso pessoal. Vítima de uma poliartrite reumatóide, afecção que ataca as articulações e determina degenerações que invalidam, encontrou no esporte uma terapia inesperada porque todos os reumatólogos que consultava o desaconselhavam a retomar seu esporte preferido, o ciclismo.
Para suportar sua doença inflamatória, dependia de fortes doses de remédios diários, entretanto, vendo que havia vítimas deste mal que mesmo medicadas tinham que ficar imobilizadas em uma poltrona ou na cama decidiu tentar fugir daquele destino retornando progressivamente a se exercitar com a sua bicicleta.
Ele conta: “ao mesmo tempo em que eu aumentava a distância percorrida e os esforços com este fim, que observava a higiene e a dietética esportiva, minhas dores e a minha dependência dos fármacos diminuía”. Deste modo, comecei a correr com pessoas sadias. Resultado: depois de 14 anos de vida em comum com a poliartrite reumatóide, mesmo se não renasci, dificilmente estou impedido para o trabalho, meus remédios diminuíram e minha atividade diária é muito mais intensa e prestativa daquelas de numerosas pessoas sadias. Todavia, alguns médicos ainda são incapazes de acreditar que eu participo de competições esportivas.
Devemos recordar, diz ele, que o ilustre cirurgião Christian Bernard, autor do primeiro transplante cardíaco em 1967 e professor da Universidade da Cidade do Cabo, na África, foi atingido pela artrite com a idade de 37 anos. Em seu livro “Mieux vivre l´artrite et les rhumatismes“, Edition Manges 1984, ele transmite a sua experiência a milhões de vítimas desta doença. Os ajuda a gerenciar a dor e as crises através de exercícios e terapias, recomendando-lhes a melhor atitude mental para que a vida seja mais fácil.

22 - O esporte acelera o crescimento. - O aspecto biométrico, ou seja, a altura, as medidas e o peso, é um dos mais ignorados entre os efeitos do esporte. Geralmente admite-se que o esporte desenvolve, contudo, não havia pesquisas a este respeito. Um estudo realizado na Bélgica pelo Dr. Xavier Sturbois a respeito da evolução biométrica das jovens universitárias que estão se preparando para o diploma em educação física, e assim sendo, submetidas a uma atividade física intensa e diversificada, concluiu que esta prática esportiva intensa tinha efeitos importantes no desenvolvimento físico.
No início de seus estudos, com 18 anos, as que se propõem tornarem-se educadoras físicas já são mais altas (1,654 contra 1,625), mais pesadas (56,7 Kg contra 53,3 Kg.), tem uma melhor capacidade vital (3,4 contra 3,3), e um perímetro torácico de (85 contra 78 cm) respeito a média da sua idade.
Estas moças praticam ao redor de uma dezena de horas semanais diversas atividades esportivas, e essa deve ser a causa da sua superioridade biométrica em relação ás demais que não seguem esta carreira.
O aumento da atividade física imposta pelo regime de estudo na educação física modifica ainda o morfotipo dessas jovens no sentido da crescente robustez. No último exame, com 22 anos, as futuras professoras de educação física mediam em média 1,66 (media 1,625), pesavam 60,3 Kg. (media 53,3) e seu perímetro torácico chegava a 86,5 (media 78,8).

23 - O esporte diminui o risco de crise nos epiléticos: Os especialistas reconhecem que a aceleração da ventilação devida aos exercícios tende a postergar o início do aparecimento das convulsões, e por redundância, o risco de chegada de uma crise seja na criança como no adulto epilético, mesmo se o mecanismo que é acionado pela atividade física ainda não é perfeitamente conhecido.
Qualquer que seja a intuição do efeito terapêutico do esporte no epilético, mesmo na ausência de pesquisas mais profundas, retroage ao ano de 1941 quando W.G. Lennox afirmou: ”A atividade mental e física aparentemente é antagônica as crises”. O inimigo, a “epilepsia”, prefere atacar o paciente quando este não está se policiando, em outras palavras, quando dorme, repousa ou está cansado etc. Em verdade, o repouso inúmeras vezes é o fator que desencadeia a crise.
Trinta anos depois Livingston ratificou a opinião de Lennox dizendo: A maior parte dos epiléticos, depois que começam a desenvolver uma atividade física, passam a ter menos crises do que tinham antes disso.
Em 1973, durante uma discussão que se seguiu à exposição do Dr. Boucharlat, L. Marchand disse: “A exposição de J. Boucharlat e seus colaboradores me interessou particularmente, porque estou plenamente de acordo com as suas conclusões, ou seja, de fazer com que os epiléticos participem de determinadas provas esportivas, vez que a prática de exercícios físicos pode ter uma certa ação suspensiva nas crises epiléticas. Para corroborar sua opinião, citou o caso de um jovem de 25 anos, epilético desde os 7, que fora levado até ele para uma consulta pelo tio diretor de circo: durante a consulta descobri que o epilético era trapezista, e que jamais havia sofrido uma crise durante seu perigoso trabalho. Ao manifestar minha surpresa seu tio complementou: Quando veste seu belo uniforme é aplaudido, quando é aplaudido fica excitado, e ao excitar-se fica plenamente feliz. Neste estado jamais sofreu uma crise.
Entretanto, L. Marchand concluiu: Infelizmente, existem também jovens epiléticos que sofrem crises no decorrer de exercícios físicos e não os sofrem durante o repouso. Diante deste quadro, os médicos preferem privilegiar a própria tranqüilidade e impedem a todos os epiléticos de exercer atividades físicas intensas ou praticar esportes de contato. No entanto, o prejuízo causado pela inatividade provocada por esta superproteção é muitas vezes mais importante do que o eventual risco de uma lesão esportiva ou a uma crise induzida pelo esporte. Conseqüentemente, o ideal é prescrever o esporte individualmente, caso a caso, porque a epilepsia estabilizada pelo tratamento ou higiene de vida é uma ambição de qualquer criança ou adolescente.

24 - O esporte dilata os vasos: O exercício físico contínuo protege as artérias da arteriosclerose - uma infecção que se traduz na obstrução dos vasos sangüíneos e que pode provocar doenças cardíacas. Esta é a conclusão de uma pesquisa que foi publicada em 1998 na revista “Arterioscleroses, Thrombosis and Vascular Biology”. Paradoxalmente, segundo os pesquisadores, a prática de esporte aumenta no organismo a taxa de radicais livres e moléculas oxidantes, mas é produzido também um fenômeno comparável ao das vacinas: nas pessoas que praticam esportes o organismo desenvolve defesas contra a oxidação.
A pesquisa: O British Medical Journal de Londres afirma que o melhor meio para se preservar contra esta enfermidade, isto é, a trombose coronária, é praticar exercícios físicos. A corrida a pé ou a marcha rápida são os mais recomendados porque reduzem os perigos dos acidentes cardiovasculares.
Foi depois de ter sido feita a autopsia do corpo de Clarence DeMar, o maratonista três vezes campeão dos Estados Unidos e sete vezes vencedor da maratona de Boston, que o diretor desta revista chegou a esta conclusão. As artérias coronárias deste defunto tinham como diâmetro o duplo da dimensão normal (Sport Mondial, 1962, Nro. 75, junho, p.23).

25 - O Esporte diminui os riscos da pílula: O risco de trombose para quem usa pílulas anticoncepcionais, por mais suave que seja, é muito real. Os osteo-progesticinos (pílulas contraceptivas), seriam os responsáveis por 2% das tromboses diagnosticadas e causariam a cada ano a morte de 200-300 jovens nos Estados Unidos. Para evitar isso, segundo a conclusão do Dr. Salvatore Pizzo (publicação feita na “American Heart Association”), são suficientes 90 minutos de exercício físico semanalmente.
A análise completa das mulheres que tiveram uma trombose sob o efeito dos osteo-progesticinos permite concluir que é devida a um abaixamento significativo da sua taxa de ativação do plasminogeno – que é uma proteína-chave do sistema fibrinolítico. Este déficit favoreceria a formação e a migração dos coágulos responsáveis pelas tromboses. Os autores do estudo sugerem que todas as mulheres que se submetem ao “tratamento da pílula”, para evitar o risco da trombose devem praticar três vezes por semana um exercício físico de trinta minutos.

Estas pesquisas demonstram que os esportes de resistência, como a corrida a pé, a marcha rápida, o ciclismo etc., quando são praticados sem fins competitivos, contribuem para curar ou amenizar quase que todos os males, porque aceleram o transporte do oxigênio dos pulmões até as regiões mais distantes do organismo.
Este aporte acelerado excita o cérebro a ponto de torná-lo mais eficiente em todas as suas funções, eficiência esta que permanece se a atividade física se mantém constante “O espírito, assim como o corpo, obtém benefícios de uma atividade física continua”, esta é a conclusão de uma série de experiências realizadas pela equipe americana do Baylor College of Medicine.

A este respeito, a edição 83 do Paulistano (um periódico da zona leste - São Paulo-Capital - com distribuição gratuita), publicou o relato da dona-de-casa Luiza Maura Paduim Silva, uma Senhora que freqüenta a mesma pista de Cooper que diariamente utilizamos. Ela Diz: Quando tinha 47 anos, durante uma consulta o médico descobriu que eu estava com osteoporose avançada, isto é, segundo ele, meus ossos eram iguais aos de uma pessoa com 70 anos. Receitou-me alguns medicamentos, alertando que serviriam apenas para manter o estado em que me encontrava já que a cura era praticamente impossível. Além disso, me recomendou a prática de exercícios de impacto leve, a caminhada ou a hidroginástica, por exemplo. Diante da minha preferência pela caminhada, informou: Em hipótese alguma corra, porque o impacto ou uma queda pode ser fatal. Comecei caminhando, confirma Luiza, depois resolvi dar pequenos trotes. Mas não resisti e com o tempo comecei a correr. Peguei o habito de correr, mas não comuniquei isso ao médico, considerando que os exames periódicos que passei a fazer demonstrariam a evolução ou não da doença. Entretanto, para surpresa até dele, minha osteoporose começou a regredir.
Com o passar dos dias fui aumentando a distancia das corridas e em seguida, incentivada pela minha amiga Tânia, comecei a participar de pequenas corridas de rua. Um ano após descobrir a osteoporose Luiza participou da sua primeira corrida de dez quilômetros e a ganhou.
Diante da incontestável melhora da enfermidade o medico parabenizou Dna. Luiza afirmando que nunca tinha presenciado um caso como o dê-la. E em seguida, impressionado, perguntou se ela estava escondendo alguma coisa que justificasse sua recuperação. Ela, então, decidiu confessar que se tornara corredora de rua.
Atualmente, com 59 anos, todos os dias Dna. Luiza corre no parque ecológico da Vila Prudente. Em relação a este esporte, na corrida de São Silvestre de 2006, na sua faixa etária, se classificou em quarto lugar.

Os benefícios da atividade física, sem esquecer da intelectual, também podem ser exaltados evidenciando os perigos que cercam a ociosidade e o sedentarismo. Mas existe outro aspecto muito importante que merece ser citado, um sub produto do exercício físico que é a sudoração. Mas o que acontece ao suar?
Suar é necessário? Sim, por varias razões, mas antes de adentrarmos no mérito delas, vamos lembrar a mais importante: Quando o indivíduo, na idade que tiver, por falta de exercício físico - seja porque já não trabalha mais regularmente, ou regularmente não se exercita mais, a cútis do seu corpo, com ênfase nas partes descobertas: rosto, pescoço, braços e pernas, por não mais ser umedecida pelo suor, precocemente resseca, perde a elasticidade, a espessura e conseqüentemente a resistência.
O corpo transpira para regular a temperatura do organismo que se mantém em constante trabalho para garantir o equilíbrio. Suamos mais no verão do que no inverno por estarmos submetidos a temperaturas mais altas e reagimos ao calor através do processo da transpiração.
No aumento da temperatura, tanto externa - provocada por condições climáticas, como a interna - provocada por atividades físicas, fatores emocionais, nervosos etc., elimina-se líquido através da superfície da pele de onde ele evapora. Durante este processo o calor liberado restabelece a temperatura corporal. É um tipo de regulador da natureza que também tem a função de produzir uma camada de hidrolípidos na superfície da pele que atua como um revestimento protetor.

As axilas e o resto do corpo: - Em geral, quando refletimos a respeito da transpiração, pensamos nas axilas, porque nestas pequenas regiões de nove centímetros quadrados se encontram dois tipos de glândulas sudoríparas: as ecrinas e as apócrinas. Mas as axilas agregam apenas 1% das glândulas ecrinas do nosso organismo, vez que este reúne cerca de dois a cinco milhões destas espalhadas por todo o corpo. Portanto, o controle da transpiração na região das axilas não afeta o processo de esfriamento do corpo.
Concretamente, as axilas reúnem cerca de 25.000 glândulas.

As glândulas Ecrinas: - Elas estão espalhadas por toda a pele. Estas glândulas tubulares que desembocam na superfície cutânea reagem ao calor - ainda que também aos estímulos emocionais - produzindo secreções que são 99% água. A evaporação do suor refresca a pele e regula a temperatura do corpo. Por outro lado, as glândulas ecrinas não têm nenhuma relação com os pêlos das axilas ou quaisquer outros.

As glândulas Apócrinas: - Estas glândulas se concentram em determinadas zonas do corpo como a virilha, peito e também nas axilas que é o lugar onde se apresenta a maior concentração delas. Estas glândulas sim estão relacionadas às raízes dos pêlos e reagem aos estímulos emocionais.
As glândulas apócrinas secretam substâncias oleosas, lipídios e ácidos graxos, em outras palavras, gorduras e aminoácidos – os constituintes fundamentais das proteínas.

O suor tem odor? O suor é um líquido secretado pelas glândulas que não tem nenhum odor. O mau odor corporal se produz quando a flora bacteriana de nossa pele reage ao entrar em contato com o suor porque ela se alimenta dele. Uma alimentação rica em proteínas animais pode agravar a situação do odor pela proliferação das bactérias.

A transpiração emocional: - Além da transpiração causada pelo calor ambiental temos também a transpiração emocional. As glândulas ecrinas não apenas respondem aos estímulos térmicos como também aos emocionais.
Dependendo do tipo de estímulo, este suor se manifesta em regiões distintas do corpo como nas mãos, peito, axilas ou virilha. Já as glândulas apócrinas reagem principalmente aos estímulos emocionais e raramente pelo calor, e como vimos, segregam lipídios.
Algumas das principais causas da reação dessas glândulas são as fortes emoções do stress, medo, dor, ansiedade e insegurança - nestes casos a calma, o exercício físico e o controle emocional são fundamentais para controlar esses suores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário